O Diabo Não Usa Crocs (Season 2)

A surpresa e as Crocs furta-cor

Notas iniciais:

Voltamos. Demoramos um pouquinho porque essa história não tem roteiro e apesar dela se escrever sozinha, a gente tem que conversar um pouquinho mais para chegar em um texto.

Maaaaaas, saiu. Nós estamos satisfeitas e crocs ainda é o nosso xodozinho.

Um super beijo!

*

Mais um dia normal na vida de Kirishima. O sol brilhava, as Crocs faziam seus pés suarem, e no fone de ouvido, Bee Gees. Tudo como deveria ser. Exceto por uma coisa. A falta que Bakugou fazia em seu dia-a-dia era irremediável. Enquanto atravessava um dos cruzamentos perto do trabalho, flashes passavam pela cabeça de Eijiro, como o dia no qual fora atropelado pela bicicleta ao levar consigo o terno do marido, ou quando corria com cafés orgânicos de 500 mL quase ferventes para levar ao outro. Agora, já não levava mais cafés ou roupas. Agora era encarregado de documentos oficiais, reuniões eternas e apresentações para outras empresas. Era bem sucedido. Tinha tudo o que precisava. Menos uma coisa.

Mas estava tudo bem. Ia ficar tudo bem (ou ao menos assim havia prometido). Se alegrou ao ver o nome de Midoriya na tela do celular.

- E aí, Pequena Sereia! Como tem passado?

- Está tudo bem! Eu estou indo para o escritório agorinha.

- Ah, ótimo! Eu vou estar aí por perto na hora do almoço! Dá para me encontrar?

- Mas está tudo bem?

- A gente se fala! Uma hora!

O ex-colega de trabalho desligou, sem mais nem menos. Mas Kirishima já estava mais acostumado. Nem doía mais. Chegou ao escritório e se afogou na papelada que estava sobre sua mesa. Fez uma reunião por videoconferência, trabalhou duro. E a hora do almoço chegou.

Quando chegou ao restaurante, o ruivo logo avistou Izuku sentado em uma mesa, com um rosto que exalava tensão. Kirishima se aproximou e o cumprimentou.

- E aí, Midoriya!

O de cabelos verdes o olhou de cima a baixo. Kirishima usava uma calça florida, uma camiseta cor de rosa, um blazer branco e Crocs rosa Crocband com faixa em amarelo e azul. Havia esquecido completamente daquilo. Sentiu vontade de gritar, mas fez o esforço descomunal para olhar APENAS para o rosto do ruivo. Kirishima era um espírito livre e merecia se vestir como bem entendesse.

- Er… Oi! Senta aí!

- Faz um tempo que não almoçamos juntos. Pela sua expressão, deve ser algo sério.

- Ai… Por onde eu começo… Bom, como você sabe, eu e o Todoroki estamos noivos há algum tempo.

- É, são 3 anos já. Por acaso ele… Quer marcar o casamento?

Midoriya olhou para o chão, completamente desolado. O chefe de secretariado sabia que havia algo de errado.

- Fala comigo, cara! Você está me deixando preocupado…

- ELE NÃO SE LIGA, KIRISHIMAAAAAAAAAA!
Respondeu Izuku, praticamente gritando no restaurante.

- Eu já fiz de TUDO! Já deixei bilhete, já mandei indireta sobre os nossos apartamentos serem pequenos para nós dois, já até coloquei um filme idiota sobre um casal que um dos parceiros quer se casar logo e o outro não percebe e adivinha só o que ele me falou?

- O quê?

- “Mas por que você colocou filme de romance? Você odeia romance…”

- Meu Deus… Esse aí é uma porta mesmo…