ACORDAR

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Tive que sair correndo

Precisei me salvar de mim

Depois de tantas ruas sem saídas

Quedas e joelhos ralados

Tive que correr mais rápido

Abrir um buraco no muro

Passar para o outro lado

Tive que correr desesperado

Muito suor e poeira na cara

Desse pesadelo acordar não foi fácil

Só depois de muito tapa na cara

Não desperdicei mais nenhuma lágrima

Com dores que, na verdade, não eram nada

Tive que correr mesmo cansado

Para sair dessa cilada

Com pés no chão e roupa rasgada

Saí desse cinza que me rodeava

Enxerguei o que eu precisava

Desse mundo que vivemos ninguém leva nada.

Vinte vezes eu e outros poemasOnde histórias criam vida. Descubra agora