Prólogo.

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Abro meus olhos lentamente, sem se quer saber onde eu estou. Estico minha mão e alcanço o abajur que está no móvel ao lado de minha cama. Olhando ao redor, vejo que estou em meu quarto e assim que olho para meu celular ao lado do abajur, vejo que dormi praticamente a tarde toda.

Flashes da noite passada tomam conta da minha mente. Enquanto vejo as fotos que estão perdidas na galeria do meu celular, me pergunto se tudo aquilo havia mesmo acontecido. Em uma das fotos, vejo que a maquiagem de Bella está borrada em torno da boca e aquilo me causa náuseas. Bloqueio meu celular imediatamente.

A cena se repete lentamente em minha cabeça. As mãos dela em torno do pescoço dele, o copo caindo da minha mão e o nó que se formou na minha garganta parece ainda presente. Lembro-me do olhar assustado de Bella, a confusão em seu rosto. Zared não poderia ter sido tão baixo.

Não que ele tenha total e completa culpa, afinal, Bella parecia bem confortável onde estava quando eu a encontrei, mas ele não podia. Ele não tinha o direito de usar meu ponto fraco contra mim mesma. Meu subconsciente grita, dizendo que a atitude da minha melhor amiga foi o que pesou para que eu ficasse mal daquele jeito, mas eu sabia que não.

Não era só isso.

Levanto da cama e vou ao banheiro passar uma água no corpo para ver se me animo pelo menos um pouco. Hoje deveria ser um dia de comemorações, não? Digo, a pedra que insiste em ficar no meu sapato finalmente vai para longe de mim, então eu deveria estar soltando fogos pela rua ao som de "Firework", não é?

Mas assim que fecho o chuveiro, vejo que apenas o sono foi pelo ralo abaixo. Visto o primeiro pijama que vejo pela frente e solto meus cabelos, já que eu não tive coragem de lavá-los uma hora dessas. Quando estou prestes a abrir a porta de meu quarto, ouço a voz de Zared ecoando pelo corredor e volto correndo para a cama. Talvez se eu me fingir de morta, ele suma ainda mais rápido.

Tento regular minha respiração, mas pensar que ele está nesse quarto não ajuda muito, menos ainda com meus olhos fechados. Ele está perto, sei disso, porque meu corpo parece um campo de energia.

Quase abro meus olhos quando sinto o peso de seu corpo se sentando ao meu lado, mas controlo todos os meus sentidos o máximo que consigo. Ele está quieto, sua respiração é a única coisa que consigo escutar e isso me assusta um pouco. Congelo quando sua mão pega a minha e torço para que eu não tenha prendido a respiração, já que assim ele saberia que estou acordada.

—Eu preciso ir embora com você me odiando. —o tremor em sua voz me assusta ainda mais— Só assim consigo esquecer de vez essa história. Porra, você é irmã do meu melhor amigo.

Sinto seus dedos ajeitando meu cabelo delicadamente e imaginar essa cena é demais para mim. Nunca, em anos de convivência, Zared foi tão delicado assim comigo. Ele respira fundo e posso jurar que se aproxima, já que posso sentir ainda mais o calor de seu corpo.

Mas antes mesmo de que ele possa fazer algo, escuto a voz do meu irmão pelo corredor, ainda distante. Rapidamente sinto o corpo de Zared se afastar e o barulho da minha porta se fechando ecoa pelo quarto. Abro os olhos imediatamente e tento ouvir o que conversam no corredor.

—Onde você estava? —Theo pergunta. Meu irmão o estava procurando.

—No banheiro. —Zared respondeu rápido. —Vamos, não quero pegar estrada tão tarde assim.

Minha boca se abre em um lindo 'O' ao escutar os dois no corredor. Zared teria então se despedido de mim, enquanto ele acreditava que eu estava dormindo? Num impulso, bato a mão no interruptor da luz e corro até a janela e vejo os dois se aproximando do Ford Galaxie vermelho que seu pai havia dado como presente de formatura.

Sem que eu pudesse ao menos me esconder, o mesmo olha para a minha janela, que agora estava iluminada. Nosso olhares se encontram e posso jurar que sinto uma lágrima queimando pelo meu rosto. Zared entra no carro e dá partida, sumindo pela rua de nossas casas.

BY MY SIDE.Onde histórias criam vida. Descubra agora