— Eu me lembro de correr pela cidade durante toda a madrugada, gritei pelo meu irmão até perder a voz, mas ele nunca me respondeu de volta, e eu jamais o vi depois daquela noite. — Namjoon terminou seu monólogo no grupo de apoio, com os cotovelos deixando marcas vermelhas sobre seus joelhos, e um olhar distante, perdidos dez anos atrás para ser exato. Na última lembrança que tem do irmão.
Yoongi observa o amigo contar um de seus traumas sem dizer uma só palavra, brincando com o isqueiro entre seus dedos longos e ossudos de pianista. O Min já conhece a história de Namjoon.
Como todos naquela sala branca, Kim Namjoon teve um passado perturbado, perdendo os pais com apenas dois anos, passando a viver com a tia, que se matou quando ele tinha catorze, na mesma noite em que seu irmão desapareceu sem deixar rastros.
Jeongguk deu pequenos tapas nas costas do amigo mais velho, buscando confortar o homem que cuidou dele por tanto tempo.
— Muito bem meu querido, tenho certeza que seu irmão está feliz por você, onde quer que esteja... Espero ver todos vocês de novo semana que vem, mesmo com os perigos que rondam nossa amada cidade. — a doutora Seo sorriu amigavelmente para as pessoas presentes no círculo de cadeiras. — Isso foi tudo por essa noite, nos vemos semana que vem, cuidado com o degrau na saída, e sem queimar o tapete ao sair dessa vez senhor Min.
— Era um tapete horroroso, precisa admitir. — Yoongi deu de ombros, indo embora atrás de Namjoon e Jeongguk.
Os três amigos se conheceram na ala psiquiátrica do Hospital Pyongseyo, quando ainda eram jovens, não haviam nem chegado aos quinze anos. Confusos e sem controle, eles cresceram juntos e cuidando um do outro, aprendendo a esconder o que os faz tão diferentes dos demais.
Namjoon entrou no carro primeiro, sentando no banco do motorista, e sem mover nenhum músculo o carro ligou, a chave que repousavam em seu bolso, agora na ignição, nenhum deles ficou surpreso com o carro dirigindo sozinho. Yoongi ao lado do banco do motorista abria e fechava o isqueiro em sua mão, fazendo a chama dançar sem vento algum.
— O que acham que Seokjin hyung vai fazer para o jantar? — perguntou Jeongguk sentado no banco de trás, jogando no celular.
— Provavelmente sopa, o Hobi ainda está doente. — resmungou Yoongi observando os prédios que passam voando pela janela do carro, com a rua vazia graças ao medo que assola Seoul.
Há cerca de oito meses um serial killer vem aterrorizando as ruas da cidade, suas vítimas são as mais variadas possíveis, desde donos de prostíbulos até donas de casa que jamais machucariam uma mosca. A única coisa que liga todos os 18 homicídios é a falta de coração nos corpos.
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H A V O C [TaeKook] - HIATUS
FanficHá cerca de oito meses um serial killer vem aterrorizando as ruas de Seoul, suas vítimas são as mais variadas possíveis, desde donos de prostíbulo até donas de casa que jamais machucariam uma mosca. Esses homicídios não afetariam em nada a vida d...