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alguns anos antes
Quatro meses se passaram e as pessoas ainda me olham com pena quando passo por elas, e ainda assim, me sinto incomodada, como se minha pele queimasse a cada passo que dou diante aquele corredor. Séria mais um dia onde as pessoas só falam comigo por pena, ou algum novato que vem atrás de monitoria, coisa que sempre acaba em dois dias após os boatos que espalham.
Os cochichos e murmuros me acompanham há muito tempo, bem antes de tudo acontecer, era como se fosse uma maldição. Aiden coseguia ser um péssimo irmão quando queria, sempre me arranjando problemas com a direção e eu como uma boa irmã mais nova resolvia tudo com as desculpas de que nunca mais iria acontecer novamente, mas ele era minha única família, o único que esteve comigo em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis. Eu sinto sua falta todos os dias.
- Ruel chamando Amélia! Repito: Ruel chamando Amélia! - Ruel estalou seus dedos em frente meu rosto chamando minha atenção. - Você prestou atenção no que falei?
- O que você falou?
- Falei que Lewis Horan está vindo na sua direção! - Automaticamente minha cabeça girou na direção que Ruel apontou, tão rápido que o estalo em meu pescoço só doeu segundos depois.
Lewis Horan caminhava a passos duros e determinados em minha direção. Com todo o seu ar de garoto mal e sua caranca de quem comeu e não gostou, afim de espantar qualquer ser humano que queira chegar perto do seu "bom-humor" e tudo que caracteriza ele como um badboy de histórias fictícias. O que é irônico pois ele é exatamente o oposto disso, segundo Aiden.
- Não está não. - Falei rápido, virando de volta meu pescoço para o interior do armário, pegando um livro de microbiológica.
Ruel soltou uma gargalhada, balançando a cabeça negativamente: - Está sim!
- Cala a boca Ruel e começa a andar para longe! - Puxei o garoto rumo contrário a Lewis.
Tudo que estivesse ao meu alcance para evitar e ficar bem longe de Lewis Horan seria feito, ou pelo menos eu tentaria, já que é tudo que espero conseguir. Caminhamos rápido contra as pessoas, esbarrando fez ou outra em algumas que resmugavam em protesto, e mesmo assim Lewis nos seguia. Toda vez era isso, ele me procurava, ou pelo menos tentava e eu fugia.
Não quero falar com ele, não quero olhar para ele, não quero ter que lidar com isso.
Estávamos em um corredor sem saída e as únicas alternativas eram o banheiro feminino e o ginásio, que estava fora de cogitação, muito grande e a única saída que leva para fora do prédio está trancada. Puxei Ruel para o banheiro, fechando a porta com força.
- Você me trouxe para um banheiro feminino! Safada! - Ruel murmurou fingindo está irritado.
- Cala a boca, Ruel, você vem aqui mais que aquelas patricinhas. - Me afastei da porta
