Caso B.W.S - Final

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Caso B.W.S – Final

Peguei o telefone e liguei para o meu primo, que atendeu no segundo toque. Combinamos de nos encontrar em um bar próximo a casa da vovó, como sabia que o transito não me ajudaria, já fui direto para o local.

Bárbaro é o nome do bar, ele pertence ao marido de uma amiga da minha avó e o nome foi sugerido por ela. Os gregos costumavam chamar todo homem que não era de origem grega, pelo nome de bárbaro, por isso a sugestão da vovó Gaia.

Estacionei meu carro bem na frente do bar e fui à procura de uma mesa. Quando entrei, Sr. Romeu me avistou e abriu logo um sorriso, vindo em minha direção. Sentei em uma mesa mais ao canto, pois estava ali para conversar com meu primo e não queria que ouvissem o conteúdo da nossa conversa totalmente proibida para menores de dezoito anos.

- O senhor aceita alguma coisa? – O garçom me pergunta.

- Duas doses de ouzo¹ com bastante gelo e uma água com gás. – meu primo acabou de chegar e respondeu por nós dois. – Boa noite Trifon. – ele me cumprimenta com seu melhor sorriso.

- Boa noite Temeu.

- Começa logo a falar, você só me chama quando a coisa tá feia. – Temeu falou.

- Vou te contar tudo. – Conto para ele sobre tudo.

Contei sobre minha paciente e o tesão que me desperta saber da vida sexual dela, de seus desejos, como a ajudei e o que fiz com a minha secretária.

Tudo que Temeu fez foi se remexer na cadeira durante as cenas mais picantes, mas não disse uma só palavra. Ficou calado. Não acredito que consegui calar esse tagarela. E alguns segundo depois que acabei de contar tudo ele ainda me olhava incrédulo até que começou a falar.

- Ei, quem é você? Cadê o meu primo e o que você fez com ele?

- Estou bem aqui na sua frente.

- Você tá de sacanagem comigo né? Eu não acredito que você fez isso. Você?! O todo poderoso e ético. Aquele que coloca a moral acima de tudo e de todos? É pegadinha?

- Temeu, por favor. Sem ceninhas de mulherzinha.

- Cara e todo aquele discurso de “onde se ganha o pão, não se come a carne”, o que aconteceu?

- Temeu, eu me envolvi e me deixei levar. Minha vontade de ver a paciente curada superou o meu bom senso e quando percebi já não podia voltar atrás.

- Mas você comeu sua secretária! – Temeu falou um pouco mais alto. Olhei ao redor e aparentemente ninguém o escutou.

- Porra! Eu te chamei aqui pra me ajudar e não pra me criticar. Queria seus conselhos já que você faz isso o tempo todo.

- Mas as minhas alunas são mulheres mal amadas e mal comidas.

- A minha paciente também.

- Você se sentiu culpado depois?

- Logo quando acabou sim, mas depois que vi a cara de satisfeita da Beatriz, esqueci toda a culpa.

- Então primo, fica tranquilo e relaxa. Foi consensual. Ela te pediu, você fez porque quis e no final todo mundo se deu bem. Acho que no final estamos fazendo um bem à humanidade. Já notou como mulher mal comida é um saco? Você só precisa ter cuidado com o que vai fazer com cada uma e se certificar que elas não se apaixonem.

- Eu já pensei nisso Temeu. Talvez, eu disse talvez, toda essa sua sabedoria de boteco faça sentido. Percebi pelo sorriso na cara da minha paciente como ela virou outra mulher. Seu jeito de andar e vestir melhorou e sua postura também.

Sexólogo (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora