A chegada

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Antes de subir no carro olho para trás é vejo minha vida toda em um único lugar, sempre achei que só viveria isso quando fosse adotada. Não quero chorar mais, quero abrir essa página da minha vida sem tristeza.

Vejo pelo carro a irmã abraçada com a Danny e aí não aguento e choro também, o motorista que era muito alto e branco, começa a me olhar com um olhar de pena e puxa papo pra mim acalmar:

"Qual é seu nome?" pergunta com um pouco de medo de não ser respondido.

"Meu nome é Helena" respondo ainda com a voz embargada.

"Prazer, meu nome é Pablo e sou motorista do doutor Jhones a 20 anos" 

Fico espantada de só agora saber o nome do meu patrão. Aproveito a conversa pra saber mais sobre o homem que me contratou:

"Você sabe porque a outra empregada se demitiu?" pergunto com medo de ser curiosa de mais.

"Ela já trabalhava com os Jhones a muito tempo, porém depois da morte da senhora Jhones ela vinha com vontade de sair, ela ficou muito mal" diz ele com uma voz de tristeza.

" Não sabia sobre a mulher dele, ele mora sozinho?" Pergunto para não ter nenhuma surpresa.

" Não, ele mora com o filho, o Henrique, ele tem a mesma idade que você"

Fico surpresa sobre a existência de um outro indivíduo, porém fico curiosa para conhecê-los.

Fico admirada ao ver a cidade de Nova York do carro, por mais que Edson onde fica o orfanato fique muito perto de nova York, era difícil vim pra cá, em toda minha vida me lembro de ter vindo apenas 2 vezes. Prédios gigantes, carros compridos e pessoas cheias de sacolas na mão faz eu me sentir em um filme.

"Chegamos Helena, essa é sua nova casa" diz o Pablo com um longo sorriso no rosto.

Quando vejo o tamanho do edifício, entro em estado de choque.

Ao chegarmos na cobertura do senhor Jhones fico maravilhada com aquilo, tudo era bem mais do que eu imaginava.

Enquanto vislumbro o apartamento, sou surpreendida por uma voz grave me chamando. Ao olhar pra traz ,vejo um homem alto, com olhos azuis, cabelo preto e com a mão estirada para mim:

"Então você é Helena, é um prazer conhecer você" fala com um sorriso entusiasmante.

"Prazer, você seria o Sr. Jhones?".

"Sim, mas pode me chamar de Otávio" .

"Muito obrigada por ta me dando essa chance, juro que darei o meu melhor" falo com os olhos bem fixos em seu rosto.

"Tenho certeza que sim, você vai trabalhar aqui junto com a cozinheira Mafalda, mas não se preocupe, só irá trabalhar quando não estiver na escola, arrumei uma vaga pra você na mesma escola que meu filho, sei que você é uma excelente aluna, por isso irei pagar por seus estudos".

Fiquei surpresa quando ele falou que me colocaria na mesma escola do seu filho, fico pensando que ele deve ser muito grato a irmã Luiza para tá fazendo tudo isso por mim.

O FILHO DO PATRÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora