DOIS

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Era segunda de manhã, ou seja: dia de trabalho. Eu agora era o responsável pelas empresas da família, e gerir as mesmas não era coisa fácil não. Chego em meu escritório já retirando o terno escuro e o jogando em um lugar qualquer, logo em seguida Annie, minha secretária entra jogando o jornal do dia - eu presumo - em cima da minha mesa.

- Seu pai vai pirar!

Annie Brown era a secretária do meu pai, praticamente uma mãe nos negócios para mim. Assim que eu assumi os negócios da família, ela veio como brinde. Um brinde que eu adoraria devolver.

Olho para o jornal nas páginas de fofoca e vejo fotos minhas e de Rosy no prédio aonde moro. Estávamos de mãos dadas e sorridentes. Eram fotos de muitos dias atrás.

- Eles agora tem preguiça de tirar novas fotos, é? - pergunto em sinal de deboche sem me importar muito com isso.

- Você tá vendo o que está escrito? Sabe o quanto isso é ruim para os negócios?

- Ué, eu quem comando a empresa, que por sinal os lucros só sobem, e você vem me dar esporro? Essa aí é a minha vida pessoal Annie, não venha se intrometer, por favor.

- Alek, tu sabe que isso nunca dará certo. Ela é... Ela é... - ele abaixa a cabeça em sinal de vergonha.

- Completa! COMPLETA! - dou a ela um olhar gélido - Negra? Não vem do mesmo tipo de família que eu? É pobre? Isso que você ia dizer?

- E-eu... - ela gagueja e não completa a frase.

- Quer saber Annie, eu não me importo! EU.NÃO.ME.IMPORTO! Eu faço de um tudo por essa merda aqui, e por um acaso, você tem um salário bem gordo, não falta nada para nenhum dos meus funcionários. Só pra mim quer dizer né. Me falta paz! Se, eu ouvir outro comentário desses sobre a Rosy, seja da sua boca ou da boca de quem for, eu juro que não ficarei quieto. E se retire por favor.

Ótima maneira de começar a semana. Eu iria processar aquele jornal de quinta pelo sensacionalismo da notícia: filho de família rica é novamente encontrado com pessoa de índole desconfiável.

As vezes eu pensava que o mundo em que eu vivia era demais para a Rosy aguentar. Não que ela não se adequasse, mas sim pelo fato do pré-conceito das pessoas. Ela era um doce, um amor. Era meu tudo.

Respiro derrotado jogando-me em minha cadeira e logo Annie me chama pelo telefone.

- Senhor, representantes da família Coleman chegaram para a pequena reunião, e, seu pai também.

Eu não sabia do que se tratava, mas imaginava.

Dei permissão para que entrassem na sala, e logo vejo meu pai e o presidente das empresas Coleman vindo junto a uma mulher. Ela era linda, mas, tudo nela exalava falsidade.

- Olá pai, olá senhor Vitor, oi senhorita.

- Olá meu filho. Está é Victória, a filha dos Coleman. - fiz um sinal com a cabeça e ela sorriu de maneira doce.

Para mim aquele doce estava estragado. Ela não me enganava.

- Olá Alek, ouvi muito sobre você. - diz meu nome e o resto da frase de uma maneira nojenta.

- Olá Victória, eu já não posso dizer o mesmo. - digo a desconcertando.

Ela sente a acidez por trás das minhas poucas palavras e recua com um sorriso e um brilho diferente nos olhos verdes.

- Jovens, difíceis de se lidar. - diz Vitor.

- E qual o motivo dessa reunião? - pergunto gesticulando exageradamente as mãos, desejando que aquilo acabasse logo - Não querendo expulsá-los logo tão cedo, mas tenho muito trabalho a fazer.

Meu pai me olha de maneira torta, reprovando o que digo.

- Não entendam meu filho mal, - diz olhando para o homem e a mulher presentes na sala - ele é uma pessoa difícil, e focada no trabalho.

Vitor sorri para mim, como se estivesse avaliando algo.

- É normal! Nós, quando tínhamos tínhamos a idade do Alek, Evan, éramos do mesmo jeito. Nos esforçávamos em dobro para demonstrar serviço, mas, na noite caíamos na gandaia! - Vitor e meu pai riem simultaneamente. - Você se diverte como, Alek?

- Eu, hum... Saio, as vezes. - disse meio nervoso já sabendo onde a conversa iria parar.

- Ótimo, ótimo! Minha filha Victória está a passeio aqui em Londres, pois, como sabe, somos de New York. Que acha de ser seu guia esta noite?

Meu pai abaixa a cabeça escondendo o rosto, logo, percebo que era algo importante para ele. Ter pontos com Vitor seria algo interessante para a empresa, e acho que saindo com a filha dele e sendo amigo dela já seria de uma bela ajuda.

Meio contrariado com a ideia eu concordo em levá-la para conhecer alguns pontos turísticos e alguns restaurantes. Ela fica feliz anotando meu número, e logo então vão embora.

- Obrigada Alek. - meu pai diz quando as portas se fecham.

- É só um passeio, nada mais. Eu sei que entrar para o mercado deles é importante para você, eu estou somente gerindo a empresa enquanto você descansa, afinal, já está ficando velho. Mas lembre-se pai, eu não sou a Elisa, e nem posso ser. Você sabe o que a Rosy significa para mim. - digo olhando de soslaio para os peixes que haviam no grande aquário ao lado da minha mesa.

- Sei sim Alek, sei tanto que agradeço a ela por ter colocado você na linha. Mas lembre-se: na hora do "vamo ver" Rosy não será mulher para você. Quando você perceber a diferença entre o mundo dos negócios e o mundo cor de rosa que vive com ela, espero que não seja tarde demais. - diz Evan saindo pela mesma porta que Victória e Vitor saíram a pouco.

Sento-me novamente na cadeira já me sentindo cansado. Eu entendo a preocupação do meu pai, mas eu não vivia um mundo cor de rosa. Muito pelo contrário: era eu quem fazia questão de deixar Rosy fora do meu mundo, aonde todos seriam capaz de engolir uns aos outros por um pouco de status, ou pelo lugar de ouro no mundo dos negócios. Ela não precisava disso, de mais problemas.

"Afinal de problemas já basta você, meu caro"

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Heyo Mina-san, tudo bom?
Venho aqui lembrar vocês que dêem aquela estrelinha marota para fortalecer nosso exército e que outras pessoas possam fazer parte. E, comenta o que tá achando, o que gosta e o que não gosta, sla kkkk

Um beijo de luz e até o próximo!

Casamento forçado: RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora