Assassino

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— Então você é um justiceiro. – Bruce apontou, ofendido. – Foi para isso que eu te treinei, Jason? Foi isso que eu te ensinei?

— Eu fui obrigado, Bruce. – O jovem respondeu, em defesa. – Você acha mesmo que eu faria isso por minha própria vontade?

— Obrigado por quem? – o homem levantou o tom, assustando um pouco o pequeno Tim, que de­­­sfez o abraço. – Quem nesse mundo conseguiu fazer você se submeter?

— Ártemis. – replicou. – Uma amazona. Foi ela que me ressuscitou e me forçou a adotar esse tipo de atitude. Se eu me recusasse, ela me mataria de novo, sem muito remorso.

— Hum. – Bruce ainda parecia um pouco desconfiado, mas aceitou a resposta de Jason. – Certo. Pois faça-nos um favor, então. – disse, indo até um dos sofás que estavam próximos. Assim que se sentou, chamou todos para seguirem. – Conte-nos tudo.

Alfred sentou-se ao lado de Bruce, e foi seguido pelo pequeno Tim, que ficou ao outro lado de seu pai. Jason e Dick sentaram-se no sofá que ficava exatamente oposto ao primeiro. Segurando a mão de seu amado para tomar coragem, o mais novo começou a falar. Contou as mesmas coisas que havia contado para Dick mais cedo, porém, sem citar que agora estava gostando um pouco do que fazia, não queria ser expulso tão cedo.

— Isso tá bem longe das aventuras que eu tenho com o Batman, que chatice! – Tim resmungou, levantando-se do sofá e fugindo para a cozinha. Alfred seguiu, para evitar que o garoto fizesse alguma bagunça.

— Não é o suficiente para me convencer totalmente, Jason. – Bruce lamentou. – Mas já explica grande parte do ocorrido. Agora, diga-me...

Um silêncio se implantou naquele lugar, com o mistério que Wayne fazia, deixando os dois jovens tensos.

— Aceita voltar para a nossa família? – Sorriu.

Jason tardou a acreditar no que tinha acabado de ouvir. Certamente, sabia que Bruce estava contente por ter seu garoto de volta, mas não esperava que fosse convidado a voltar tão cedo.

— Eu? – perguntou, mesmo sabendo que Bruce realmente falava de si. – Nossa, mas...

— Aceita ou não, garoto?!? – questionou, impaciente.

— Aceito, aceito! – respondeu de imediato, tentando conter a empolgação. – Mas antes preciso buscar minhas coisas.

— Sinta-se à vontade para escolher onde vai dormir, então. – Bruce disse, se levantando, e deixou o lugar, subindo as escadas para a sala de controle da mansão, para refazer algumas configurações.

Com um sorriso estampado em seu rosto, Jason olhou para Dick, que também estava sorrindo. Com aquele simples olhar, foram capazes de transmitir tantos sentimentos. Estavam se sentindo tão felizes, só restava comemorar. Tomando a dianteira, o mais novo envolveu as bochechas do outro, puxando seu rosto para mais perto do seu, logo juntando seus lábios para mais um dos mágicos beijos que eles compartilhavam. Trocavam milhares de sensações positivas com aquele ósculo, uma pura conexão, sentiam-se no Céu.

Tudo estava perfeito, até que um garoto muito levado se aproximou e acabou presenciando a cena. Para Tim, aquilo era um absurdo. Havia aprendido com alguns adultos que aquilo só se podia fazer depois do casamento e, claramente, Jason e Dick não eram casados.

— Aaaaalfred! – o pequeno gritou, chamando a atenção dos jovens. – Jason e Rick estão aprontando no sofá!

Um Alfred nervoso apareceu, correndo atrás do fugitivo e preocupado com a cena que ele poderia estar presenciando. Para seu alívio, quando viu seus outros dois patrões, percebeu que não passava de um beijo.

Azul e Vermelho: Os ForagidosOnde histórias criam vida. Descubra agora