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"Tire o rastreador de sua roupa! Agora!" - ordeno com meu maxilar trincado e imóvel. Meus dedos são pressionados com tamanha força contra o volante que suas pontas se tornam pálidas. Pelo cantos dos meus olhos, sou capaz de ver a negra abrindo sua fantasia e tirando um pequeno rastreador preto de dentro do seu sutiã. Ela não hesita nem um segundo em esticar o seu braço e me entregar o equipamento.

"O que faremos?" - ela indaga fechando seu macacão vermelho. Chacoalho a cabeça de um lado para o outro em busca de clarear meus pensamentos. Solto um pesado suspiro de meus lábios enquanto fito o retrovisor do carro, observando Louis à procura do rastreador de Valentina.

"Iremos à sua casa!" - afirmo pegando a rodovia que dá acesso a cidade. Sinto uma forte e passageira dor em meu braço baleado quando passo por uma rotatória do modo que solto um grunhido de meus lábios ao mesmo tempo em que abano a cabeça, tentando desviar minha atenção do ferimento para a nossa fuga. - "Vou parar o carro na próxima rua e quero que você dirija até a sua casa" - explico e viro brevemente meu rosto a negra de cabelo longo ao meu lado. Ela reprime os lábios e engole em seco, mas segundos depois concorda com a cabeça. - "Ótimo! Louis quero que você faça o possível e o impossível para que a Valentina saía dessa viva, ouviu? Enquanto eu... bom, eu vou despistar os policiais!" - explico parando a minivan no acostamento, perto de uma igreja. Bella e eu saímos do automóvel. A garota corre pela frente do carro e se senta no banco do motorista enquanto eu corro até a janela da parte de trás do veículo e pego das mãos de Louis o rastreador que estava escondido no corpo de Aza. - "Qual seu endereço?" - grito.

"Rua Montserrat, 125" - responde a garota que apressadamente dá partida na minivan e começa a dirigir velozmente pelo movimentado centro da cidade de Atlanta. Solto um suspiro de meus lábios enquanto sinto o vento bagunçando mais ainda o meu cabelo ondulado.

Começo a correr pelas calçadas. Meu corpo se move agilmente entre as pessoas as quais me olham assustadas e amedrontadas, visto que meu braço sangra, minha roupa está ensanguentada e meu rosto, sujo de terra e sangue de Valentina.

Por mais que já tenha passado das onze da noite, tem muitas pessoas no centro da cidade. Estou em uma rua movimentada, há muitos carros circulando e várias casas noturnas abertas. Sinto meu corpo ficando cada vez mais quente e minha respiração, mais acelerada e pesada da forma que solto constantemente o ar pela minha boca.

Estou correndo em busca de achar algum lugar bom para jogar ou quebrar os rastreadores quando, de repente, ouço o som da sirene de uma viatura policial. Paro de correr por alguns instantes instintivamente enquanto observo tudo que há ao meu redor: muitos postes espalhados ao longo da avenida, várias pessoas me olhando com medo e trafegando de um lado para o outro, carros circulando pelas ruas e bares e casa noturnas abertos e movimentados.

Chacoalho a cabeça em busca de tentar encontrar alguma solução. Neste momento, vejo uma boate aberta e sem segurança na entrada da maneira que não penso nem duas vezes para correr e me esconder naquele local. Ao adentrar na casa noturna, encontro várias pessoas dançando e movendo seus corpos no ritmo da música, muitas têm um copo de bebida em mãos e, um cigarro na boca. Caminho entre os sujeitos enquanto tento encostar meu corpo contra a parede e encontrar uma forma de me camuflar e sair desse lugar o mais rápido possível.

Não demora nem dois minutos para eu ver a porta da boate sendo aberta e dois policiais adentrando a mesma. Eles estão armados e na guarda para atirar, seus ombros estão reprimidos, suas mãos, bem próximas de seus rostos e seus joelhos, um pouco flexionados. Solto um pesado suspiro enquanto busco controlar minha respiração descompassada e minha dor, que está cada vez maior! Encosto a lateral do meu corpo na parede e elevo uma de minhas mãos ao meu ombro ferido o qual lateja insuportavelmente.

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