2. PRIMEIRO DIA

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A caminho da casa chique da Jade, eu já estava ficando nervosa, fazia tanto tempo que eu não ia para lá. Senti uma ansiedade e comecei a suar nas mãos. O clima no carro também não ajudava em nada, estava tenso e esquisito. Eu estava adiando a conversa que eu queria ter com o Guilherme. Não sabia por onde começar e eu estava com medo, apavorada. Ele também estava estranho, parecia desconfortável. Ambos estavam.

– Como se sente? – ele perguntou.

– Desconfortável e incomodada. Lua deve estar muito chateada comigo.

– Ela vai superar. A Jade é sua amiga mais antiga, a Lua tem que entender.

– É. Amanhã eu converso com ela. Tomara que essa noite passe bem rápida.

– Não se preocupe.

Respirei bem fundo. Por um lado eu estava feliz em passar algum tempo com minha amiga mais antiga. Ela era metida? Sim, mas foi à única que se aproximou de mim e me aceitou como eu era.

Guilherme estava indo pelo caminho que eu indiquei. Ele ainda não conhecia direito as ruas de Minas.

– Como o Efraim está na Casa Grande?

– Jura?

– O quê?

Ele me olhou com uma cara nada amigável.

– Você fica falando demais nele, antes ficava tagarelando o nome ridículo do Adam, agora é o Efraim.

– Ah, pelo amor de Deus, Guilherme! Não começa.

Ele fechou os olhos por um breve momento e respirou bem fundo.

– Emi! Chega de falar desses caras! Chega!

– Nossa. Não é para tanto, Guilherme. Fique calmo. Você é impulsivo, pelo amor de Deus! Converso com você mais tarde. Chegamos. Obrigada pela carona.

Abri a porta, apanhei minha bolsa e sai do carro.

– Não está esquecendo de nada?

Fiz cara de indagação. Vi que as meninas estavam do lado de fora da casa. Voltei a olhar para o Gui.

– O quê?

– Deixa pra lá. Boa festa do pijama para vocês.

Ele simplesmente se esticou um pouco e fechou a porta e saiu feito louco pela estrada. Muito rude.

– Emi! – os gritos desesperados de entusiasmos pairavam atrás de mim. Me virei e andei até elas que saltitavam ainda mais com minha aproximação.

Blair, Monick e Clara me abraçaram ao mesmo tempo. Eu estava me sentindo um bezerro sendo sufocada por uma jiboia, mas eu gostei daquele abraço sufocante.

– Oi, meninas – disse sem ar.

– Que saudade de você, Emi! – elas gritaram.

– Também senti saudades de todas vocês. – E era verdade, eu senti muita falta delas. Muita falta mesmo. Eu era a quietinha do grupo e eu sempre observava mais do que todas, eu não fazia ideia de que elas poderiam sentir minha falta, porque era sempre como se eu não estivesse presente.

– Vamos entrar, senhoritas? Está frio aí fora. – Disse o vigia da casa da Jade.

– Bem-vinda, Emi. – A senhora Clear me recebeu com um abraço. – Queria me desculpar por hoje mais cedo.

Balancei a cabeça negativamente.

– Não, tá tudo bem, senhora Clear. – Sorri.

– Vamos, meninas. – Jade nos chamou.

Que seja para sempre: INJÚRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora