capítulo 19- Feliz (ou não) Natal

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Uma semana preso em casa, não que eu saia muito nessa cidade. Hoje é véspera de Natal e eu não estou nenhum pouco com espírito Natalino, mas estou feliz pois em alguns dias irei ver o Dan. Essa semana meus pais reataram oficialmente e estão falando até em casamento, estou feliz por eles. Danilo me ligou algumas vezes de madrugada, nos falamos bastante, e Deus me livre meu pai( Simon) descobre.

E quanto ao que está acontecendo comigo, os ataques de raiva e a sensação ter alguém controlando minha mente, bom, pesquisei o na internet sobre, e os resultados são assutadores. Em uma página dizia que isso é um transtorno de bipolaridade, e em outro dizia que eu poderia ter um alter ego e que pode ser passado geneticamente. Eu não sou filho biológico dos meus pais então isso só pode ter vindo da minha mãe, mas não sei nada sobre ela ou sobre meu pai biológico e eu não quero perguntar isso paras os meus pais. Talvez isso vá embora quando o Dan vir.

Apesar de não está nem aí para o Natal, resolvi descer e ajudar minha avó a preparar as coisas para a ceia. Enquanto estava cortando as cenouras para o bolo ouvi o barulho da porta, logo meu tio surgiu na cozinha.

-Essa cozinha está com um cheiro ótimo- Disse indo até a geladeira.

-Onde está o tom- Perguntei. Tom é o meu primo, filho dele.

-A mãe dele quis comprar presentes e o levou. Onde está seu pai?- perguntou roubando uma cenoura.

-Eles saíram também- revirei os olhos.

-Ainda estão brigados?

-Não mais- Fiz uma careta. Meu tio é o mais próximo que eu tenho de um amigo aqui, então ele sabe muita coisa minha.

*~*

O Natal sempre foi meu feriado favorito, a ideia de ter meu dois pais em casa sem falar de trabalho era muito boa, mas sempre me faltou algo. Por mais que eu não tenha conhecido minha mãe, meu pai(Erick) sempre me falou muito dela e tudo o que ela foi para ele, de como ela era uma mulher forte e independente, que na primeira oportunidade que teve colocou meu "pai" biológico pra correr, eu admiro uma pessoa que né. Conheci, por isso nessa tarde decide fazer uma coisa que nunca imaginei, decide ir até o túmulo dela.

Respirei fundo em frente ao espelho tentando ficar calmo com isso. Atrasa da porta estava pendurado meu sobretudo, o peguei e vesti, desci as escadas com calma. Meu país estavam sentandos na sala tão distraídos que nem me viram sair. Pedi um taxi que logo chegou. A caminho do cemitério eu só conseguia pensar nas coisas que iria falar para ela, sei que parece loucura mas preciso disso.

-Obrigado- Disse para o motorista.

O clima frio só ajuda a deixar esse lugar aínda mais sombrio. Caminhando por entre as lápides sinto meu coração acelerar, mas não por medo, por ansiedade, sei lá. Mas a frente avistei o mausoléu Hastings, onde meu avô está enterrado. Por fim encontre o túmulo da minha mãe, me ajoelhei ao lado da lápide.

Susan Morgan

Amiga~Filha~Mãe

De 2001 a 2019

Agora em paz.

-Okay- Suspirei- Oi mãe, sou eu, Sam. A senhora sabe né. Eu tinha tanta coisa pra falar, preciso tanto da sua ajuda, eu não sei o que está acontecendo comigo, e talvez seja "culpa" sua, nossa família pode ser louca e talvez isso tenha me afetado, não faço a mínima idéia do que fazer- Desabafei.

*~*

As decorações de Natal estão por todas a casa, luzes coloridas iluminam a noite, as ruas estão vazias, provavelmente todas estão em casa comemorando a noite de Natal. Fiquei horas no cemitério conversando com uma pessoa morta, procurando respostas para o que está acontecendo comigo e é claro que não encontrei nada.

Nosso Segredo por: Samael HastingsOnde histórias criam vida. Descubra agora