Nas profundezas do meu ser

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Às vezes me sinto solitário
Busco refúgio dentro de mim
A solidão vai me consumindo
E cada vez mais adentro as profundezas do meu ser.

Procuro conforto no meu ego
Busco em meu interior um motivo, uma razão
Busco dentro de mim algo que faça valer a pena
E cada vez mais adentro as profundezas do meu ser.

E procuro algo bom
Algo que me salve
Procuro em mim a minha salvação
Procuro em mim a minha bênção
Procuro em meu próprio egoísmo a minha proteção
E cada vez mais adentro as profundezas do meu ser

E quanto mais vou entrando em mim
Quanto mais pareço me conhecer
Quanto mais entro nas profundezas do meu ser
Mais entendo quão podre o ser humano pode ser.

Sentimentos que nos movem
Luxúria e prazer que nos alimentam
Desgraças e tragédias que nos excitam
Mortes que nos alegram.
Sim, a humanidade está apodrecendo
Se afogando cada vez mais num mar infernal
Enterrando-se cada vez mais num sepulcro onde a muito já foi enterrada a essência
Essência do ser humano.

E agora que já adentrei nas profundezas do meu ser
Que já estou nas entranhas desse monstro que sou
Que vejo as vísceras de todo o mal que há em mim
Me assusto por ser tão pequeno diante de mim mesmo.



Não sei quem ou o quê sou
Vejo apenas um demônio cheio de maldade
Cheio dos piores dos sentimentos
Cheio da humanidade.

Agora que me conheço
Agora que sei o que guardo em mim
Sei o que devo fazer
E essa carta, essas palavras, servem para relatar
O porquê do meu fim.

                                      - Anônimo –
                                              Nascido em:  XX/XX/19XX
                                              Falecido em: 3/12/2016

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