Caso B.W.S - Parte I

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O primeiro caso que gostaria de relatar a vocês, na verdade foi o que me motivou a aprofundar meus estudos na área sexual. Como expliquei anteriormente, sexo é vida e para que o meu paciente esteja completamente bem, precisamos trabalhar todas as áreas do seu corpo.

Lembro como se fosse hoje o dia em que Beatriz entrou em minha sala. Esse dia foi bem inusitado, mas qual dia não seria quando se trata de sexo? Às vezes tenho vontade de rir de certas coisas que escuto e outras vezes, acabo me excitando quando uma paciente relata seus desejos mais profundos. Afinal, não sou imune as mulheres.

Estava sentado em minha poltrona separando as fichas quando uma batida na porta me desperta dos meus pensamentos.

- Doutor, a próxima paciente acabou de chegar – Simone, minha secretária informa.

- Peça que ela preencha a ficha de anamnese. Assim que terminar, mande-a entrar – concordando, Simone deixa a sala.

Nem consegui voltar minha atenção ao que estava fazendo, quando vi aquele corpinho minúsculo entrando em minha sala e se jogando no divã.

- Vovó eu tenho uma paciente me esperando lá fora – minha avó é uma velhinha muito além do seu tempo e sempre que pode vem me visitar em meu consultório.

- Trifón eu preciso da sua ajuda como médico.

- Está sentindo alguma coisa? – Pergunto preocupado.

- Na verdade preciso de um terapeuta.

- Qual o seu problema vovó?

- O coração – Fico assustado e quando penso em perguntar algo ela continua – Meu coração está partido. Acredita que o Clovis me deixou? – Tensão deixa meu corpo quando ela conta seu real problema.

- Vovó espere na recepção. Depois que terminar de atender essa paciente, terei o maior prazer em recebê-la – falo calmamente. Mas sei que ela não ficará esperando, na verdade ela odeia esperar.

- Querido essa paciente é muito bonita, pena que é casada. Vi a aliança em seu dedo. Queria tanto te ver casado antes de morrer – fala fazendo biquinho e eu começo a rir.

- Vovó chantagem não vai adiantar. Um dia a mulher certa chega e me caso, até lá vou me divertindo com as erradas.

- Espero viver para ver os meus bisnetos. Meus filhos só me deram netos homens que não querem compromisso. Se for esperar você ou o Temeu me darem bisnetos, morrerei seca – ela faz drama e pega sua bolsa para sair da sala.

- Peça a paciente para entrar, por favor – peço a ela que concorda mostrando o polegar para cima e sorrindo.

Instantes depois minha paciente entra. Uma mulher bonita, porém acima do peso e com ar desleixado. Tenho certeza que se ela se cuidasse mais, seria uma linda mulher, daquelas de parar o quarteirão.

- Boa tarde – Cumprimento-a

- Boa tarde doutor. Onde eu me sento? – Pergunta um pouco deslocada.

- Seu nome é Beatriz, não é isso? – Ela concorda balançando a cabeça e eu prossigo – Você pode escolher onde quer sentar. Pode ser na cadeira, na poltrona, no divã ou até no chão. Desde que isso faça você se sentir a vontade – ela sorri e senta com o corpo ereto no divã.

- A sua secretária pediu que entregasse isso – ela me diz estendendo o braço. Pego as folhas da ficha de anamnese e começo a ler suas respostas.

Sexólogo (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora