Caso B.W.S - Parte II

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Caso B.W.S – Parte II 

Quando o telefone da minha sala tocou, fiquei ansioso aguardo a entrada da minha paciente. Sabia que depois da leitura, Beatriz teria assunto para conversar. Fiquei sensibilizado com a sua situação e comecei a perceber que a maioria dos pacientes tem algum problema sexual. Por isso, depois da consulta da semana passada, resolvi aprofundar meus conhecimentos no âmbito sexual.

Você pode pensar que isso é besteira e que sexo é sexo. Já ouvi alguns amigos falarem que para mulher é muito fácil, basta abrir as pernas. Mas a verdade não é tão simples assim. O homem precisa de um simples estímulo para ficar excitado e pronto para a guerra, já a mulher não. É preciso trabalhar na sua mente, estimular o seus sentidos, despertar os seus desejos e finalmente ir até o toque.

Geralmente no começo de um relacionamento existe essa preocupação dos dois lados, ambos querem agradar e se atem a todos os detalhes. O homem quer passar mais tempo nas preliminares, a mulher quer fazer um sexo oral nele mais demorado, tudo pensando no bem do outro. Depois de alguns anos partem para o prático e querem fazer apenas o que sabe que agrada o próximo e não tem mais aquela preocupação de realizar novas experiências. O sexo acaba virando uma rotina e a rotina acaba ficando cada vez mais monótona, até que a vontade começa a diminuir e o desejo passa a não existir.

Mulheres são estimuladas pelo cérebro. Aposto que a maioria das mulheres que possuem o hábito de ler e que leem livros eróticos tem uma vida sexual mais ativa e também mais criativa.  Tenho certeza que se te perguntassem sobre BDSM há quatro anos, você pensaria que essa pessoa é no mínimo uma depravada. Mas depois do surgimento da literatura hot, tudo passou a ser aceitável e desejável também. Por isso não devemos dizer que não gostamos de algo sem antes nos informarmos a respeito e/ou experimentarmos.

Beatriz entrou na minha sala evitando me olhar e indo direto para o divã. Sentou-se e abaixou a vista. Me aproximei e sentei em minha poltrona, que fica ao lado do divã.

- Bom dia Beatriz.

- Bom dia – respondeu baixo e ainda sem me encarar.

- Como foi a leitura do livro? – perguntei indo logo ao ponto.

- Estranha – ela me respondeu.

- Explique mais sobre o que seria estranho para você? – e com a minha pergunta finalmente ela me olhou.

- Tudo! Essas coisas são permitidas em livros? Eu comecei a ler e e... – ela não conseguiu continuar.

- Diga-me como se sentiu. Ficou excitada? Teve nojo? Conte-me.

- Eu comecei a ler e não sei dizer como me senti. Primeiro fiquei curiosa para saber o que ia acontecer, depois senti umas coisas no meu ventre que não sei explicar.

- Você ficou excitada? – ela concordou balançando a cabeça – Sentiu que a lubrificação de sua vagina aumentou? – tentei perguntar de forma mais técnica para não deixá-la mais constrangida. Porém ela não me respondeu. – Beatriz eu preciso que você me responda às perguntas ou me fale a respeito sem que eu precise perguntar.

- Eu, é, eu fui ao banheiro e minha calcinha estava toda molhada. Parecia que... que... eu tinha feito xixi. Não sei o que aconteceu. Na verdade isso nunca me aconteceu. Eu fiquei tão envergonhada que corri para o box e tomei um banho bem demorado. E quando o jato da duchinha do chuveiro bateu lá, eu senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Então quando eu coloquei a mão para tirar todo aquele líquido que havia saído de mim e toquei o meu, você sabe, senti outro arrepio ainda maior e minhas pernas ficaram sem forças. Quase cai sentada no chão. – ela narra tudo isso de uma vez, quase não faz pausa para respirar e seu rosto está vermelho.

Sexólogo (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora