Capítulo 02

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"You are perfectly imperfect

Just like you were meant to be"


Ao chegar à casa dos Stark vejo Sarah já do lado de fora me esperando, ela estava sentada nos degraus da entrada com minha afilhada abraçando-a, aquela cena partiu meu coração. Nem sabia o que tinha acontecido e só queria colocar minha printsessa no colo embalando-a que nem fazia quando a mesma era pequena. Desço do carro e bato a porta com força por impulso, eu estava possessa de raiva, se algum bastardo tivesse machucado o meu bebê um assassinato ocorreria e depois Steve reviveria o culpado só para matar de novo.

- Sarah o que aconteceu? – já estava abaixada na frente dela e a mesma enxuga as lágrimas direcionando seu olhar muito vermelho para mim – Printsessa, fale comigo, por favor, estou te implorando.

- Vou deixar vocês sozinhas. Oi tia Nat – Morgan fala levantando e indo entrar novamente em casa – Tchau tia Nat.

- Até outro dia Morguie – eu e Sarah já estávamos entrando no carro e mesmo depois de um longo tempo no trânsito o silêncio ainda reinava – Olha se eu for mentir para o seu pai preciso pelo menos saber o motivo.

- Não pedi para você mentir e sim omitir, é diferente – direciono meu olhar incrédulo em sua direção – Okay, é praticamente a mesma coisa. Mãe... Papai vai me matar.

Freio o carro bruscamente, já estava entendendo o rumo que aquela conversa estava tomando e pela primeira vez em anos desejei estar errada. O veículo atrás do nosso passou xingando depois do que fiz, e apesar de estar errada gritei um "vai se foder você também", graças a Deus não ocasionei um acidente, dirijo mais um pouco até o acostamento respirando fundo e tentando não gritar, já que assim ela ficaria mais nervosa.

- Só não me diga que está... – ela nem deixa que eu termine a frase antes de completar

- Eu estou grávida – o silêncio se instara por longos minutos que mais pareceram horas, sua fala era sussurrada na minha mente o tempo inteiro, minha bebê ia ter um bebê – Mãe, diga alguma coisa, você está me assustando.

Minha cabeça batia repetidas vezes contra o volante, queria acordar desse pesadelo, minha doce e inocente filhinha de dezesseis anos estava grávida. O que eu poderia dizer? Eu nem ao menos sabia que ela já tinha começado a ter relações sexuais, obvio que falamos sobre sexo, especificamente a importância de se proteger. Suspiro e levanto o rosto em sua direção, seus olhos brilhando tentando segurar as lágrimas, eu deito a cabeça no assento abrindo e fechando a boca diversas vezes, mas as palavras simplesmente não saiam.

- Não vou deixar seu pai te matar – é a única coisa que consigo murmurar e aí não tem mais jeito Sarah está chorando de novo – Venha aqui.

Abraço ela e deixo que coloque para fora tudo o que está angustiando-a enquanto faço carinho em sua cabeça. O que Steve ia fazer quando descobrisse? Deus! Coitado do garoto que resolveu usar o pênis, espero que ele não tenha muito apresso por esse órgão já que as probabilidades de perdê-lo eram enormes... O que eu ia fazer quando o susto passasse e realmente processasse o que estava acontecendo? Eram tantas perguntas para serem respondidas, imagine como minha filha se sentia nesse momento.

- O desgraçado... Quero dizer, o pai do bebê já está sabendo? – sinto sua cabeça mover-se de forma afirmativa – Posso saber quem foi o imbecil que fez você jogar anos de conversa sobre sexo seguro no lixo?

Ela se encolhe em meus braços confirmando o que eu já suspeitava: nós conhecíamos o garoto. Tento realmente não me alterar, mas aquilo estava ficando complicado, muito por sinal, antes que eu possa falar alguma coisa à próxima pergunta dela me pega de surpresa.

- Mãe? Ainda serei sua printsessa quando tudo isso for resolvido? – demoro um pouco para responder, sentia que tinha falhado com ela e aquele questionamento me fez sentir uma dor enorme no peito.

- Sempre – aperto-a mais forte e começo a cantar baixinho uma canção de ninar em russo, sempre fazia isso quando um deles tinha pesadelos, aparentemente um acabou de tornar-se realidade.

- Nathaniel – o nome é sussurrado em meio a minha cantiga e meu cérebro demora a processar o que aquilo realmente significava.

- Por favor, diga que está brincando – afasto-me para poder encará-la e Sarah mordia o lábio segurando o choro de novo. Escondo o rosto entre minhas mãos, uma risada nervosa e histérica escapa de mim antes que possa controlar, meu marido vai matar meu afilhado, e então meu melhor amigo vai tentar matar meu marido – Eu preciso de um tempo.

 Escondo o rosto entre minhas mãos, uma risada nervosa e histérica escapa de mim antes que possa controlar, meu marido vai matar meu afilhado, e então meu melhor amigo vai tentar matar meu marido – Eu preciso de um tempo

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