Duas Metades

Ela matou meu filho.

(Bianca)

Acordo com o meu celular fazendo uma dança com o vibrador. quem é o desesperado?

Pego o aparelho e vejo que tem muitas mensagens da Beatriz. Merda, ela deve ta querendo me matar.

Whats on:

Cadê você, sua vaca? Não acredito que você dormiu com meu homem😡"
Leio aquilo e quem quer matar ela sou eu.

"O quê? Eu te falei que qualquer coisa poderia acontecer"
Envio.

"😡ele beijou você? EU TE MATO sua cachorra!"

Me poupe, Beatriz, não sou obrigada a ficar vendo você me xingar por causa de uma coisa que você poderia ter resolvido. Quando eu chegar em casa, conversamos."

Whats off.

Bloqueio a tela do meu celular e respiro fundo. Olho para Luan e ele dorme sereno ainda abraçado ao meu corpo.

Se ele soubesse o quanto o amo.

Beijo seu rosto de vagar, e tiro seu braço de mim com delicadeza pra não acorda-lo. Pego meu celular novamente, e caminhando até a janela vejo que já sao 11h.

- Bianca, eu trouxe uma roupa para você. Deve estar querendo tomar um banho. Bruna diz entrando com cuidado pra não acordar Luan.

Me viro e digo: - Ah, não precisava. Sorriu sem graça.

Bruna:- tem tudo o que você precisa, e ta tudo novinho. Me estende uma sacola.

- Obrigado. Digo e agora é a vez dela sorrir.

- Não é nada. Da de ombros e vai em direção a porta.

- Bruna. A chamo e ela se vira.
Desculpa pelo Luan ter te gritado por minha causa.

Bruna:- ah, tudo bem. Se foi por você ta valendo. Diz e sai pela porta.
Sorriu e pegando as coisas, vou até o banheiro.

******

Tomo um banho tranquilo e resolvo não molhar o cabelo. Dou um 360 observando o banheiro de Luan que tem mais produtos pra cabelo do que um salão, além de tudo ser organizadinho. Tenho certeza que essa façanha é de sua mãe.

Me olho no espelho depois de me vestir.

vejo que só preciso passar um lapis de olho. Assim faço e saio do recinto e Luan ainda dorme.

Se o mundo acabasse agora, ele não veria.

Pego a sacola com minhas coisas e ponho o seu casaco dentro. Me aproximo de vagar, e depositando um beijo no canto de sua boca, digo um eu te amo, baixinho.

Saio dali e descendo as escadas, dou de cara com a mãe de Luan.

- Bom dia. Digo baixando a cabeça.
Marisete: bom dia, já ta indo? Diz doce.

Bianca:- sim, já fiquei tempo de mais fora de casa, meus pais devem está preocupados.

Ela sorrir e diz:- ta certo, mais vai comer primeiro, não quero ninguém saindo daqui de barriga vazia.

Tento abrir a boca pra dizer algo, mais quando dou conta, já estou sentada na mesa da sala de jantar.

- Eu queria te pedir desculpa minha querida, Bruna me explicou tudo, aquelas palavras não eram para você. Marisete diz sem graça.

Bianca:- tudo bem. Eu entendo. Sorri amigável.

Marisete:- você é tão linda e doce, apesar de ter a mesma cara da sua irmã, não tem nada dela. Quem dera meu filho namorar você. Segura minha mão.

Fico sem graça e digo: - é, o que minha irmã fez para vocês se darem tão mal assim?

- Ah, minha querida, pergunta para o Luan, ele não gosta que agente fale disso. Concordo com a cabeça.

Ela matou meu filho. Luan diz aparecendo na sala.

(...)

Luan: - ela matou o meu filho.
Ele diz entrando na sala de jantar.

Baixo minha cabeça pondo a mão na testa querendo entender tudo isso.

Bianca: - como assim, matou o seu filho? Levanto o olhar até Luan.

- Meu filho, você não precisa falar disso se não quiser. Sua mãe diz colocando a mão em seu ombro.

- Não, mãe. Bianca precisa saber quem é a irmã dela, e o que ela foi capaz de fazer. Sempre achei ridículo isso de esconder dela. Sua expressão é séria e tenho medo do que estou prestes a ouvir.

Marisete:- está bem. Vou deixa-los sozinhos. Sai em direção a cozinha.
Luan respira fundo e sentando do outro lado da mesa, diz: ela tava gravida de 3 meses e meio, eu havia ficado muito feliz, mais ela não parecia está. Faz uma pausa.
Eu disse a ela que não precisava ficar com medo, que eu iria assumir e ama-lo com todo o meu coração e não iria faltar nada para ele.
Vejo os olhos de Luan encherem de lágrimas.

Seguro em sua mão e digo: - não precisa continuar se não quiser.

Ele limpa o rosto e me olhando dentro dos olhos diz: - não, eu quero continuar, eu preciso continuar.

Apenas concordo com a cabeça e faço sinal para que ele continue.

Luan: - daí ela aceitou e começamos a fazer o pré natal. Era um menino, eu tinha até escolhido o nome. Iria se chamar Isaque. Mais ela queria fazer uma viagem mais não podia porque o bebê estava com o sangue fraco, e precisava que ela ficasse de repouso. Daí brigamos feio, e ela resolveu tomar a porra de abortivos pra matar o bebê, levei ela pro hospital, mais já era tarde, meu filho já tinha morrido. E tudo por causa de uma maldita viagem. Ele acaba de falar e dando um soco na mesa, se entrega as lágrimas.

Me levanto da onde estou, e já chorando também, sento ao seu lado e o abraço forte.

Aperto Luan em meus braços, ele realmente parecia ter sentido essa perda.

Mais como minha irmã pôde chegar tão longe? Como Beatriz teve coragem para tamanha crueldade?

A verdade é que tô morrendo de vontade de socar a cara dela agora, isso não se faz. Ainda mais com um serzinho que nem se quer pôde ter acesso a vida.

- Porque bi? Porque ela fez isso comigo? Porque ela acabou com a minha alegria? Luan diz em prantos agarrado a mim.

Bianca:- xiu. Eu não sei, mais gostaria de saber muito. Calma, ta? Calma por favor. Acaricio suas costas.

- Me perdoa, me perdoa por isso, ta? Eu estou completamente envergonhada com isso. Não sei nem o que te dizer. Continuo chorando ainda abraçada a ele.

Luan se afasta um pouco e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha diz:- ei, você não tem culpa de nada. Você é bem diferente da sua mãe e a Beatriz. Você tem caráter e sei que você jamais permitira uma coisas dessas, por isso quiseram te esconder. E eu feito idiota concordei com isso.

Bianca:- me sinto uma inútil, eu queria estar contigo nesse momento. Baixo a cabeça.

- Para, ta? Você estar aqui agora, e é isso que importa. Luan pega em meu queicho e me faz olha-lo.

- Eu te adoro de mais, minha bi. Ele continua beijando minha mão e me abraçando em seguida. Nos afastamos e quando dou por mim, estamos com as testas grudadas.