A Prisão de Sangue

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Um dias depois de seu julgamento, a tropa de Nautica finalmente estava em Alfheim, à terra dos elfos. No caminho, todos tentaram fazer com que sua almirante fugisse, porém Nautica havia recusado, alegando que não seria certo e que deveria pagar pelo que fez da maneira correta, os soldados respeitaram a decisão de sua antiga capitã e finalmente eles haviam chagado onde queriam, o lugar onde deixariam sua comandante, a Prisão de Sangue.

O lugar era uma prisão muito bem fortificada, em uma ilha de Alfheim cercada pelo mar da terra dos elfos, a única forma de entrar na prisão era com guardas do palácio que tinham acesso. Os humanos tinham um acordo com os elfos para mandarem infratores considerados perigosos e poderosos para lá como medida de segurança, já que a magia dos elfos era superior a dos humanos, fazendo um lugar quase impossível de se escapar.

Já era fim de tarde em Alfheim, o sol começava a se por no horizonte, o vento um pouco gelado sobrava pelas vastas águas do oceano, águas estas que estavam calmas, permitindo que a navegação com os barcos que levavam o grupo fosse tranquila até a Prisão. Os soldados de Nautica chegaram à ilha da Prisão de Sangue juntamente com dois guardas elfos que faziam a escolta do grupo, deixaram os barcos atracados na costa e seguiram a pé para a entrada da prisão, ao chegarem aos portões de entrada, o grupo foi recebido pela comandante do local, a Elfa conhecida como Imperatriz da Prisão, Avencia.

Uma mulher séria com longos cabelos pretos e olhos vermelhos, usando uma espécie de boina vermelha, um uniforme militar preto com detalhes em vermelho vivo terminando em uma saia, por cima um sobretudo preto com detalhes em vermelho e dourado e em sua cintura, uma grande espada dourada embainhada. Avencia comandava a Prisão de Sangue com muita força de vontade e crueldade, afinal era um lugar cheio de seres perigosos, porém apesar de tudo, Avencia sempre teve também um lado fofo que escondia de todos.

- Então... Você será a nova hospede do castelo? – questionou Avencia se referindo a prisão como seu castelo.

O que não era mentira, pois o visual visto de fora, fazia a Prisão de Sangue se parecer muito com um enorme castelo, torres altas com vigias a todo momento, e afastado da ala dos prisioneiros, ficava a construção que abrigava Avencia e os soldados, lembrando muito um grande templo de Yamato. Era onde a imperatriz da prisão comandava a todos da ilha.

- É bom revê-la depois de tanto tempo, senhora Avencia. – dizia Nautica.

- Sem formalidades Nautica. Bom, deixem-na comigo, a partir de hoje este será seu novo lar, pelo menos “ela“ terá companhia. – afirmou Avencia soltando um leve suspiro.

- Ela? Como assim? – questionou Nautica.

- Você saberá quando vê-la. Afinal vão dividir a mesma cela. – respondeu Avencia.

- Almirante! – gritou os soldados.

Nautica então se virou para dar seu adeus às tropas que a ajudaram por tanto tempo.

- Não se preocupe com a marinha, ou com Nordicia! Vamos proteger nosso reino como sempre fazemos! E quando você sair, iremos vir busca-la, pode ter certeza! – dizia uma das recrutas derramando lágrimas.

- Sim... Estarei esperando vocês até lá... - disse Nautica dando um longo sorriso.

- Bom, se já se despediu, vamos... Nautica – dizia Avencia escoltando a Almirante para dentro da prisão.

Após os portões fecharem, os elfos que trouxeram Nautica levaram os outros soldados de volta, escoltando-os pelo vasto mar de Alfheim, sumindo no horizonte.

Enquanto isso, após algumas horas, dentro da prisão, Avencia coordenava Nautica pelo local, a almirante já tinha colocado o uniforme da prisão, se limpado, e agora se encontrava caminhando pelos corredores indo em direção a sua cela.

A prisão era um local enorme por dentro, vários corredores com celas diversas de cada lado, uma área para refeições no meio de tudo, do lado de fora havia uma área para que ficassem ao ar livre por um momento, claro que por ser ao ar livre tinha meios de impedir que alguém fugisse, a prisão era fechada por uma poderosa barreira mágica que somente Avencia tinha como desativar, os prisioneiros também usavam inibidores de magia, bloqueando assim qualquer tentativa de escapar usando seus poderes.

As duas passaram pelo corredor inteiro sendo recepcionadas por palavras e gritos dos outros prisioneiros chegando a última cela. Avencia a abriu e Nautica entrou. Era um lugar do tamanho de um quarto médio, com algumas camas ao lado, em uma delas, Nautica viu uma figura um tanto quanto familiar deitada a observando, era Quarys, a rainha dos elfos, porém sua pele estava um pouco mais escura.

- Q-quarys? O que faz aqui? Por que ela está aqui? Avencia? – questionou Nautica.

- Nós elfos temos nosso orgulho, nossas leis. Ela destruiu a cidade real com um elfo negro, por mais que estava fora do normal, à população não pensou assim, e ainda tem isso, a pele dela. – dizia Avencia apontando para Quarys. – Quando Solstis a libertou do controle mental, a pele dela não voltou ao normal.

- E o que tem isso? – questionou a almirante novamente.

- Para nós elfos de luz, ver nossa rainha se tornar uma Elfa negra foi algo assustador, tivemos que prende-la aqui. E por mais que sua pele volte ao normal um dia, ela ainda terá que pagar pelo que fez. Bom, espero que se divirtam ai. – disse Avencia fechando a cela e deixando o corredor indo a sua sala.

Nautica olhava para Quarys com um olhar de pena, de tristeza pelo que aconteceu a rainha dos elfos.

- Eu sei o que está pensando, e eu decidi que era o melhor para mim. Pelo menos até eu voltar ao normal. – disse Quarys.

- E tem uma forma? – perguntou Nautica.

- Sim, sempre há uma forma. Afinal não foi por vontade minha que me rendi a escuridão e ao medo. – respondeu Quarys.

- E quanto ao reino? Quem é a rainha se você está aqui agora? – perguntou a almirante novamente se sentando na cama de frente pra Quarys.

- Não se preocupe com isso, tem alguém que confio muito para esse trabalho, e tenho certeza... Que ela pode ser uma governante até melhor do que eu fui. – respondeu Quarys sorrindo.

Nautica observou Quarys por mais alguns instantes e então voltou seu olhar para a janela, a luz da lua iluminava os céus fora da prisão, a noite havia chegado e agora restava apenas a Nautica e Quarys confiarem tudo a nova geração.

Alfheim. Palácio real.

Os soldados no palácio corriam de um lado para o outo entregando diversos relatórios a seus comandantes, que posteriormente, relatavam a situação a sua nova rainha, Solstis. A Elfa foi escolhida após o povo rejeitar Quarys, e a própria nomear Solstis como sua sucessora direta ao trono. O povo não discordou, já que Solstis havia comandado as tropas rebeldes e libertado seu reino dos elfos negros, sendo considerada uma heroína de guerra.

- isto é tudo minha rainha! – dizia um soldado.

- Ótimo! Bom trabalho! Continue a patrulha pelas florestas e relate tudo conforme o planejado. Faça com que nossas tropas continuem fazendo os reparos na cidade real, dispensado! – disse Solstis.

O soldado se curvou e logo saiu do palácio para cumprir suas novas ordens. Solstis soltou um suspiro de alívio por seu trabalho no dia ter acabado e agora poderia enfim descansar. A rainha caminhou pelos corredores do palácio, subiu algumas escadas echegou à sacada do palácio tendo uma bela vista da floresta a noite, o vento batia em seu rosto fazendo seus cabelos se mexerem de um lado para o outro.

- Espero vê-la novamente, mas desta vez aqui fora, eu vou achar a cura, pode ter certeza, rainha Quarys. – disse Solstis observando o céu noturno de Alfheim com um sorriso no rosto.

Valkyrie Connect 2 - A Profecia da Serpente (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora