O trem bala seguia o percurso. Seu potente motor elétrico silen-
cioso puxava energia das bobinas de Tesla, gigantescas torres que libe-
ram no seu topo raios azuis claro de energia. O caminho era composto
apenas por arbustos e pequenas árvores. Nenhum sinal de cidade, mas a
civilização tocava todos os cantos. Como Tesla uma vez sonhou, o mun-
do estava conectado por energia elétrica. Acesso gratuito a todos.
Em uma das cabines, um homem por volta de seus 50 anos, cabe-
los grisalhos e barba por fazer com um pesar nos olhos enrugados puxa-
va seu relógio de bolso dourado para ver o horário. Apenas olhando para
o céu não era possível dizer que horas era. Os raios de energia cobriam
todo o céu, o que tornava impossível enxergar uma nuvem, nem a Lua,
nem o Sol.
O dia é eterno.
De frente para ele, um jovem de 18 anos, lendo um jornal que ha-
via comprado na estação. Suas feições joviais estavam preocupadas
com o que ele estava lendo. O senhor calejado sabia reconhecer essas
expressões. Sabia que se tratava da guerra. Nos últimos dias, o relógio
do apocalipse havia sido adiantado para 23:59. Meia-noite significa
destruição total do mundo. Tudo isso devido as crescentes tensões em
Cuba. Os soviéticos haviam realocado quase todo seu poderio de bom-
bas para lá, e os Estados Unidos estavam prestes a começar uma guerra
por medo.
O velho sabia que podia seguir o resto do percurso em silêncio,
apenas escutando a música tocada por rádio transmissão nos alto-falan-
tes da cabine, não era sua obrigação conversar com ele. Porém, o seu ín-
timo dizia que ele poderia acalmar o jovem, ele mesmo já passou por
essa sensação, esse medo. Se ia conseguir ele não sabia. Mas deveria tentar.
- Garoto.
- Oi? - O jovem distraído demorou para assimilar que o senhor
à sua frente estava falando com ele.
- Desculpa incomodar, mas você parece tenso. O que houve? -
O jovem apenas levantou o jornal mostrando a manchete sobre a guerra.
O senhor não havia errado seu palpite.
- Posso te contar uma história?
- Claro.
- Eu já estive em guerra. Lutei na Batalha de Paris. Me lembro o
som de cada tiro ecoando pelo campo de batalha. Eu fazia parte do es-
quadrão de Aviões DV(decolagem vertical).
"Os nazistas costumavam usar Zeppelins como bombardeiros,
mesmo sendo lentos, eles eram silenciosos e conseguiam carregar mui-
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Teslapunk's Guerra Fria
Science FictionComo seria a guerra fria se o rumo da segunda guerra Mundial fosse alterado com a implementação de tecnologias de Nikola Tesla, como os aviões de decolagem vertical, canhão da morte e máquinas movidas a energia elétrica?