Eu estava fazendo minha mala. Já havia se passado uma semana desde aquela ligação. A ligação do Adam.
Alguns colegas da escola tinham organizado um passeio pro fim de semana na cachoeira das borboletas. Eu convidei o Efraim e ele disse que a Jade já o tinha convidado. Fiquei na boa e respirei fundo, então eu pedi que ele viesse junto comigo no carro. Pedi o Tercel emprestado pra minha mãe, eu não estava afim de ir com o Guilherme, no carro dele.
– Tudo bem. Vou levar só algumas roupas.
– Leve alguns cobertores também, não esqueça. – Alertou minha mãe.
– Claro, mãe.
– Não esqueça do repelente, lá deve ter muitos mosquitos.
Fiz que sim com a cabeça.
– O Efraim já está lá embaixo, filha. – Meu pai veio avisar, parando a porta.
– Diga que já estou descendo.
– Vai quantos professores?
– Quatro, mãe. Não se preocupe.
– Olha, eu devia ir também.
– Pai, não começa.
Ele era protetor até demais, mas isso não adiantava em nada, já havia participado de guerras e saído do país.
– O Guilherme, o Efraim, o Patrick, todo mundo vai estar lá. Adultos estarão presentes, ok? Vai ficar tudo bem. Deixa eu ser uma adolescente normal, há muito tempo que eu não vivo como uma.
– E quanto o Efraim? O Guilherme concordou em você ir com ele?
– Mais ou menos.
– Sei não, hein? Vocês estão estranhos.
– Mãe, deixa. Isso é coisa nossa. – Falei isso, pegando minha mala e já saindo do quarto.
– Tudo bem, vocês quem sabem. Vocês que se resolvam.
– Isso. Pai, me ajuda a levar a mala lá pra baixo?
Ele pegou a mala e foi descendo primeiro, fui logo atrás dele. Quando enfim descemos a droga daquela escada, sério, odeio escadas! Então, quando finalmente desci as escadas e vi o Efraim, sorri que nem uma tonta para ele.
– Oi, Efraim – disse toda boba.
Meu pai me olhou e depois olhou para ele.
– Ãnnn... Vocês vão juntos, certo?
– Sim, senhor. – Respondeu Efraim, se levantando do sofá.
– Meu rapaz – meu pai começou, colocando seu braço ao redor do Efraim. Franzi a testa e uni as sobrancelhas. Achei estranha essa atitude do meu pai. – Não, esqueça da nossa reunião semana que vem e cuide bem da minha filha.
– Pai! – exclamei. Que vergonha ele estava me fazendo passar e quanto a reunião, estava tudo certo, já estava ajeitado com meus pais e com a Mayana e o William; e o Guilherme não estava sabendo de nada. Tudo se encaminhava na mais perfeita ordem. – Pai! Isso não é um encontro! Pelo amor de Deus! Efraim, vamos.
Peguei ele pelo braço e apanhei a mala o mais rápido que eu pude.
– Divirtam-se! – ouvi minha mãe gritando, quando finalmente já estávamos fora da casa.
– Tchau! Efraim, entra logo e pega essa mala aqui, onde está a sua?
– Já está dentro do carro. Olha. – Ele apontou para os acentos de trás do Tercel.
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Que seja para sempre: INJÚRIA
Ficțiune generalăInjúria da série Que Seja Para Sempre