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'' You Can Never Love People As Much As You Can Miss Them''

Tento correr dele entre aquele labirinto, ele está mesmo atrás de mim...

...Vejo o meu sangue a escorrer pelas suas mãos. Sei que estou caída no chão, sinto-me a perder a vida.

Acordo suada e apavorada pelo mesmo pesadelo que me vem perseguindo por quase toda a vida.
Levanto-me da cama e vejo-me ao espelho. Vazia, pálida, morta, tenho me sentido assim desde sempre. Olho em volta, está tudo desarrumado e o cheiro não é o mais agradável, sinto que posso vomitar a qualquer momento.
Procuro a roupa que mais parece limpa, visto-a e vou direta para a casa-de-banho.
Olho para o velho relógio pendurado na cómoda do meu quarto são 21:53 . Hora H .
Saio de casa e vagueio pelas ruas cobertas de pessoas, no meio desta confusão toda eu sou apenas mais uma alma inócua entre muitas almas sinistras .

Entro no pub habitual e observo todos que estão á minha volta.
Parece um acto perverso. Vir ao mesmo sítio todas as noites apenas para observar pessoas sem nunca dizer uma única palavra, certo? Não o faço por mal, acho que me habituei a tentar captar o motivo das reações das pessoas neste lugar. São todas diferentes porém todas tão monótonas .

Um dia encontrei uma mulher, com um vestido longo e acessórios daqueles que nem precisamos de ver o preço para sabermos quão caros são, chegou depois de mim. Ela vinha sozinha, parecia até estranho, mulheres não costumam frequentar pubs muito menos sem estarem acompanhadas. Mas quem sou eu para contradizer algo que eu mesma faço? Essa mulher não olhava para ninguém, chegou ao balcão e pediu apenas uma bebida, assim que a recebeu sentou-se na mesa mais longe da entrada e só mesmo no momento em que se sentou deixou algumas lágrimas escorregarem pelas suas bochechas maquilhadas com um blush rosado.
Nessa mesma noite quando saía do pub encontrei a mesma mulher numa esquina, a auto-mutilar-se com um caco de um copo partido.

Eu até inventei nomes para a pessoas que habitualmente vejo aqui.
Cameron, o homem que aparenta ter uns 50 anos procura mulheres para usar e vender, está sentado na mesa de sempre.
Debbie, a senhora de idade que mesmo sem beber nada e sendo velha continua a frequentar o pub, provavelmente pelas memórias que o mesmo lhe pode trazer.
Megan, a adolescente que é mãe, mas deixa a sua mãe tratar do próprio filho enquanto a mesma se perde no mundo das bebidas e da droga.
James, o fotógrafo desempregado cheio de dívidas que gasta o dinheiro em álcool.

Claro que nada disto me interessa, cada um tem a sua vida e vive como quer. Eu simplesmente observo, porque eu sou apenas ninguém.
Depois de ficar ali tempo o suficiente dirijo-me para sair do pub batendo nos ombros de outra mulher. 

Essa mulher tinha cabelos castanhos, os lábios carregados de batom vermelho e um casaco preto. Olhou para mim. Eu desculpo-me e saio.

Assim que chego ao sítio que posso chamar de 'casa' descalço-me, entro na pequena cozinha abro o congelador, retiro a pizza que nele se encontrava colocando-a no forno para comer.

Vou em direção á casa-de-banho tomo um duche rápido e deito me por de baixo dos meus cobertores. Esperando que amanha possa ser um dia diferente.

...
->Este capitulo foi curto por ser um tipo de apresentação.
->Eu tinha outra fic nesta conta mas desisti dela, porque estava meio desanimada com ela.
->Espero que tenham gostado.
-> Avaliem e comentem para me tornar feliz aha

She's goneOnde histórias criam vida. Descubra agora