Cap 10 - Returning

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     Ok, eu estou nervosa. Ansiosa, na verdade. Estou quase morrendo dentro desse quarto. Eu e minha mãe não contínhamos contato desde a nossa briga idiota, não sei se ela anda me evitando ou se ela chegou a vir para casa entre esses dias.

      Olhei pela janela inúmeras vezes criando um discurso caso alguém venha me perguntar se eu não sofri nenhum arranham, ou vir falar "poxa achei que você tinha morrido!".

      Calcei meu all-star preto e abri a porta do meu quarto. Soltei uma lufada de ar, na tentativa de me acalmar e poder colocar as ideias no lugar. Desci as escadas percebendo que estava sozinha mais uma vez, graças ao esforço de Rosie e ao excelente dom de manipulação de Jisoo, tinha tudo o que era necessário para uma aluna normal ter para a ir a escola. Aproveitei esses dias em casa e fiz as matérias que já havia feito.

      Ajeitei a alça da bolsa em meu ombro e peito, puxando-a mais para cima. Deixei meu casacão preto fechado até o final para ficar bem aquecida e não esqueci da minha toca estilo. Abri a porta principal dando de cara com a neve branquinha que caia devagar e em pequenas quantidades. Me rastejei para fora, era uma boa caminhada da casa de Morgana a escola.

Colocou seus fones de ouvido. Outro feito de Roseanne e arrumar um celular e fones. Fones, sua salvação de diversas angústias. Deixou a música percorrer meu corpo, mexia os dedos discretos conforme a batida. E nem se deu conta já estar em frente da escola.

— Bom dia! - falei como sempre dizia na minha vida pacata de dois meses atrás. O segurança me olhou por debaixo do boné e logo arregalou os olhos. Suas mãos esfregaram nas enormes orbitas que tentavam assimilar minha imagem. Não eu não sou um pesadelo ou um fantasma - Tenha um bom trabalho. - sorri fraco e segui o caminho para dentro do inferno diário. Arrumei a alça novamente. Suspirando assim que todos me encararam

Via o espanto, curiosidade e o medo de alguns quando eu passei pela hall de entrada, nenhum deles escondia seus sentimentos. Um hábito que nunca muda. Lalisa e seu grupinho encostados no armário antes da entrada. Passei por eles com um sorriso estampado e pude ver a cara de Jungkook, e aquilo... aquilo me fez sentir sensacional, uma sensação nunca sentida antes. Pela primeira vez vi espanto e medo nos olhos do garoto que sempre me olhava com diferença e nojo.

— E ai florzinha! - Jungkook me barrou assim que eu passei por eles - Resolveu voltar? - riu como sempre, usando do seu deboche - Não espere que cuidado, vamos voltar com tudo! - desencostou do armário e bateu com força no ombro de Jennie e começou a caminhar para sala de aula, sendo seguido por Jimin.

Lisa olhou para mim com culpa, mas sei que nenhuma de nós duas poderiam fazer algo. Então, apenas dei de ombro, fazendo o mesmo que o grupinho dela havia feito, seguir em direção a sala.

— Bom dia classe! - a professora de química entrou em uma alegria que só, como se fosse Natal ou alguma outra data comemorativa - Como foi o final de semana de vocês? Bem? - riu. Ela não parava de caminhar de um lado para o outro - Bom já que as duplas está formadas, vamos aos estudos.

Eu era a única sem dupla. Não era algo de outro mundo, até porque eu sempre ficava sozinha.

Fiquei observando os desenhos que ela fazia no quadro enquanto explicava milimetricamente cada coisa. Fiquei entediada só de escuta-la, tinha me esquecido que as aulas de química eram chatas e muito teóricas.

— Pronto, esta tudo no quadro - sentou-se na cadeira, observando alguns papéis na mesma - Estão esperando o que? E para copiarem!

Bufei completamente contrariada, fazer aquilo era um saco!

Copiei o texto enorme e os inúmeros desenhos estranhos que ela havia colocado no quadro, dando graças a Deus que o sinal tocou.

— Bom dia Jennie, fiquei sabendo que estava de volta - o professor de arte me recebeu na sala de aula, que por enquanto estava vazia - Senti falta da minha melhor aluna.

Professor Marcus de Arte, ele era legal, e eu tenho quase certeza que ele fuma muito antes de dar aula, ele esta sempre muito doidão e calmo. Suas roupas são muito futurísticos um estilo incompreendido por muitos.

— Eu tive alguns problemas.

— Eu fiquei sabendo, minha fênix. - o olhei confusa. E ao entender minha confusão tardou em explicar - Você surgiu das cinzas, dois meses sepasaram pequena Ruby... sabe senti sua falta - ele me abraçou em forma de carinho.

— Eu também Marcu! - sorri fraco e caminhei para o mesmo local de sempre.

Eu vi as pessoas chegarem e se sentarem aos seus lugares. Arte era a matéria mais discriminada nesse colégio, principalmente por conta do professor. E incrível, por sinal.

Ele passou um pequeno texto explicando algumas técnicas que são mais usadas pelos artistas e logo pediu para que fizéssemos um trabalho simplesmente usando qualquer uma das técnicas que ele passou.

Ao final da aula ele me parou, como sempre fazia antes de eu parar de vir.

— Alguma ideia?

— Supresa professor! - sorri feliz saindo "saltitando" da sala.

- - -

    Não teremos ninguém em casa hoje neste horário. Vi Manoban sair com o grupinho dela na direção oposta da mansão. Então aproveitei que não tenho hora para voltar ou alguém para me encher de perguntas quando voltar, fui em direção na única loja de arte. Era mais uma bugiganga porque vendia de tudo, mas gostava dela.

— Boa tarde! - o atendente pulou, saindo debaixo da mesa. O mesmo tinha um chapéu enorme, estilo do Chapeleiro Maluco, usava um relógio de bolso, e aqueles óculos com uma lente só. Ele me analisou dos pés a cabeça - No que posso ajudar?

— Eu quero tinta óleo - ela abriu um sorriso enorme.

— Hm, então você e uma artista? - riu baixinho. Assenti. - E raro ver pessoas assim nessa cidade, menina, você é especial - riu animado e correu para trás da loja trazendo as tintas. - algo a mais?

— Não, apenas isso... - ele me fitou por muitos segundos, me assustando um pouco.

— Sabe, você se encaixa perfeitamente no perfil do meu funcionário ideal, nenhum outro parou, pois não entendiam a arte - ele percebeu a confusão em meu olhar - Pense com carinho, se sua resposta for sim, terá uma porta gigantesca te esperando - ele bateu suas palmas em alegria - Eu quero você para trabalhar comigo.

— Oh - meus olhos se arregalaram e um sorriso brotou nos meus lábios - Pensarei senhor.

STRANGE - Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora