Ataria

Sofrimento Angelical

Ataria é um continente tropical com diversas vegetações, faunas e floras únicas e uma variedade de raças e espécies maior que em qualquer outro lugar de Cian. É também conhecido como o continente "mágico", pois o arcano transborda por cada centímetro de terra do lugar. Porém, existe um reino em que a magia não é algo tão comum para seus habitantes.Survi, é o nome da cidade dos humanos. Após o evento conhecido como "A punição" os humanos foram reduzidos em 95% e eles tiveram que se reerguerem sozinhos usando os meios possíveis. A magia não era um deles, pois o arcano os considerou traidores e a raça foi condenada a não poder mais usar magia por alguns séculos. O resultado foi o desenvolvimento da tecnologia, hoje eles são pioneiros no mundo e suas armas batem de frente com os magos mais poderosos. Alguns poucos humanos voltaram a receber a benção arcana depois de tanto tempo e isso somado as suas tecnologias os torna muito perigosos para várias raças e potências do mundo.

Apesar de toda essa tecnologia, eles precisam de um lugar para testar suas ferramentas, afinal nem todo experimento dá certo, o que levou a criação da Cyber Island. Uma ilha remota há alguns quilômetros de distância da costa de Survi que poucos sabem sobre sua existência. Os governantes a mantém em segredo e muito bem protegida, pois lá é onde estão suas armas mais fortes e destrutivas, onde são realizados testes e onde existe o chamado "lixão", que é o lugar onde eles descartam as falhas incontroláveis. É sem dúvidas um dos lugares mais perigosos que existem, pois nunca se sabe o que vai encontrar lá.

Graças aos perigos que afastam pessoas e as altas tecnologias que interferem na magia a ilha se tornou o lar perfeito para o fugitivo Fay, um dos últimos da sua espécie que é caçado por seus irmãos desde que exterminou mais da metade de sua própria espécie ocasionando dois eventos que marcaram o mundo como "O massacre dos Anjos" e "A Chuva de Sangue".Ele encontrou a Ilha por acaso e se instalou nos limites da floresta do lixão onde ciborgues, armas e robôs perigosos vagam. Para ele essas tecnologias não representavam grandes ameaças e assim, ele montou uma cabana onde passou a viver isolado e um pouco menos preocupado de ser encontrado. Apesar de sozinho, seus problemas ainda eram grandes, pois ele havia sido confinado a reviver seus pecados todos os dias... Dias, após dia ele via seu grande amor morto em seus braços por sua culpa sem poder fazer nada. Sua rotina era amaldiçoada de sofrimento e punição.

Em mais um dia onde tudo parecia normal na sua rotina dolorosa, chovia torrencialmente preocupando-o um pouco do nível do mar subir de mais e invadir a ilha. Mas, ao ouvir o barulho de uma explosão o mar se tornou irrelevante.

"Eles me acharam?" Pensou aflito deixando a cabana escura antes de se posicionar ao lado da janela em guarda, procurando a causa da explosão. Por alguns momentos só se podia ouvir o barulho da tempestade, mas logo foi abafado por um estrondo enorme e um ciborgue meio destruído foi lançado próximo a sua casa. Olhando com mais atenção, Fay pôde ver uma silhueta feminina de baixa estatura. Esta trajava uma capa azul escura que cobria seu rosto e em sua mão esquerda ela segurava uma adaga de cristais arcanos brutos da cor violeta, o que deixou o anjo intrigado.

"Uma escolhida do arcano? Por aqui? Por que?" Pensou suspirando um pouco aliviado de não ser seus irmãos, mas logo a preocupação com a mulher se fez presente.

"Se for uma mercenária vou ter que matá-la".

continuou observando enquanto o ciborgue era destroçado por magias avançadas de terra que o fez se partir em um milhão de pedaços. A mulher encarou os fios e metais espalhados por algum tempo antes de se virar para a cabana. Ela observou cuidadosamente o local e pensou se deveria mesmo entrar, mas a tempestade não estava ajudando nas considerações e ela acabou por bater algumas vezes na porta.

O Anjo não estava muito a vontade de abrir e preferiu ficar em silêncio. Com sorte ela iria embora, mas a sorte não estava de seu lado. Na falta de resposta a mulher chutou a porta arrombando-a com facilidade.