4. PASSEIO NA CACHOEIRA

25 1 0
                                    

   Eu estava fazendo minha mala. Já havia se passado uma semana desde aquela ligação. A ligação do Adam.

   Alguns colegas da escola tinham organizado um passeio pro fim de semana na cachoeira das borboletas. Eu convidei o Efraim e ele disse que a Jade já o tinha convidado. Fiquei na boa e respirei fundo, então eu pedi que ele viesse junto comigo no carro. Pedi o Tercel emprestado pra minha mãe, eu não estava afim de ir com o Guilherme, no carro dele.

– Tudo bem. Vou levar só algumas roupas.

– Leve alguns cobertores também, não esqueça. – Alertou minha mãe.

– Claro, mãe.

– Não esqueça do repelente, lá deve ter muitos mosquitos.

Fiz que sim com a cabeça.

– O Efraim já está lá embaixo, filha. – Meu pai veio avisar, parando a porta.

– Diga que já estou descendo.

– Vai quantos professores?

– Quatro, mãe. Não se preocupe.

– Olha, eu devia ir também.

– Pai, não começa.

Ele era protetor até demais, mas isso não adiantava em nada, já havia participado de guerras e saído do país.

– O Guilherme, o Efraim, o Patrick, todo mundo vai estar lá. Adultos estarão presentes, ok? Vai ficar tudo bem. Deixa eu ser uma adolescente normal, há muito tempo que eu não vivo como uma.

– E quanto o Efraim? O Guilherme concordou em você ir com ele?

– Mais ou menos.

– Sei não, hein? Vocês estão estranhos.

– Mãe, deixa. Isso é coisa nossa. – Falei isso, pegando minha mala e já saindo do quarto.

– Tudo bem, vocês quem sabem. Vocês que se resolvam.

– Isso. Pai, me ajuda a levar a mala lá pra baixo?

Ele pegou a mala e foi descendo primeiro, fui logo atrás dele. Quando enfim descemos a droga daquela escada, sério, odeio escadas! Então, quando finalmente desci as escadas e vi o Efraim, sorri que nem uma tonta para ele.

– Oi, Efraim – disse toda boba.

Meu pai me olhou e depois olhou para ele.

– Ãnnn... Vocês vão juntos, certo?

– Sim, senhor. – Respondeu Efraim, se levantando do sofá.

– Meu rapaz – meu pai começou, colocando seu braço ao redor do Efraim. Franzi a testa e uni as sobrancelhas. Achei estranha essa atitude do meu pai. – Não, esqueça da nossa reunião semana que vem e cuide bem da minha filha.

– Pai! – exclamei. Que vergonha ele estava me fazendo passar e quanto a reunião, estava tudo certo, já estava ajeitado com meus pais e com a Mayana e o William; e o Guilherme não estava sabendo de nada. Tudo se encaminhava na mais perfeita ordem. – Pai! Isso não é um encontro! Pelo amor de Deus! Efraim, vamos.

Peguei ele pelo braço e apanhei a mala o mais rápido que eu pude.

– Divirtam-se! – ouvi minha mãe gritando, quando finalmente já estávamos fora da casa.

– Tchau! Efraim, entra logo e pega essa mala aqui, onde está a sua?

– Já está dentro do carro. Olha. – Ele apontou para os acentos de trás do Tercel.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 15, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Que seja para sempre: INJÚRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora