Capítulo 6

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Termino meu expediente e vou para o Season's. De longe vejo Marco sentado em uma das mesas, a sua frente tem um buquê de rosas. Ele balança sua perna direita ansiosamente enquanto olha para um casal com os braços cruzados.  Ao me ver ele abre um sorriso nervoso e se levanta vindo sem jeito em minha direçao. 

-Eu nao sabia se podia pedir algo entao... eu nao pedi. -Ele diz e da um meio sorriso. -Mas podemos pedir agora se você quiser, eu nao sabia oque você gosta, por isso nao ousei pedir nada.

-Podia ter pedido, eu nao tenho gostos quando se trata de comida. - Nós dois rimos e ele puxa minha cadeira para que eu possa me sentar. -Obrigada. - digo e me sento.

Season's é um restaurante japonês. Eu e John costumávamos vir aqui quando nos conhecemos.

-Eu... comprei para você... nao sei se voce gosta mas eu resolvi me atrever. -Ele diz enquanto ri.

-Nao precisava mas obrigada, sao realmente lindas... -Passo a mao por uma das rosas mas furo meu dedo. -Eu podia jurar que eram artificiais, desculpa...

- Nao precisa se desculpar, fui eu quem esqueceu de avisar. Mas agora que viu que ela nao é artificial, vai ter que cuidar para que ela cresça. 

-Claro que vou cuidar, ela depende de mim agora. -Marco toca minha mao.

-Acho bom...

Olho para a janela e vejo John. Isso nao pode ser real, ele nao deveria estar aqui e ainda mais com ela. Ele solta a mao de sua atual quando me vê, mas ela chama a atençao e parece perguntar o porque de tê-la soltado, nao tenho certeza pois o restaurante está barulhento hoje (oque quase nunca acontece) e pelo fato de eles estarem do outro lado da rua. Ele segura sua mao novamente me olhando com ódio. Sinto a mao de Marco mexendo na minha e saio de meus pensamentos.

-Viu um fantasma?- Ele diz e eu olho para seu rosto sem expressao. 

-Nao, eu só... estou com um pouco de fome, que tal pedirmos um Temake?

-Acho melhor pedirmos dois.- Ele levanta sua mao chamando o garçom. -Cream cheese?

-Sim, claro. 

Passamos o resto do almoço conversando sobre nós quando chegamos no assunto de sua esposa.

-Ela continua do mesmo jeito? Aquele hospital é o melhor da cidade, como eles podem nao ter uma soluçao?

-Eu nao faço ideia, e sim, ela continua sem dar nenhum sinal. Deus me perdoe pelo oque vou dizer mas eu acho que ja nao tenho mais esperanças quanto ela ter alta ou dar algum sinal.

-Nao diga isso, ela vai melhorar, vai dar tudo certo, confie em mim. -Digo e ele me beija. Nao um beijo agressivo e rápido, mas um beijo lento e doce. Ele é doce e gentil  e sinceramente, sua voz é irresistível. -Mas... e Linda?

-Ela nao está aqui, está?

Eu vejo você.Onde histórias criam vida. Descubra agora