O primeiro dia de aula

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Depois de uma semana, chega o dia de ir para escola. É muito estranho saber que vou para uma escola onde só estuda a elite de Nova York, eu, apenas uma empregada.

"Bom dia Mafalda!" Falo entusiasmada.

"Bom dia Helena, antes de ir, venha tomar café" fala me entregando uma chicara de café e um prato com croissant.

Enquanto tomo café, sou surpreendida com uma voz rouca atrás de mim:

"Você vai comigo hoje" fala o Henrique sem nem olhar na minha cara.

"Obrigada mas posso caminhar até lá, é perto" falo andando até a pia.

"Não, você vai comigo, isso é uma exigência que meu pai fez, então, não tem conversa.

Enquanto estamos no elevador ,fico muito tímida e só consigo olhar pro chão. Fico feliz por quase nunca ele falar olhando pra mim, o olhar dele tem o poder de mim arrepiar da cabeça aos pés.

Ao chegarmos no estacionamento, me deparo com muitos carros de luxo, penso que são dos outros moradores até que o Henrique pergunta:

"Em qual desses você vai querer ir?"

Ficou sem resposta, nem sou digna de andar  em uma nave dessas:

"Já que o gato comeu sua língua, eu escolho" fala abrindo a porta de uma Ferrari azul.

Ao entrarmos no carro, ele se vira e me pergunta:

"Afinal quem é você?" Fala me encarando como se fosse um delegado.

"Eu sou a sua empregada, uma ex órfã de Edson" decido encará-lo também.

"Isso eu já sei, quero saber porque meu pai tá sendo tão generoso com você, o que você tem de tão especial?"

"Também me pergunto a mesma coisa, penso que ele deve ser muito grato a irmã Luiza, mas isso não posso lhe responder" falo olhando para a janela e desviando de sua encarada.

Quando chegamos em frente da escola, me deparo com um castelo, sempre quis saber como seria a escola dos ricos mas nunca achei que seria um castelo.

"Bem vinda a escola império, tome cuidado com as pessoas daqui, elas podem ser bem perversas" diz abrindo a porte e saindo do carro.

Fico sem reação enquanto ando ao lodo de Henrique, ele é quase uma celebridade. Todas as garotas me encaram e uma se joga em minha frente para abraçar ele:

"Oi amor, tava com saudades, quando agente vai se ver?" Fala com uma voz tão fina que me dói os ouvidos.

"Depois falo com você" fala se desprendendo dos braços da garota.

Quando chegamos em frente a porta da escola, falo ao Henrique:

"Não precisa se preocupar, consigo achar a minha sala" falo encarando ele.

"Você tá na mesma sala que eu"

"Tá certo, mas enquanto não começa a aula, quero andar um pouco pra conhecer, pode ir falar com seus amigos" digo e logo depois começo a andar pela escola.

Enquanto ando pelos corredores, fico imaginando como vai ser minha convivência com essas pessoas,  será que quando eles souberem que sou uma empregada vão me humilhar?

O FILHO DO PATRÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora