O Portal

O Treinamento

Brasil está pontualmente na Caverna de Cristal para seu primeiro treinamento sobre a Abertura do Portal. A Linha do Equador está com ele e lhe passa muitos ensinamentos:
- Tenho que elogiar você pelos seus primeiros contatos com os futuros seres de Sua Companhia. Conseguindo tirar suas dúvidas, Príncipe Brasil?
-Sim. Mas ainda me acho tão pequeno! Por que tenho um corpo territorial tão imenso e meu corpo é tão… pequeno aqui?
- Porque o corpo territorial se concentra em você. Aqui na Sexta Dimensão onde vivemos não há a densidade da Terceira, onde ficam seus corpos territoriais.
- Entendo. Tem outra coisa que me intriga. O tempo todo me chamam de Belo. Dizem que sou o mais Belo entre todos. Não acredito nisso.
- Mas você é Brasil. Por que é o Centro Vital da Mãe Terra, ela depositou em você toda a Beleza de sua Natureza perfeita.
Brasil suspira.
- Certo. E porque a Grande América Latina questiona meu principado?
- Por dois motivos. Primeiro, porque você precisa cuidar para não misturar essa Missão do Portal com as responsabilidades do principado. E em segundo lugar, você brinca muito, ri e faz bagunças em locais e momentos inadequados.
- Eu não quero discutir sobre nenhuma dessas questões agora! Mostre-me o Portal.
Linha do Equador puxa Brasil pela mão e eles sobem uma escada. No fim dos degraus, ela ensina Brasil a encostar a mão e liberar a Luz Âmbar. Quando o país faz isso, a parede de cristal se abre e Brasil vê o espaço sideral. Ela ordena que ele entre. Receoso de não ter onde pisar, ele entra e vê que pode andar entre aquelas milhares de estrelas. Bem no meio delas está um vórtice nas cores ouro e prata que gira e para, gira e para. É enorme e o assusta:
- Eu… eu não posso…
- Pode sim. Se aproxime. - ainda o guiando pela mão, Linha do Equador ordena:
- Diga o Código de Abertura Brasil.
Tremendo o jovem país gagueja:
- Brilho Alfa, Calor ômega, Núcleo Dourado, Beta infinito, entrego minha energia, Senhor dos Portais, eu sou a Chave…
O Portal se abre cegando Brasil e a Linha do Equador com uma luz de um prateado tão forte que poderia iluminar a Terra inteira. Brasil vê lá dentro o Cosmos vibrando e ligando os 2 mundos. Ele começa a chorar:
- Por favor, eu não quero. Estou com muito medo!!
- Hoje não é a travessia, jovem Príncipe. Nesse dia, Mãe África estará aqui com você, o Sábio Meridiano e América Latina. Não é seu querer. É seu dever. Agora venha, para treinar.
Brasil é levado para a beira do Portal. A Linha do Equador o faz esticar a mão e coloca no material incandescente. Brasil grita desesperado:
- A dor! A dor! Pare! Me tire daqui!!
- Olha sua mão materializada, Príncipe.
O país vê a densidade da Terceira Dimensão na mão mas a dor está insuportável, não sabe como vai suportar aquilo no seu corpo todo. A Linha do Equador murmura o Sagrado Treinamento no ouvido do país para aliviar a dor. Depois volta com Brasil e o deixa descansar na Caverna. Mas ele não quer ficar mais;
- Se me dá licença, preciso me retirar!
O belo país levanta e sai da caverna.
Brasil caminha pensativo. A noite da Sexta Dimensão já chegara. Ele percebe que ficara o dia todo na Caverna e no Portal. Para e admira alguns pequenos seres que brilham no escuro e voam fazendo um barulho agradável. Brasil sorri e se espreguiça, sua capa-pele vira de repente algo muito semelhante à cauda de um pavão. O país brinca com os seres que esvoaçam a capa-pele. De repente, ouve um barulho estranho e próximo. Fica alerta. Seus olhos de onça procuram algo na escuridão, ele fareja também.
O mesmo país que o espiava na noite anterior está bem perto. O país é Irã, e sem aparecer apenas sussurra na escuridão:
- Simurgh!
Brasil fica ofegante de medo e ergue seu rosto gritando para o céu noturno
- Ordem e Progresso! Venha! - em minutos um grande cavalo alado surge voando baixo e se comunica com o país emitindo sons estranhos. Brasil em um salto ágil pula para o dorso dele que voa para longe dali. Ordem e Progresso voa em direção ao Palácio do Príncipe Brasil.
É belíssima a paisagem noturna da Sexta Dimensão e a imponência do Palácio de Brasil enquanto o cavalo alado o leva para casa.