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"Por quanto tempo você pretende ficar sem ir ao café da Dona Wilma?"- questiona Noah comendo suas habituais rosquinhas matinais

"Eu não sei... hm, talvez até eu me esquecer da vergonha da semana passada..."- falo chegando um pouco mais para o lado a fim de que Noah pudesse se sentar no banco conosco.

"Eu acho legal tomar o café da manhã ao ar livre"- comenta Tony elevando seu capuccino à boca.

"Ah, eu também acho super sensacional a gente ter esse momento matinal com os nossos amigos... Pombos. Acho incrível!"- meu amigo esnoba jogando um pouco de farelos de donutus para as aves que nos rodeiam. Olho-o com um olhar curioso, mas Noah apenas dá de ombro, explicando-se: "Eu não gosto de pombos, mas isso não significa que vou deixá-los morrer de fome"- solto uma risada mordendo um pedaço de meu waffles com cobertura de caramelo.

Hoje é uma ensolarada terça-feira; as ruas começam a ganhar movimento. As pessoas de mais idade iniciam suas caminhas entorno da praça principal do bairro enquanto os mais jovens correm para as estações de metrô seja para trabalhar seja para ir à escola. Assisto o cotidiano dos nova-iorquinos ao mesmo tempo em que saboreio meu café da manhã. Pode parecer tosco não querer mais frequentar o Café da Dona Wilma, mas o episódio de sábado passado ainda atormenta minha mente da maneira que pretendo não encontrar tão dentre em breve o Harry Styles, bom, por falar nele, depois que este me enviou aquela mensagem: Pode brincar mais comigo, respondi-lhe: não muito obrigada, tenho coisas mais interessantes... Sim, mostrei minha resposta ao Noah o qual ficou horrorizado e disse que eu sou fiasco em pessoa. Então, é por conta destas duas coisas, incidente do café e MSN, que estou procurando evitar frequentar lugares que eu possa o encontrar. Muitos podem se questionar o porquê das minhas atitudes, o motivo pelo qual estou fugindo de um cara incrivelmente gato e simpático, bom, a resposta é a seguinte: eu também não sei! Talvez porque ele me lembre Harold... Quanto ao Tony, bem, as coisas caminham normais entre nós, como realmente devem ser, nada mudou.

"Vocês viram que abriu um novo foodtruck ali?"- Noah aponta para um carrinho preto bem distante de nós, localizado ao lado direito da praça.

"Podemos ir lá em nosso horário de almoço, que tal?"- comenta Tony brincando com a borda da sua embalagem plástica de café. Olho para ele que está com os seus olhos verde-claros semicerrados por conta da luz do sol; sua pele clara, levemente bronzeada, reluz nesta manhã destacando o rosado de seus lábios.

"Por mim ok"- comento desviando minha atenção à movimentação estranha próximo da cafeteria da Dona Wilma. Ergo uma de minhas sobrancelhas colocando-me prontamente em pé. "Aqueles dois caras..."- digo aos meus amigos que voltam seus olhares para os dois homens de touca que conversam com uma outra pessoa, a qual está dentro no carro.

"Vamos nos aproximar..."- Tony fala levantando-se e recolhendo o lixo de nosso banco, feito isso, caminha até a lixeira mais próxima jogando as embalagens. "Hey, gente. Mexam-se!"- ele brinca abrindo um largo sorriso que logo se desmancha, pois os dois rapazes, que a pouco conversavam, acabam de invadir o Café da Dona Wilma e dar dois tiros para cima.

"Merda! Chamem uma viatura!"- falo enquanto corremos em direção ao café.

"Ora, ora... Acho que alguém vai entrar no café da Dona Wilma antes do previsto!"

"Cala Boca, Noah! Cala a boca!"- grito ouvindo a risada dos dois rapazes soarem em meu ouvido. Pego a arma em meu bolso e desacelero o passo à medida que chego próximo do estabelecimento. Vejo os bandidos encurralando as pessoas em um canto enquanto o outro recolhe o dinheiro.

"Que filho da puta! É o café da Dona Wilma, porra! Se a velha morrer, eu juro que quebro a cara desses merdas!"- diz Noah parando em minha frente assim como Tony.

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