Capitulo 3

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Os dias dela passaram a ser cada vez mais escuros, mais solitários. Muita gente pensava que ela tinha morrido, deixou de ir à escola, deixou de praticar desporto.Já ninguém a via. A morte dele foi notícia durante pelo menos uma semana mas para Mary durou muito mais que isso, a dor que ela sentia no coração parecia não passar, cada vez que via uma foto dele, ou acontecesse algo que a fizesse relembrar dele ela chorava, mas não era um choro normal, com gritos e olhos vermelhos como toda a gente, ela simplesmente retirava a foto que tinha dele,que usava para marcar a página em que ia no seu livro, e algum tempo depois já se podiam ver as lágrimas a cair do seu rosto. Não havia gritos, a cor da sua cara não modava, os olhos não ficavam vermelhos,nada; Era um choro silencioso,cada lágrima que lhe escorria no rosto era como uma gota um oceano de dor, a solidão dela e o seu sofrimento pareciam nunca mais acabar. Mary não comia, não bebia, não saía, não interagia com outras pessoas, ficava no canto do seu quarto,iluminado por um pequeno candieiro à moda antiga , a ler os joelhos dobrados à frente da cara. Tudo o que a mantia viva neste momento era a sua imaginação, as histórias que ela criava apartir dos livros e cada promenor correspondente à acção, ela via os livros como um refugio, entrava no seu mundo e imaginava que a sua vida se tranformaria, a dor não existia e tristeza era só um sentimento temporário, mas depois chegava à noite e todo o conto de fadas, a alegria desaparecia e ficava ela num quarto escuro e sombrio.

Pela primeira vez ela saiu de casa, levava um vestido preto com um cinto preto igualmente a cobrir a sua cintura. Mary dirigiu-se para o cemitério, ir visitar a campa dele depois de tanto tempo após a sua morte era um grande passo a tomar, a cada pegada que la dava sentia-se cada vez mais insegura e ingénua, como se quando lá chegasse chegaria alguem a dizer lhe que fora tudo uma partida e que nada tinha acontecido, ela imaginava o namorado a aparecer e abraçá-la como se tivesse sido uma grande surpresa. Quando lá chegou viu a mãe dele ajoelhada, a arranjar as flores que tinham sido depositadas lá e a retirar as que tinham murchado. Quando a viu entregou lhe silenciosamente uma carta que dizia o nome dela numa caligrafia perfeita, ocorreu lhe logo quem a tinha escrito, e a mãe do falecido susurrou lhe que a carta que ela segurava tinham sido as últimas palavras dele antes de morrer, Mary agradeceu e rezou para que ele estivesse em paz e que todos os que tinham ficado em terra a sofrer a perda dele o amavam e continuam a amar muito esteja onde ele estiver. Antes de partir a jovem adolescente susurrou lhe:

"Com a noite veio a solidão porque é nas horas mais mortas que a nossa alma se põe de joelhos e começa a refletir sobre as coisas que ama. 

E a noite parecia um manto alto trazido pela tristeza e a nevoa enroscando se na imensidão de vales desolados amortecendo a própria voz dos ramos batidos pelo vento.
E a solidão veio falar de saudade. 
Era uma estranha nevoa coroada por uma luz que ia entrando lentamente no meu coração. 
Era uma estranho sentimento que iria acariciando de leve a minha alma tocando os recantos mais intimos do meu ser.
Compreendi então, meu amor a tristeza de estar sozinha, sem ti"

"A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada."

Life-> One directionOnde histórias criam vida. Descubra agora