A caminho da casa chique da Jade, eu já estava ficando nervosa, fazia tanto tempo que eu não ia para lá. Senti uma ansiedade e comecei a suar nas mãos. O clima no carro também não ajudava em nada, estava tenso e esquisito. Eu estava adiando a conversa que eu queria ter com o Guilherme. Não sabia por onde começar e eu estava com medo, apavorada. Ele também estava estranho, parecia desconfortável. Ambos estavam.
– Como se sente? – ele perguntou.
– Desconfortável e incomodada. Lua deve estar muito chateada comigo.
– Ela vai superar. A Jade é sua amiga mais antiga, a Lua tem que entender.
– É. Amanhã eu converso com ela. Tomara que essa noite passe bem rápida.
– Não se preocupe.
Respirei bem fundo. Por um lado eu estava feliz em passar algum tempo com minha amiga mais antiga. Ela era metida? Sim, mas foi à única que se aproximou de mim e me aceitou como eu era.
Guilherme estava indo pelo caminho que eu indiquei. Ele ainda não conhecia direito as ruas de Minas.
– Como o Efraim está na Casa Grande?
– Jura?
– O quê?
Ele me olhou com uma cara nada amigável.
– Você fica falando demais nele, antes ficava tagarelando o nome ridículo do Adam, agora é o Efraim.
– Ah, pelo amor de Deus, Guilherme! Não começa.
Ele fechou os olhos por um breve momento e respirou bem fundo.
– Emi! Chega de falar desses caras! Chega!
– Nossa. Não é para tanto, Guilherme. Fique calmo. Você é impulsivo, pelo amor de Deus! Converso com você mais tarde. Chegamos. Obrigada pela carona.
Abri a porta, apanhei minha bolsa e sai do carro.
– Não está esquecendo de nada?
Fiz cara de indagação. Vi que as meninas estavam do lado de fora da casa. Voltei a olhar para o Gui.
– O quê?
– Deixa pra lá. Boa festa do pijama para vocês.
Ele simplesmente se esticou um pouco e fechou a porta e saiu feito louco pela estrada. Muito rude.
– Emi! – os gritos desesperados de entusiasmos pairavam atrás de mim. Me virei e andei até elas que saltitavam ainda mais com minha aproximação.
Blair, Monick e Clara me abraçaram ao mesmo tempo. Eu estava me sentindo um bezerro sendo sufocada por uma jiboia, mas eu gostei daquele abraço sufocante.
– Oi, meninas – disse sem ar.
– Que saudade de você, Emi! – elas gritaram.
– Também senti saudades de todas vocês. – E era verdade, eu senti muita falta delas. Muita falta mesmo. Eu era a quietinha do grupo e eu sempre observava mais do que todas, eu não fazia ideia de que elas poderiam sentir minha falta, porque era sempre como se eu não estivesse presente.
– Vamos entrar, senhoritas? Está frio aí fora. – Disse o vigia da casa da Jade.
– Bem-vinda, Emi. – A senhora Clear me recebeu com um abraço. – Queria me desculpar por hoje mais cedo.
Balancei a cabeça negativamente.
– Não, tá tudo bem, senhora Clear. – Sorri.
– Vamos, meninas. – Jade nos chamou.
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Que seja para sempre: INJÚRIA
Fiction généraleInjúria da série Que Seja Para Sempre