Capitulo 2 - Escute a cada segundo

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Avaliando a situação, cada vez mais me convencia de que a falta de oxigênio e o ato em si do ritual era suficiente para deixar qualquer um fora de si. Era algo óbvio.

O ritual tinha significados diferentes para cada religião, para cada seita, porém seu conceito era sempre o mesmo. Independente de crenças e de debilidade mental era mais do que certo que as pessoas deveriam pagar pelo que fazem. Independente de sua crença, matar nunca foi permitido em uma sociedade pacífica, mesmo assim muitas seitas pagãs matavam cruelmente inocentes para seu culto.

Apesar de óbvio, o juiz envolvido no caso não condenará os julgados, por algum motivo, ele alegará que eles foram visivelmente manipulados, como se tivessem sido forçados a fazer tudo que fizeram. O caso foi colocado em análise até ter prova concreta de que eles tinham sã consciência e de que o fenômeno ocorrido dentro dos quartos onde praticavam seu ritual poderia na realidade ser enquadrado como cárcere, sequestro, ameaça e cogitava até mesmo eventos sobrenaturais, pura palhaçada.

Sendo eu o responsável pela investigação, eu também participava do julgamento, minha responsabilidade era de entregar os fatos e os resultados das investigações.

--Vossa excelência, como resultado das investigações, venho a todos provar que o ritual não passava de um puro mito, usando da deficiência do cérebro, devido a falta de oxigênio no local do ritual, como explicação de uma lenda, dizendo isto ser um fenômeno sobrenatural, além do mais não há qualquer indícios de que as pessoas que participavam do ritual tinham sido forçadas ou santajeadas.

--Pois bem investigador Carlos, apresente suas provas a respeito do caso do relógio – Disse o juiz, fixando os olhos sobre mim, um homem assumindo o papel de um deus, olhando a todos de cima para baixo como sendo o próprio “olho que tudo vê”. Humanos que se acham superiores a outros me enojam.

--Vossa excelência, aqui esta os livros que explicam o ritual passo a passo, podemos observar que o ritual vai ficando cada vez mais fantasioso a medido que o tempo passa, uma prova concreta de que pela falta de oxigênio no local, as alucinações aumentam, o oxigênio evidentemente acaba devido ao consumo de oxigênio da vela utilizada e da respiração do praticante... também apresento...- fui logo interrompido pelo juiz, ele em toda sua falsa superioridade concedida por homens, se opôs a minha primeira prova.

--Investigador, é notória a possibilidade de que sua suposição seja correta, não passa de suposição pois você apenas nos apresentou uma teoria, não é estranho que falte oxigênio em tão pouco tempo? afinal, o local onde o paciente 278 praticou seu ritual era num frigorifico, onde o espaço era enorme, faltar oxigênio em apenas 24hrs devido a uma velinha mesmo estando em um lugar tão espaçoso é algo muito teórico. Em falar também que a respiração do praticante não consumiria tanto oxigênio em tão pouco tempo. Declaro então não haver provas o suficientes para julgar o paciente 278 e os seus companheiros como culpados, eles ficam sobre vigilância até o fim da investigação – Terminando seu falatório, ouço o bater d martelo sentenciando seu veredito.

Desesperadamente me oponho ao suposto veredito trazendo uma solução mais desesperada ainda.

--Vossa excelência, venho me opor ao seu veredito apenas para apresentar uma solução ideal para solucionarmos o caso, visando não permitir que os suspeitos sejam dados como inocentes.

--Pois então, é inadmissível que se oponha a meu veredito, de qualquer forma, posso revoga-lo caso sua solução seja convincente, ou prende-lo por trazer a desordem a esse tribunal. – Sua voz de superioridade ecoa pelo tribunal, ele supostamente ameaçou me prender por trazer desordem ao tribunal? não seria a justiça? absurdo!!

--Me ofereço como espião para me infiltrar na seita e realizar o ritual praticado por eles, sendo eu a prova viva de que o ocorrido no local tem sua logica de acordo com a ciência.

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