Não me pergunte muito o que eu quero da vida. Sim, quero amar e, quem sabe, me entregar, mas não me peça para ser decidido quando o assunto for, literalmente, decidir.
Se perguntar se eu prefiro azul ou verde, sumo. É muito para a minha cabeça. Se eu precisar decidir entre as minhas comidas prediletas, demorarei horas. Fico com medo de errar. Se quiser que eu escolha entre Vaneza e Paris, ficamos por aqui mesmo. Não me faça escolher, só me leve junto...
Não me peça decisões, me peça beijos. Me dê margem para sonhar. Me dê certezas que lhes darei asas. Faça e crie inúmeras delas por aí, mas deixe que eu as encha de vida. E eu nasci para aquarelar os pretos e brancos que existem.
Às vezes, até sei muito bem o que quero. Mas, lá no fundo da minha cabeça, algo me provoca, me faz achar que devo fazer outra coisa. Medo da vida apenas? Medo da vida e muito mais? Não sei. Ser indeciso é isso. É não ter nada destinado. É ser para-raios das possibilidades do mundo. É achar que a vida é muito mais do que convicção, volta e meia tão pequenas, tão mesquinhas...
A verdade que não sei o que fazer comigo. Mas, também, não aprisiono ninguém no meu labirinto de incertezas. Afinal, como levarei alguém comigo se não sei para onde quero ir? Seria muito egoísmo da minha parte... É, ando, meio perdido aqui dentro, mas ao menos uma certeza: indecisão saudável é aquela que só machuca a gente.
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Só a gente Sabe o que Sente
Non-Fiction"Hoje pela manhã fiquei olhando a lista de contatos do meu celular, procurando alguém para quem ligar, só pra ouvir aquela velha conversa de que tudo vai dar certo, que as escolhas feitas pelo coração dão vida aos sonhos e que as dificuldades aparec...