Ann estava sentada na cadeira dormindo na sala de espera, mesmo que ele não conhecesse direito as duas, André sentia-se culpado, estava na frente de uma máquina, aquelas de moedas, escolhendo algum salgado para preencher o vazio do estomago, comprou dois e foi até a sala de espera, sentou-se ao lado de Ann, colocou as mãos nos cabelos e depois esfregou a nuca, mostrando-se nervoso. Ann acordou e olhou para os lados.
– Alguma novidade? – Ela olhou André, ela estava com o rosto inchado de tanto chorar, ele fez que não e sorriu no canto da boca, entregando o salgadinho.
– Você já ligou para os pais dela? – Ele abriu o próprio salgadinho, e olhou para a garota.
– Não consegui, está fora de área, a Lisa falava que os pais dela estavam sempre viajando, ou algo assim. – Ann abriu o salgadinho, fungando e começou a comer.
– E para suas amigas? – Parou de comer para poder falar, olhou o salgadinho e suspirou. – Você conseguiu ligar?
– Sim, liguei para a Lisa, ela já está vindo, oh meu Deus, o que foi que eu fiz? – Ann colocou a mão no rosto e voltou a chorar. André a abraçou, fazendo-a encostar sua cabeça no peito dele.
– Calma, vai dar tudo certo.
– Ann? – Uma voz familiar chamou-a, ela olhou para cima e viu Luis, ele olhava para André e para Ann repetidamente.
– Oh, Luis, foi terrível! – Ela chorou mais ainda, se levantou e pulou nele, Luis a abraçou, afagando seus cabelos, que já estavam todo soltos e bagunçados. Ele olhou André e sorriu, acenando com a cabeça para André, como forma de agradecimento por cuidar dela. André colocou os dedos indicadores e o do meio juntos perto da cabeça e depois apontou para ele, como se dissesse “De nada”, parecendo até um militar se apresentando.
– Lisa está chegando, eu moro mais perto daqui, consegui vir mais rápido, e você está bem? – Luis trouxe a garota até a cadeira e a fez sentar, sentando ao lado dela, Ann estava no meio dos dois. Luis segurava sua mão, e a outra segurava o salgadinho dela.
– S-sim, meu Deus, foi tudo culpa minha, tudo culpa minha! – Ann colocou as duas mãos no rosto e apoiou a cabeça no ombro de Luis.
– Eu quero ver ela! Cadê a minha amiga? – Eles ouviram gritos do corredor, Lisa estava gritando com a recepcionista, que não deixava entrar no quarto de Mirian. Ann levantou a cabeça e se levantou e saiu correndo em direção a Lisa.
– Lisa! – Chorando, com os braços abertos, Lisa olhou para ela e agarrou a amiga, abraçando ela forte.
– Você está bem? – Lisa apertava Ann e chorava junto com ela. A garota ainda estava com pijamas e veio correndo com o primeiro taxi que conseguiu, ainda de pantufas, foi a primeira coisa que viu pela frente quando saiu correndo.
– S-sim, mas... mas a Mi... Mirian... – Começou a chorar novamente, junto com Ann.
– Meu Deus, o que aconteceu? – Melina apareceu, vendo as duas se abraçando, ela estava de jaqueta preta estilo motoqueiro, com um colã rosa por baixo, a gola em formato de V, com uma calça legging preta, os cabelos pela primeira vez elas estavam vendo eles amarrados em um coque no meio da cabeça, mas estavam muito afobadas para prestarem atenção, nos pés Melina ainda estava com seus sapatos de ballet.
Ann não conseguia explicar, não sabia o que dizer, olhou para Melina depois para Lisa e continuou chorando. André continuou sentado, olhando para eles, não sabia se deveria também falar, por isso preferiu ficar calado.
– Tudo bem pequena, vai ficar tudo bem, como está a emburrada? – Melina foi perto delas e fez carinho nos cabelos de Ann.
– Eles não falam nada, eles... não querem falar! Ela morreu, não morreu? – Ann chorava, tentava respirar e falava ao mesmo tempo.
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Passos Perfeitos
Teen FictionRomance de estréia de Yume Murakami Sinopse: Quando você busca por respostas encontra sempre obstáculos, era o que Ann, uma garota britanica, simples, que aproveitou a idéia da amiga de fazer intercambio, imaginava quando veio ao Brasil, mesmo com t...