1. AGUARDO

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O sol lá fora, depois da minha janela, parecia fritar o asfalto. Meio-dia o sol estava a pino. Eu estava sentada na ponta da minha cama, pensativa. Ultimamente eu ficava assim, distraída, aguardando alguma coisa, alguém, nesse caso esse alguém era o Adam. Fiquei ali pensativa por alguns minutos. Então decidi entrar no banheiro e tomar um banho. Efraim, Gael e Juvia iam almoçar no restaurante do meu pai. Eu iria leva-los, eles ainda não sabiam andar muito bem na cidade. Desci a escada e eles já estavam na varanda do lado de fora da casa me esperando, dei uma leve corridinha até a porta e destranquei a fechadura.

– Oi! – exclamei. – Querem entrar? Ou já querem ir para o restaurante?

– Podemos entrar? – ele perguntou com um sorriso.

– Claro, entrem, fiquem a vontade. A gente tem que esperar o Guilherme mesmo, ele vai vim junto com a Luana, não iremos andando, nesse sol – dei uma risadinha. – O restaurante é um pouquinho longe.

– Entendi. – Efraim meio que desviou seu olhar do meu. Ele aparentava nervosismo.

– Ãhhh, então – comecei, sentando no sofá da sala. – Vão se matricular na escola, não é? Juvia e Gael?

– Sim – ambos responderam.

– E você Efraim? – ele estava totalmente distraído.

– Efraim?!

– Ãh? Oi? Desculpe, Emi.

– Está com a cabeça longe. Depois eu quem sou a distraída.

Ele riu um pouco.

– O que você perguntou?

– Se você vai se matricular na escola também.

– Sim. Mayana está me ajudando com a documentação que precisa e toda a papelada necessária.

Mayana sempre sendo um amor. Ajudando os outros.

– Aqui no Brasil há muita burocracia. Eu já estava acostumado com o governo da Islândia e confesso que estou estranhando o daqui.

– Entendo. Confesso que eu estava começando a me acostumar com as coisas de lá.

De repente, Juvia começou a tossir sem parar.

– Juvia, está tudo bem? – Efraim perguntou, preocupado, pondo sua mão esquerda no ombro da Juvia.

– Estou com um pouco de sede – ela respondeu, tossindo.

– Querida, espere um pouquinho, vou pegar um copo d'água pra você. Ah... Alguém mais quer? – perguntei me levantando do sofá.

– Não. – Efraim e Gael responderam.

Andei até a cozinha e senti que alguém estava me seguindo.

– Posso entrar? – era Juvia, estava parada agora na porta. Sorri pra ela e acenei um sim.

– E então... – comecei a falar, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa com água e a colocando no balcão. – estão gostando de morar na Casa Grande?

– Sim! Lá é muito legal e eu estou muito ansiosa para a escola! – o entusiasmo dela era evidente. – Mas o mano parece não gostar muito de morar lá, ele quer arrumar um trabalho e alugar uma casa pra gente.

– Como assim? Ele quer pagar aluguel?! Claro que não! A Casa Grande é Grande como o próprio nome já diz. É o suficiente para vocês morarem lá e ainda há bastante espaço.

Pelo que eu sabia das leis da O.S cada membro/integrante da sociedade, ao sair ou desejar sair da organização, ganha por direito uma casa fora dela. O membro pode escolher qual cidade, estado ou país deseja morar e a organização lhe doará uma casa, única e exclusivamente para tal morar em perfeitas condições humanitárias, tendo o básico e possível conforto. Era uma troca na verdade, porque quando se entra na sociedade se ganha uma casa lá dentro, ao sair da sociedade eles lhes devolve a casa para o "o mundo normal", ficando assim a casa livre para outro membro novato que irá entrar.

Que seja para sempre: INJÚRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora