"Aqui é onde tudo acaba. Quando eu olho para trás e me arrependo de muitas merdas já feitas, e me arrependo de estar fazendo isso também. Não que seja a minha única opção, só que eu percebi que não dava mais para viver, ou melhor, sobreviver. A partir do momento que eu vi que minha vida estava passando e eu não era mais a protagonista da minha própria história. Os dias se tornando repetitivos, e mesmos os momentos mais felizes eu queria sumir e fugir do mundo. Coisas que costumavam me animar não me animam mais. Chegou o dia que todos vão chorar em volta do meu corpo já morto e vão se lamentar por não terem feito nada para mudar isso. Não se culpe por isso, eu só quero morrer em paz está noite."
Cartas e mais cartas de suicídio. Escrevendo, apagando e reescrevendo o mesmo parágrafo. Tudo tem que sair perfeito. Mas é isso mesmo que eu quero? E os meus sonhos? Minhas metas? Meus amigos, pais, família e todas as pessoas que se orgulhavam de mim? Eu estaria matando minha dor e entregando a elas? Se é que vou para um lugar sem dor. A morte me assombra. Meus pensamentos me assombram. Tenho medo de um dia, enfim, cometer suicídio, na esperança de acabar com toda dor, mesmo sabendo que vou fazer pessoas sofrerem e a incerteza do que acontece depois da morte. Mas no momento que ia deslizando a faca devagar sobre meu pulso, larguei a mesma, sentei no chão e me desabei em lágrimas, gritando em meio a soluços e levando as mãos aos olhos para limpar as lágrimas. No momento, eu não pensava em nada e ao mesmo tempo em tudo. Nunca estive tão confusa. Minha cabeça girava e latejava de dor. Enquanto isso eu ia levantando e tentando me recompor. Mais um dia em que pensei na morte, mais uma carta feita, mais um pensamento suicida, e como a maioria das vezes, só eu e eu.
Eu queria conseguir arranjar outro jeito de amenizar a dor que não fosse o suicídio, me automutilar ou coisa parecida, estava fora de cogitação. E ao passar do tempo, eu descobri uma nova forma. Escrevendo. Colocar os sentimentos em um papel. Como já citei várias e várias vezes. E isso me ajudou, por um tempo. Meus surtos parecem piorar cada vez mais, e costumam vir com mais frequência, e demoro mais tempo para me recuperar a cada dia que passa. E como sempre, estou fingindo que nada está acontecendo. Mentindo para mim mesma enquanto desmorono por dentro. Mas estou aqui. E você também está. Será que lá na frente vou olhar para trás e me orgulhar de mim mesma por ter continuado ou não estarei mais aqui? Eu quero estar aqui. Eu não quero morrer. Talvez eu tenha mais vontade de viver do que imaginei e mesmo em meio as dificuldades, tem uma solução. Provavelmente não iremos entender o "por que" de tudo agora, mas vai ficar tudo bem. Confie em mim.
"Liderar não é nada duro: as perguntas são todas no presente, as respostas são todas no futuro."
Millôr Fernandes (1923-2012)
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Afinal, qual o sentido da vida?
Diversos"A felicidade é uma borboleta, tento pegá-la todas as noites. Ela escapa das minhas mãos para o luar."