Capitulo 5 - A quarta hora

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“Oque realmente existe? O tempo e o espaço, todos tão manipuláveis, nossa noção de ambos depende de como nossa mente é preenchida, o tempo pode acelerar, totalmente sincronizado com nossa atividade cerebral, se estamos ocupados o tempo passa, se estamos livres, o tempo para. O espaço a nossa volta também é influenciado por nossa mente, tudo depende de nossa forma de interpretação, a forma como vemos as coisas e como elas são materializadas em nossa mente, com base em tudo isso, oque é real?” Filipe Soares Luz

É tudo tão estranho, estou me deixando levar por toda essa paranoia? Minha mente se apegou a todas as coisas no qual sempre fui descrente?

Desde que cheguei aqui nada mais faz sentido, como se tudo que estivesse acontecendo inclinas-se para que eu fosse jogado nesse quarto de ilusão. Nesse momento estou aqui apenas por orgulho próprio, pois na realidade isso tudo já não faz sentido para mim.­

Nesse tempo de “meditação” não pude deixar de pensar nas coisas, como é possível dizer para que esvaziemos nossas mentes? Se fizermos isso paramos de funcionar, comunicamos com o mundo por meio de nossa mente, se sessarmos seu funcionamento tudo desaba, a existência se torna ainda mais abstrata.

Me lembrei da primeira vez que vi um filme de terror, minha mente se apegou aquelas histórias, tive pesadelos, via vultos, sentia os arrepios, minha mente assimilava a ideia do sobrenatural, o medo me dava delírios. Eu simplesmente não queria ficar sozinho, na hora de dormir sempre buscava refugio debaixo de um lençol, estando calor ou não, o espelho apenas refletia meu temor de encontrar algo desconhecido, desconhecido? talvez seja essa a razão de tudo.

O medo, ele é instinto de sobrevivência, sem ele não temeríamos o perigo. Sempre pensei a vida inteira sobre como o medo é prejudicial as pessoas, pensava em como a coragem fazia com que pessoas superassem desafios, rompessem limites e realizasse grandes feitos, pensei assim até um certo incidente acontecer.

(Carlos reflete sobre a necessidade do medo, em meio aos seus pensamentos ele se vê presente no dia em que seu irmão morreu. Aconteceu tudo numa fazenda afastada da cidade, presos, estavam no lado da correnteza oposto ao de suas residências. A tempestade ameaçava o desastre, a chuva encharcava a terra e o vento dançava com as arvores, a correnteza acompanhava o ritmo da tempestade e a medida que se ouvia os sons poderosos do trovão a agua da correnteza subia. Apenas um tronco de arvore servia de ponte para atravessar a correnteza, uma coisa era certa, aquela era a primeira vez que uma tempestade assim ocorria.)

--IRMÃO!!! A CHUVA ESTÁ MUITO FORTE, VAMOS ESPERAR QUE A CORRENTEZA SE ACALME PARA PODERMOS ATRAVESSAR EM SEGURANÇA!!!

--ORAS, NÃO SEJA MEDROSO CARLOS!!! A PONTE CONTINUA A MESMA DE QUANDO VIEMOS HAHAHAHA

--LARGA DE SER IDIOTA HENRIQUE, ISSO NÃO É UMA PONTE, ISSO É UM TRONCO DE ARVORE PODRE!!! VAMOS ESPERAR NA CASA DA AVÓ MAGDA ATÉ QUE A CHUVA PASSE.

--ESPERAR?? O PAI E A MÃE TAO ESPERANDO PELOS PÃES DE QUEIJO DA AVÓ, VOCÊ NÃO QUER LEVAR PÃES DE QUEIJO FRIOS PARA ELES QUER?

--NÃO SE TRATA SE UM O PÃES FICARAM FRIOS OU QUENTAS, SE TRATA DA NOSSA SEGURANÇA IDIOTA!!! NÃO SE ATREVA A ATRAVESSAR ESSE TRONCO!!!

(A tempestade só aumentava, a medida que a conversa se prolongava o vento soltava seu rugido, os trovões bramavam com força e a chuva chiava em seus ouvidos)

--OQUE??? N-NÃO ESTOU OUVINDO

--EU D-DI... P... NÃO ATR.... O  TRONCO!!!

--TE ESPERO DO O... LADO!!!

--QUE???

--TE ES.... D... ...TRO LADO MARIQUINHA HAHAHA...HAA

--SEU IDIOTA!!!

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⏰ Última atualização: Dec 30, 2016 ⏰

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