Capítulo 11: Familiar

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Lauren Jauregui's Point of View

-Puta merda! - Xinguei ao abrir  porta.

-Boquinha limpa a sua. - Camila ironizou. - Por que está gritando?

-Porque nos deixaram aqui! - Eu gritei enquanto caminhava em direção ao local que a van deveria estar e olhei a infinita estrada na minha frente. 

Camila ria horrores com a minha cara de fúria. 

-Você deve estar feliz, né? Todo aquele papo de te contar sobre o sonho e me enrolar lá dentro! - Eu disse indo em direção a ela que desviou.

-Por que eu ia querer ficar aqui com você furiosa, cansada e com fome. Você não é nada gentil quando está com fome. - Ela riu.

Respirei fundo. Eu sabia que ninguém mais viria e eu não ia passar minha  noite com Camila. 

As horas se passaram, já estava quase escurecendo e eu estava sentada no chão esperando algum milagre aparecer.

-Vou procurar comida. - Camila se levantou do banco improvisado com um tronco de madeira.

-Não vou ficar sozinha.- Reclamei. 

Ela se aproximou e estendeu a mão. 

-Não vou com você. - Eu me levantei e coloquei os braços na cintura.

-Por que? - Ela ironizou.

-Porque você é perigosa! Um víbora pronta pra atacar. 

-Não tão perigosa quanto os animais daqui. - Ela cruzou os braços. - Eles podem te comer. 

-Como se você também não quisesse. - Revirei os olhos.

-Mas comigo vai ser bem mais prazeroso. - Ela disse se aproximando e eu pude sentir seu hálito quente.

Maldita sedutora! Eu até esqueci como ela ficou comigo. Sua lábia afiada e sedenta de elogios que me faziam sentir especial e desejada.

-A gente vai morrer de fome se a donzela não se mexer comigo para arrumar comida.

-Ta bom! - Bufei.

Começamos a caminhar pelos arredores. Só haviam árvores e mais árvores, e mais arbustos e mais verde. Mas, nada de água ou uma bananinha.

-Seu  verão de escoteira serviu para nada! - Resmunguei.

-O que? - Ela perguntou com a cara fechada.

-Nada. 

Ela revirou os olhos e apontou um cacho de bananas no alto de uma árvore com tronco irregular e folhas gigantes.

Quando pisquei ela já estava no alto. Eu estava com medo dela cair, se machucar ou até quebrar um osso. Mas mostrei indiferença, mesmo com o coração quase saindo pela boca. Até que suspirei aliviada quando a vi chegar ao chão.

-Pronto.  - Ela disse me entregando duas bananas.

-Obrigada. 

Já estava bem tarde, talvez 16h. Tudo parecia tão calmo e aconchegante. Sentamos um ao lado da outra enquanto desfrutávamos do cacho.

-Está melhor, dragãozinho? - Ouvi sua voz suave meio risonha.

-Você sabe que uma barriga alimentada é sinônimo de mulher calma. - A olhei e joguei a casca de banana da minha mão para a pilha na minha frente.

Ela riu e me olhou. Seus olhos pareciam tão intrigantes. Tão bonitos.  

- Eu preciso de um banho e água fresca para beber. - Disse enxugando o suor da testa e desconectando nossos olhares.

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⏰ Última atualização: Aug 31, 2021 ⏰

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