Capítulo 3: Whisky

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Lauren Jauregui's Point of view

Eu saí da sala completamente nervosa. Muitos hormônios zangados para lidar com pessoas agora. Eu deveria estar voltando para meu trabalho devidamente divorciada, mas não. Não estou divorciada e, definitivamente, não volto para o trabalho. Entrei no carro e me dirigi ao bar mais próximo.

Cheguei e me sentei numa das cadeiras do balcão.

— Boa tarde, o que deseja? — Um homem de pele morena e olhos castanhos me perguntou.

— Um divórcio. — Disse irritada. O garoto me olhou surpreso e não entendeu minha reação. — Desculpe... Uma dose de whisky. — Ele assentiu com a cabeça e saiu.

Meu celular tocou e lembrei que fiquei de ligar para Taylor e Chris. Era justamente Taylor.

— Oi! — Eu disse ao atender sua chamada.

— Oi maninha, você está no viva voz, Chris está aqui. Como foi o divórcio? — Perguntou ansiosa.

— Continuo casada. — Eu disse com desgosto.

— O que? — Ambos falaram juntos.

— Camila não levou advogado e isso fez a juíza adiantar minha liberdade. — Disse revirando os olhos.

— Isso é o destino te dando uma segunda chance de consertar as coisas com Camila, Laur. — Chris disse do outro lado me deixando com raiva. Meu irmão estava contra mim?

Não havia felicidade no nosso casamento. Com o tempo me transformei em uma mulher amargurada, sozinha e triste. Não deixaria Camila roubar o pouco de bom senso que eu ainda tinha.

— Se trata mais de uma chance de dificultar tudo para mim. Acabou. — Eu disse amargurada.

Taylor e Chris apenas me desejaram boa sorte. Conversamos um pouco enquanto eu bebia doses e doses de Whisk. Até que disseram que me buscariam por eu estar um pouco "fora da realidade".

— Mais uma dose. — Eu disse encarando o rapaz que estava de costas.

Ela me olhou, fez uma expressão de desconfiança, mas pegou o copo e o preencheu novamente. A dor no peito começou a sumir, e eu me sentia cada vez mais leve. Podia ver o empregado do bar me olhar constantemente.

— Senhora... Não deveria estar num bar a essas horas e bebendo tanto. Ainda mais alguém como a senhora.

Eu ri de seu comentário.

— Alguém como eu? — Perguntei tentando focar minha visão.

— Sim, uma mulher que está bem vestida e, aparentemente, bem sucedida. Seu marido...

— Na verdade, — eu o interrompi — esposa. Melhor, futura ex-mulher. E não penso que ela vai se importar tanto.

— Talvez eu me importe, Laur.

Uma voz que jamais deixaria de reconhecer preencheu o ambiente. Camila. Me virei de costas e vi Camila no vestido preto, saltos... Estava mais elegante do que quando a vi na sala da juíza. Talvez fosse o efeito do álcool.

— Me seguindo, Camila? — Perguntei tentando me levantar. Porém, me sentei novamente.

— Um Whisky duplo, por favor. — Ele disse olhando pro barman que se retirou rapidamente.

Ela se sentou ao meu lado, cruzou as pernas fazendo o vestido subir um pouco e eu me virei para ficar frente a frente. Talvez a provocação fosse até intencionalmente. Pegou a bebida entregue, tomou tudo de um gole só e me encarou.

O olhar dela era penetrante, como se pudesse ler minha memória e descobrir todos meus pecados. O olhar que sempre me hipnotizou. Mas, não podia ceder aos encantos.

— Camila... - Eu disse me virando para o balcão para não ter que encarar seus olhos. Apertei minhas pálpebras na intenção de desvencilhar todos os pensamentos sujos que tive ao vê-la no tribunal e, agora, no bar.

Voltei a encará-la e me aproximei o suficiente para sentir o cheiro doce do seu perfume.

— Preste atenção. Acabou, Camila. Me dê o divórcio. Vamos seguir nossas vidas. — Pedi sinceramente.

— Oh! Laur. Você não entende. Quero apostar em nós. Podemos ser felizes.

Seu olhar de carinho me fazia ficar toda derretida. Mas, ceder era sinônimo de infelicidade.

— Prefiro apostar no meu futuro sem você. — Eu disse amargamente. Me levantei e mal dei três passos e meu braço foi agarrado e me virei.

— Laur, não faça isso. Eu te amo. — Disse com um olhar triste.

— Não, Camz! — Eu puxei meu braço. Ela me olhou e sorriu. CAMZ. Ela sabe que está ganhando quando a chamo de Camz. — Olha só, vou viajar e pegar a primeira mulher que eu ver. — Eu ameacei e seu sorriso acabou. Ela se aproximou de mim, abraçou minha cintura e chegou perto do meu ouvido.

— E chamar pelo meu nome quado ela estiver com as mãos em você? — Sussurrou ao beijar meu pescoço e eu apenas fiquei imóvel sem resposta.

Camila era boa em muitas coisas. Cantar, dançar, transar... Mas, provocar era a arma que ela mais usava quando queria me derrubar e me desarmar. Eu sempre me deixava levar e julgo que o Whisky nas minhas veias estavam a favor dela.

A apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora