A Encomenda da Minha Vida

4 - Hora do almoço

Manuela...

Se passaram vários dias e quase tudo que comprei já havia chegado, porém nenhuma das outras coisas foi aquela menina linda que me entregou, sorri lembrando que nem sabia seu nome, só me referia a ela em meus pensamentos como " menina linda ".

Minhas compras sempre chegavam através de funcionários homens da empresa, talvez fosse pelo volume e peso das caixas, já que eu havia comprado bastante coisas, muitas vieram também pelos Correios e outras empresas de logística.

Depois daquele dia desejei bastante ver aquela menina de novo. Havia algo nela me intrigava, atraía totalmente minha atenção, e eu ainda nao sabia o que era. Os dias foram passando e nada dela aparecer, já estava quase me esquecendo dela.

Meu local de trabalho e minha casa estavam com quase tudo pronto e eu já havia me mudado para o andar de cima.

Era por volta do 12:30, eu estava com fome e decidi subir para fazer o almoço. Fechei a porta de entrada do ateliê e deixei um bilhete colado pelo lado de fora, para assim, caso alguem fosse entregar algo não achasse que estava fechado ou sem ninguém, coloquei meu número de celular e pedi que me ligassem para eu descer e assinar as encomendas.

"Bilhete: Caro entregador, por favor ligar no número abaixo, estou almoçando no andar de cima e em menos de um minuto desço para receber!

(11) 9 9876-54321.

Atenciosamente, Manuela."

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Júlia...

O dia a dia na empresa do meu pai estava desgastante, um correria danada com folhas de pagamento, serviços de bancos e novas empresas querendo fechar contratos para entregarmos seus produtos.

No meio de toda essa muvuca eu não conseguia fazer o que mais adorava ali: entregar encomendas!

Desde pequena era disso que eu mais gostava. Alfredo, grande amigo de meu pai e um dos primeiros funcionários da empresa sempre me levava com ele, nós passeávamos pelas ruas centrais com um monte de caixas no carro e no final eu ainda ganhava um sorvete por ter ajudado ele, sorri com essas lembranças e resolvi descer a área operacional.

Hoje estava um dia tranquilo e fui conversar com Alfredo:

Júlia - Bom dia, Alfredo! Como você está?

Alfredo - Oi, menina Júlia! Estou bem e você? Conseguiu sair das burocracias lá de cima ? - Ele perguntou sorrindo.

Júlia - Estou bem também, graças a Deus consegui acabar tudo por lá! Respirei aliviada...

Júlia - O que você tem aí para eu entregar hoje? -Perguntei enquanto ele arrumava suas caixas.

Alfredo - Hoje está tranquilo, minha filha não tem necessidade de ajudar! - Ele disse com um olhar calmo.

Júlia - Eu faço questão!! - Disse determinada e ele viu que não haveria outro jeito.

Alfredo - Está bem, menina! - Ele disse rindo e separando três ruas centrais para eu entregar.

Era por volta de 10:30 quando carreguei o carro e sai da empresa, eu pretendia voltar para almoçar com meus pais em casa. Já estava quase acabando minhas entregas, quando ne deparo com o ateliê que estive outro dia, a porta estava fechada, porém tinha um bilhete colado, ao chegar mais perto pude ler o que estava escrito.