O último dia

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Acordo com dores de cabeça, após uma noite inteira de lágrimas, não tenho mais forças para chorar.

Eu sou Helena, e esse é meu último dia no orfanato Marry. Acabei de completar 18 anos, e segundo as regras do orfanato, não posso mais morar aqui.

Quando ainda tinha poucos dias de vida, fui achada em uma lixeira em frente ao orfanato pela irmã Luiza. Segundo ela, eu estava em meio a muito lixo e meus olhos verdes se destacaram em meio a tudo aquilo.

Durante minha infância tive muitos amigos, amigos esses que mudavam de acordo com os processos de adoção.

Não tive muitas famílias interessadas em mim, nunca entendi, mas por um lado era bom, porque sempre gostei de morar no orfanato com as irmãs.

A irmã Luiza sempre me escutava, era como uma mãe pra' mim e não sei o que seria sem ela. Já as irmãs Dalva e Linda, eram duronas e sempre exigiram disciplina máxima de todos os órfãos.

Já são oito horas, ainda não tenho rumo, apenas sei que hoje irei embora.

Danny, minha melhor amiga, grita como se eu estivesse prestes a morrer :

"Amiga, você não pode ir embora!" Gritou enquanto chorava.

"Eu também não quero ir, mas não tenho escolha."

"Eu não posso ficar sem você." Com os olhos cheios de lágrimas, ela me abraçou.

Enquanto nós choramos, fomos interrompidas pela irmã Luiza.

"Meninas, chega de chorar! Danny, vá para o refeitório e Helena venha comigo." Ela diz apontando para a escada.

Meu coração está disparado, tenho quase certeza que ela vai falar sobre meu destino e isso me apavora.

O FILHO DO PATRÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora