Capítulo 3 - Revelações

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Ao raiar do sol, preparei o café da manhã para Diego e Danielle. Sobre a mesa, havia uma cesta de frutas da estação. Também tinha uma cesta de pães de centeio, australianos e italianos, todos frescos. Tinha um pote de requeijão, manteiga, espátulas para os dois, facas e garfos de prataria bem distribuídos pela superfície de madeira. Os dois se sentaram e se serviram com a fartura oferecida. Sophia chegou não muito depois.

Me senti desconfortável, ainda mais porque nós ainda não havíamos nos redimido de nosso desentendimento há 3 dias, decidi me retirar. Ela Sentou-se, comeu e saiu rapidamente, para não perder o transporte escolar. Da janela de meu aposento, pude observar tudo. Esperei que todos fossem embora para ficar só e começar minha minuciosa busca.

Logo depois de ver o Carro de Diego sair do condomínio, entrei no quarto de Sophia e comecei a vasculhar gavetas, armários, caixas. Qualquer lugar em que ela pudesse guardar algo. Devo ter ficado 1 hora vasculhando todo e qualquer indício do passado dela, que eram poucos ao meu dispor.

Porém, enquanto olhava os armários acima do seu guarda-roupa, encontrei uma caixa, guardada no fundo do armário. O mais intrigante é que diferente das outras poucas caixas pequenas e médias que haviam no cômodo, esta estava bem cuidada, preservada, envolvida com um lindo laço de uma desgastada fita rosa, que parecia ter sido feita e desfeita varias vezes. Senti que o que quer que eu procurasse, as respostas me seriam dadas pelo conteúdo daquela caixa.

Desfiz o laço e abri a caixinha. Logo que eu abri, havia uma boneca de pano, em cima de várias fotos e cartões que datavam de poucos anos atrás. A boneca era de pano, cheia de algodão e costurada em vários pontos diferentes dos seus membros. Eu a tirei carinhosamente de cima dos cartões para que eu pudesse lê-los. Foi quando percebi que eram cartões de dia das mães, com datas que variavam de 2009 ao dia 12 de maio de 2013. Essa foi a data mais recente dentre todas as outras. Neste último cartão, havia uma foto com uma carta já aberta atrás. Nela estava escrito:

"Mamãe,

As gravações já começaram, eu sei como você estaria orgulhosa se pudesse me ver brilhar, mas eu sei que você está em algum lugar, olhando por mim, me vendo brilhar do mesmo jeito. O senhor Diego e a senhora Danielle vieram me buscar do abrigo hoje. Eles disseram que eu posso chamá-los de mamãe e papai, e que seremos uma família daqui em diante. Mas eu não quero uma nova família, nem uma nova mamãe! Quero você como sempre foi! Eu... quero que tudo volte a ser o que era."

A carta acabava ali. Na foto que havia anexada à carta, Sophia estava com uma Mulher que não era a Danielle. Aquilo... desenhou uma nova visão sobre a situação para mim. Sophia não era filha biológica do casal que me acolheu. Era adotada... e ela ainda estava tentando esconder essa frustração de todos. Senti meu coração pesado e triste. Eu me incomodando com ela, sendo que ela tinha seus motivos para proteger esse segredo.

Foi então que comecei a pensar em falar com Danielle e Diego sobre isso e confirmar o que já era uma quase verdade. Depois do jantar eu os reuniria em meu quarto e os questionaria sobre minha hipótese. 

Fotografei a caixa com as fotos dentro, fechei-a e refiz cuidadosamente o laço, quase tão perfeito quanto estava quando a encontrei. Guardei cuidadosamente a caixa onde a havia encontrado e arrumei o quarto, para que parecesse que ninguém houvesse estado ali. Depois disso, restava esperar. Voltei aos meus aposentos e mandei uma mensagem para Diego:

-Hoje, depois do jantar, preciso falar-te com urgência. É sobre a Sophia.-

Deitei em minha cama e esperei pelo jantar.

Minha Irmã: Sophia ValverdeOnde histórias criam vida. Descubra agora