0.6 | Hospital, segredos e verdades.

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Estar em um hospital, as exatas cinco e meia de uma quarta quase a noite, não era exatamente a melhor das programações que pensei para minha vida. Ainda mais sabendo que uma pessoa importante se encontrava em algum desses cômodos brancos.

Chaewon me acompanhou o caminho inteiro, sempre me abraçando de modo lateral — ou o que dava — e fomos até o hospital. Demoramos um pouco para chegarmos e enquanto seguíamos tal caminho, mandei uma mensagem para minha mãe explicando de maneira superficial o ocorrido e dizendo que demoraria um pouco até que eu surgisse em casa.

Assim que chegamos ao local, consegui avistar Heejin na entrada e a mesma mantinha uma expressão abalada no rosto. Me partia o coração lhe ver desse jeito, ainda mais sabendo que algo muito sério se mantinha por trás de sua dor. Encontrei Jaemin deitado rente ao dorso de Jeno, provavelmente dormia, e Renjun fazia carinho em seus fios de cabelo.

— Jinnie! — Heejin acaba por gritar assim que me viu, sequer se importando com os olhares que recebeu. Lhe acolhi em meus braços, deixando afagos em suas costas e escutando seu choro baixo. — Foi tão horrível, eu...

Tentei ao máximo acalmá-la, sabia que no estado atual dela não seria possível que a mesma explicasse alguma coisa. Aos poucos, bem aos poucos mesmo, Heejin ia se acalmando e perguntei como tudo tinha acontecido.

— Você sabe que eu demoro a me convencer de que alguém está mesmo bem. — começou ela, se afastando brevemente de mim. Sequei os resquícios de lágrimas que ainda molhavam seu rosto, continuou: — Então, ainda que o Honey falasse que estava bem na escola, isso não me convenceu. Aí, quando era por volta de umas três e pouco, eu fui na casa dele. — Heejin, quando mais nova, acabou desenvolvendo o hábito de usar apelidos mais fáceis para dizer nossos nomes. O meu era Hyunnie, Jongho era Honey e Jaemin tornou-se Nini; alguns até faziam sentido, outros, nem tanto. — Ele estava normal, conversamos sobre temas aleatórios e tia Chaerin questionou se queríamos comida.

"Ela havia feito torta de frango para nós, estava uma maravilha. Mas Honey não comeu, ele disse que não sentia fome e evitou qualquer coisa que fosse alimento. Momentos depois, fomos para seu quarto e.. Jinnie, foi tão horrível. Ele desmaiou nos meus braços, não reagia a nada e a única solução foi trazer ele pra cá."

Devido a minha crise de choro, Heejin e Chaewon me fizeram sentar em uma cadeira do hospital, uma delas me ofertou um copo com água e a outra mexia em meu cabelo. A mãe de Jongho, Chaerin, surgiu instantes depois com uma expressão de pesar em seu rosto; isso foi o bastante para que todos ficassem em estado alerta, até mesmo Jaemin que estava adormecido junto a seus namorados.

— Como ele tá? — escutei Heejin questionar a mais velha. Seu cabelo castanho estava preso em um rabo de cavalo, mas alguns fios teimavam e caíam para ambos os lados; ela se sentou em uma cadeira, suspirou cansada e respondeu:

— Jongho está bem. Ele só precisa descansar agora. — ouvir suas palavras foi como retirar um peso grande demais de minhas costas. — Os amigos de Nana eu conheço, mas quem é você, mocinha?

Por um instante, esqueci que Chaewon tinha vindo comigo. Fiquei pensando nos dizeres de Heejin, na situação e no bem estar do meu amigo. Minha amiga se curvou em sinal de respeito, dizendo, em seguida:

— Sou Chaewon. É um prazer conhecer vocês, sou amiga de Hyunjin. — seu sorriso era adorável e vê-lo ali, após tudo, melhorava um pouco as coisas. — Estava com ele quando tudo ocorreu e não poderia deixá-lo sozinho em um momento como esse.

E eu conhecia a garota há exatos três dias e mesmo assim ela veio comigo. Eu não saberia como agradecer por tamanha atitude vindo desta. Murmurei um obrigado para Chaewon, sorrindo depois e ouvi Jaemin perguntar:

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