O sol lá fora, depois da minha janela, parecia fritar o asfalto. Meio-dia o sol estava a pino. Eu estava sentada na ponta da minha cama, pensativa. Ultimamente eu ficava assim, distraída, aguardando alguma coisa, alguém, nesse caso esse alguém era o Adam. Fiquei ali pensativa por alguns minutos. Então decidi entrar no banheiro e tomar um banho. Efraim, Gael e Juvia iam almoçar no restaurante do meu pai. Eu iria leva-los, eles ainda não sabiam andar muito bem na cidade. Desci a escada e eles já estavam na varanda do lado de fora da casa me esperando, dei uma leve corridinha até a porta e destranquei a fechadura.
– Oi! – exclamei. – Querem entrar? Ou já querem ir para o restaurante?
– Podemos entrar? – ele perguntou com um sorriso.
– Claro, entrem, fiquem a vontade. A gente tem que esperar o Guilherme mesmo, ele vai vim junto com a Luana, não iremos andando, nesse sol – dei uma risadinha. – O restaurante é um pouquinho longe.
– Entendi. – Efraim meio que desviou seu olhar do meu. Ele aparentava nervosismo.
– Ãhhh, então – comecei, sentando no sofá da sala. – Vão se matricular na escola, não é? Juvia e Gael?
– Sim – ambos responderam.
– E você Efraim? – ele estava totalmente distraído.
– Efraim?!
– Ãh? Oi? Desculpe, Emi.
– Está com a cabeça longe. Depois eu quem sou a distraída.
Ele riu um pouco.
– O que você perguntou?
– Se você vai se matricular na escola também.
– Sim. Mayana está me ajudando com a documentação que precisa e toda a papelada necessária.
Mayana sempre sendo um amor. Ajudando os outros.
– Aqui no Brasil há muita burocracia. Eu já estava acostumado com o governo da Islândia e confesso que estou estranhando o daqui.
– Entendo. Confesso que eu estava começando a me acostumar com as coisas de lá.
De repente, Juvia começou a tossir sem parar.
– Juvia, está tudo bem? – Efraim perguntou, preocupado, pondo sua mão esquerda no ombro da Juvia.
– Estou com um pouco de sede – ela respondeu, tossindo.
– Querida, espere um pouquinho, vou pegar um copo d'água pra você. Ah... Alguém mais quer? – perguntei me levantando do sofá.
– Não. – Efraim e Gael responderam.
Andei até a cozinha e senti que alguém estava me seguindo.
– Posso entrar? – era Juvia, estava parada agora na porta. Sorri pra ela e acenei um sim.
– E então... – comecei a falar, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa com água e a colocando no balcão. – estão gostando de morar na Casa Grande?
– Sim! Lá é muito legal e eu estou muito ansiosa para a escola! – o entusiasmo dela era evidente. – Mas o mano parece não gostar muito de morar lá, ele quer arrumar um trabalho e alugar uma casa pra gente.
– Como assim? Ele quer pagar aluguel?! Claro que não! A Casa Grande é Grande como o próprio nome já diz. É o suficiente para vocês morarem lá e ainda há bastante espaço.
Pelo que eu sabia das leis da O.S cada membro/integrante da sociedade, ao sair ou desejar sair da organização, ganha por direito uma casa fora dela. O membro pode escolher qual cidade, estado ou país deseja morar e a organização lhe doará uma casa, única e exclusivamente para tal morar em perfeitas condições humanitárias, tendo o básico e possível conforto. Era uma troca na verdade, porque quando se entra na sociedade se ganha uma casa lá dentro, ao sair da sociedade eles lhes devolve a casa para o "o mundo normal", ficando assim a casa livre para outro membro novato que irá entrar.
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Que seja para sempre: INJÚRIA
Fiction généraleInjúria da série Que Seja Para Sempre