c h a p t e r 3

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Estava deitado na minha cama em plena sexta-feira à noite. O jantar seria na noite seguinte, e minha cabeça estava me assombrando. Acho que confundi as coisas pra variar, e depois da gravação do último vídeo eu não conseguia tirar a imagem de Chloe e eu da minha mente.

E isso é errado.

Eu preciso parar de confundir as coisas – Coisa que eu sempre faço. E eu sabia qual era a única maneira de me livrar desses sentimentos que pareciam não desaparecer nunca.

Peguei meu caderno e comecei a escrever enquanto uma melodia tocava em minha cabeça. As letras saiam como um suspiro, e em poucos minutos já estava pronta. Peguei meu violão e a cantei enquanto tocava.

Tinha de aceitar. Tinha que entender que eu e Chloe éramos passado, e não conseguiríamos ficar juntos novamente. Nada mais poderia acontecer entre nós. Guardei a letra da música que acabara de escrever no fundo da capa de meu violão, junto com algumas palhetas que não prestavam mais e outros papéis inúteis, e fui dormir. Sabia que o dia seguinte seria cansativo de alguma forma.

Porém, por incrível que pareça, acordei perfeitamente disposto no dia seguinte. Levantei, me tomei uma bela ducha e abri meu armário. Escolhi uma camisa que tinha comprado recentemente; achei que uma estampa florida podia manter um clima leve entre a gente. Um clima de amigos; o que esperava que desse certo.

Na casa de Chloe, enquanto conversávamos no sofá, já conseguia sentir o aroma do Mac n' Cheese tomando a casa, e minha barriga roncou mais alto. Não sabia que estava com tanta fome. Por sorte minha, alguns minutos depois a mãe de Chloe nos chamou para a sala de jantar.

— Ethan, quanto tempo! Está tão lindo! — Disse a mulher, me abraçando. Seus cabelos castanhos estavam presos num coque baixo. Nunca a vi fora daquela elegante aparência.

— É um prazer revê-los, Sr. e Sra. Carter! — Disse cumprimentando seu pai. Ele estava com uma camisa preta básica e uma calça jeans escura, com seus óculos pendurados sob o peito. Aquele homem já me deu muito medo no começo de meu relacionamento com Chloe, mas depois de algumas conversas que tivemos em sua casa mudei minha ideia sobre ele. Era um empresário honesto, que trabalhava para satisfazer os desejos de sua mulher e filha.

— Ah, vamos lá querido, já passamos dessa fase. Susan e Robert, por favor.

— Desculpe, Susan. Tanto tempo já se passou de que... Bem, vocês sabem, não sabia se gostariam de formalidade vinda de mim.

— Claro que não, você já é quase família! Estando com Chloe ou não, sabe que pode contar comigo. — Percebi que a fala de seu pai deixou minha amiga desconfortável, então tentei cortar o assunto.

— E esse almoço tem uma cara deliciosa! Não só a cara, na verdade. Esse cheirinho está me matando! — Funguei o nariz e ouvi risadas leves.

— Claro, podem sentar e se servir! — Disse Susan antes de fazermos. Sentei de frente a Robert, ao lado de Chloe. A mãe da mesma estava na outra ponta da mesa. Conversamos sobre vários assuntos, inclusive sobre nossas vidas atuais.

— Não quero ser intrometido ou algo assim, mas seu sonho não era fazer música? Sei o quão bom você é no ramo e achei que estaria engrenando em algo do tipo.

— Sim, esse ainda é o meu sonho, mas ainda não tive a oportunidade de ingressar no curso. Além disso, algumas coisas aconteceram que me fizeram entrar na faculdade de economia.

E essas coisas se chamavam Mãe e Pai. Chloe sabia bem disso. Mas como a ótima amiga que é, não contaria esse tipo de coisa nem para seus pais.

— Entendi. Espero que, em um futuro muito próximo, consiga realizar esse sonho. — Robert concluiu me encarando. Esperava que ele estivesse certo. Depois de tantas procuras por uma gravadora ou um empresário musical que deram errado, não tinha mais tanta fé de que isso podia acontecer.

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