Epílogo

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Pov Sarah

5 meses depois

Quando eu tinha cinco anos meus pais chegaram com a notícia de que eu ganharia uma irmãzinha, lembro-me de ter ficado revoltada, afinal iria deixar de ser a mais nova, tudo seria para o bebê, incluindo meu pai, e amava ser a princesinha dele. Depois que com muito carinho ele me explicou que eu jamais perderia esse meu posto o alívio me percorreu, mamãe ainda falou como a partir de agora eu era uma irmã mais velha também, assim como James, e depois de alguns meses estava completamente ansiosa para finalmente conhecer Violet Romanoff Rogers.

Ouvir meu pai dizer que não era mais a filha dele, partiu meu coração em tantos níveis diferentes que é impossível de se descrever, a forma como mamãe gritava com ele e não largava dos comentários irônicos me fez por um instante pensar que estaria acabando com o casamento dos meus pais, mas sou uma pessoa extremamente sortuda e meus pais é Natasha Romanoff e Steve Rogers, o casal mais apaixonado um pelo outro que o mundo vai conhecer. Olhando para eles consigo pensar exatamente o que eu quero para o meu futuro.

Quero ser alguém tão corajosa como minha mãe que defenderia a gente sem pensar duas vezes, ela mataria e morreria por um de nós, e o amor que ela sente fica visível em seus olhos. Natasha Romanoff não era o tipo de pessoa que diz "eu te amo" a cada minuto do dia, ela prefere demonstrar com suas ações e é isso que a faz especial, você sabe que todo esse amor é verdadeiro e ela vai dar um jeito de te lembrar o tempo inteiro disso, desde um simples abraço até acabar com o próprio casamento se for necessário para a proteção de seus filhos. Minha mãe morria de medo do amor, poderia ter um ataque cardíaco só de pensar em começar uma família ou a ideia do casamento, até conhecer meu pai.

Ele sempre diz que a maior batalha que venceu foi conquista-la, e que ainda bem que venceu porque não sabe como seria o futuro dele sem o amor da sua vida. Às vezes eles são melosos, até demais para quem tá casado a mais de vinte anos.

Já o meu pai, me ensinou como ser gentil, justa e a sempre ter cuidado com aqueles que se ama, na verdade se pudesse ele beijaria o chão que minha mãe pisa. Meu pai também tem o melhor abraço do mundo, pode perguntar para o restante da família Romanoff Rogers todos vão confirmar isso, estar dentro dos braços dele é ter a certeza que tudo vai ficar bem. A minha definição de lugar feliz é quando meu pai me abraça enquanto minha mãe canta, eles sempre fizeram isso quando tínhamos pesadelos, e continuam fazendo sempre que um de nós está triste. Os dois jamais negariam colo, desde James até Emma e Ethan.

Eu amo meus pais, e espero que um dia encontre um amor tão lindo quanto o deles. Involuntariamente meus olhos recaem sobre a enorme protuberância que está se formando, minha barriga ficava cada vez mais pesada, afinal sete meses de gravidez é bastante coisa. Dois meses... Mais dois meses para eu finalmente conhecer meu bebê, e toda essa loucura se tornar ainda mais real. A mão de Nate estava parada nela, ele conversava com a criança e ela chutava de volta, como se estivesse realmente entendendo.

Tia Laura e Tio Clint conversavam com meus pais, era sábado e James ficou em casa cuidando dos nossos irmãos, enquanto que nós seis viemos para a consulta de rotina. Geralmente, éramos somente Nathaniel e eu, mamãe disse que era para podermos ir criando responsabilidade, e meu pai concordou com ela, lógico. Porém, hoje era especial, íamos poder descobrir o sexo do bebê, e por isso eles também vieram.

Foi bem difícil conciliar tudo, na escola as pessoas me olhavam como se eu fosse uma aberração o que deixava Morgan irritadíssima, mas com o tempo aprendemos a ignorar. De acordo com o orientador eu não iria perder o ano se conseguisse fazer alguns trabalhos para compensar minhas faltas quando o bebê nascesse. Mamãe e papai já disseram que ficam com ele enquanto estiver na escola, Nathaniel já disse que é responsabilidade dele, e iria me ajudar em tudo o que fosse possível, por falar nisso, ele iria para a faculdade daqui a alguns meses e era aqui em Nova York.

Eu disse que era sortuda, com exceção do fato de estar grávida aos dezesseis anos, porém tenho contado com toda a ajuda do mundo e não poderia estar mais aliviada com isso. Era estranha a sensação de ser responsável por alguém, Nathaniel partilhava do mesmo sentimento, afinal, como faziam questão de nos lembrar, daqui a alguns meses os pais seríamos nós, e isso ainda me causava arrepios.

- Sarah Rogers? – uma enfermeira chama, e apesar de ter um sorriso simpático não aliviava meu nervosismo. Eu também odiava aquela mania de reduzirem o nome das pessoas, tem um Romanoff aí no meio e eu tenho muito orgulho dele.

Todos nós levantamos e a sala fica relativamente apertada com tanta gente ali, imagina se tivesse vindo todo mundo. Cooper e Lila quase morrem quando souberam, e meus irmãos ficaram bem empolgados, James era o mais protetor o que apesar de ser fofo me irritava às vezes, os mais novos por outro lado adoraram a ideia de mais uma criança na casa o que gerou uma conversa com meus pais de "por que vocês não tem outro bebê?", minha mãe teve um pequeno ataque, Morgan também queria estar aqui, mas estava viajando com os pais.

Por falar nisso, o tio Tony agora não deixava meus pais em paz, todo dia era uma piada diferente principalmente por conta da idade do senhor Steve Rogers. Tinha que admitir que era engraçado, principalmente a cara que mamãe fazia buscando forças para não esganá-lo.

O barulho de um coração acelerado preenche a sala, e ali estava nosso bebê. A médica continuava explicando sobre como ele estava bem, forte e que era bem grande, o que me dava medo já que em algum momento essa criaturinha grande e forte teria que sair de mim. Nathaniel segurava em uma das minhas mãos, enquanto ambos sorríamos olhando para a tela, tinha sido assim nos últimos meses e não mudaria agora.

- Então, parece que alguém vai querer colaborar dessa vez. Vão querer saber o sexo? – antes mesmo que eu possa responder nossos pais gritam um "sim!" empolgados, a médica olha para mim rindo e confirmo com um aceno – Muito bem... Parabéns mamãe e papai, vocês terão uma linda menina.

De repente tudo não passa de um borrão, as lágrimas caiam de meu rosto e Nate chorava também, quando ele ia me dar um selinho meu pai o puxa pelo ombro.

- Não abusa rapaz – percebo meu namorado estremecer ao olhar para o rosto sério de papai, e assim como eu, mamãe revira os olhos.

Quando saímos do hospital com a fotografia do ultrassom em mãos, olho para mais a frente onde meus pais andavam de mãos dadas, minha mãe fala alguma coisa para ele que ri daquele jeito exagerado virando a cabeça para trás. Nathaniel me ajuda a vestir meu casaco e saímos de mãos dadas, ainda não sabia se continuaríamos juntos como meus pais, mas o futuro até agora aparentava ser bem promissor e apesar de estar morrendo de medo em momentos como aquele podia respirar aliviada.

É... Eu era mesmo muito sortuda.

 Eu era mesmo muito sortuda

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The Lucky Ones - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora