QUATRO

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... Ainda na segunda a noite

Chego em casa exausto, cansado, destruído. Eu gostaria muito de me jogar no sofá preto, confortável e espaçoso que havia na sala. Olho para o relógio e vejo que são 22:30.

"Talvez seja hora de ligar para a Rosy."

Levantei do sofá com dificuldade e preguiça indo em direção a cozinha pegar um copo d'água. Sento-me em uma das cadeiras da bancada americana de mármore preto, e enfio a mão no bolso do paletó pegando um porta comprimidos pequeno e o abro logo encarando o conteúdo com pesar.

"Hora de tomar o remedinho, doidinho de merda" — disse uma aparição.

Essas aparições eram coisas da minha cabeça. Por mais que eu tomasse os remédios, acabava que relaxava o efeito, e vez ou outra eu via e ouvia coisas.

No canto da cozinha estava lá minha mãe, toda de negro com sua faixa na cabeça.

"Merda" — disse somente. Enfiei um comprimido na boca e bebi o conteúdo do copo sentindo o mesmo descer lentamente pelo meu esôfago. Ela ainda estava ali, e eu, abaixei a cabeça para evitar olhar. Mas estavam em minha cabeça, pela minha imaginação apareciam também. Fechei os olhos com força sentindo-me enjoado, e então comecei a me sentir soado e tonto.

Uma crise.

Eu não precisava delas, mas estavam ali desde sempre.

Meu telefone toca em cima do mármore frio me tirando do sufoco que estava. Olho na tela do aparelho e vejo a foto de Rosy, logo abro um sorriso.

— Era para eu estar ligando. — reclamo assim que atendo — Obrigada. — agradeço pelo pequeno livramento.

Eu já imaginava. Deixa eu adivinhar: sua mãe?

Rosy sabia das minhas crises, e sabia que a maioria delas vinham quando eu tomava os remédios. Eu odiava aquela droga, odiava ter que tomar, odiava ser louco. Eu me odiava, mas, amava ela.

— Como sabe? — digo abrindo um sorriso.

Me conhece tão bem.

Eu te conheço, Alek. Sei muito mais sobre você do que imagina. E então, como foi seu jantar a negócios?

Estremeci e devaneei por um breve momento. Era verdade que a Rosy me conhecia bem, conhecia os três jeitos, o que eu gostava, o que odiava, o que me entediava... Mas ela não conhecia o outro Alek, o Alek descontrolado e pronto para realizar qualquer pesadelo louco. Pronto para morrer.

Lembrei da Victória. Ela era um negócio, um dos. Estar bem com o presidente Coleman profissionalmente era prioridade para meu pai, e agora para mim. Esse negócio renderia muito, faria o império dos Lewis ir a outro patamar. Me abstive em falar um "foi chato, pois você não estava lá".

Meu amor eu estou caindo de sono aqui. Que tal nós falarmos amanhã tigrão? — diz e sem que eu me despedisse, ouço seu celular cair em algo que parecia macio e logo então uma respiração pesada que se acalma logo depois.

Ela havia dormido. Resolvo eu tomar um banho gelado e ir deitar em minha cama.

🔹💠🔹

Acordo com o sol da manhã batendo na minha cara com muita violência. Olho para o relógio perto da minha cama, e vejo que ainda são 07:00 horas. Eu não estava atrasado nem nada então resolvi curtir minha cama mais um pouquinho.

Alguns minutos depois meu estômago ronca e arrasto minha bunda pela casa chegando na geladeira que por sinal estava vazia. Xingo mentalmente por não ter ido às compras, e reclamo comigo mesmo antes que a Rosy reclame por não ter nada decente e nem indecente para comer em casa.

Tomo um banho, me arrumo, bebo meu comprimido e desço para a garagem pensando aonde eu poderia tomar café. Meu rosto se ilumina.

Vou em direção ao café onde Rosy trabalha.

— Bom dia minha linda. — ela estava de garçonete e então me entrega o cardápio.

Rosy trabalhava nesse café fazia um ano. Eu não concordava muito afinal era muito puxado e consumia muito do tempo dela (que ela poderia estar comigo). Eu não poderia oferecer ajuda financeira pois, antes mesmo dela entrar em um relacionamento comigo, ela meteu o dedo na minha cara dizendo que não queria um centavo do que era meu, e que eu nem sonhasse em bancá-la. Ela ganharia seu dinheiro do próprio trabalho.

Eu achei isso legal da parte dela, por isso respeito a sua opinião e o seu local de trabalho.

— Bom dia meu príncipe. Vai querer o de sempre bebê? Aposto que esqueceu de ir às compras.

— O de sempre amor. Ah, sabe, você não tem tempo para ir comigo. — faço uma expressão marota.

— Irei arranjar. — diz olhando para o outro lado aonde um cliente a chamava impaciente.

— Promete?

— Prometo! — diz com um sorriso no rosto enquanto se dirigia ao cara impaciente.

Logo depois eu levanto indo embora. Teria o dia longo e exaustivo de trabalho novamente.

Chego em meu escritório já desejando sentar-me urgentemente e começar o que tinha para fazer, mas assim que entro vejo um Evan com cara de poucos amigos sentado em minha poltrona.

— Que cara de maracujá seco é essa logo pela manhã ein? Se veio me dar um bom dia com isso aí sugiro que volte e tente de novo. — disse com humor.

— Eu não estou com tempo para suas palhaçadas. Fiquei sabendo que disse a Victória que estava apaixonado. Por que fez isso?

— Ué, fui só sincero: ela me perguntou, disse que sim. Eu não ia mentir, pai! Além do mais nem disse quem era a felizarda.

— Você sabe que precisa andar na linha com essa Victória. Espero que ela não tenha visto os jornais e desistido do paspalho que você é.

Eu já havia perdido a paciência logo cedo.

— Já disse para não pensar que sou como  a minha irmã! Por sorte sua ela acabou amando o Jung e eles estão lá vivendo o felizes para sempre deles, mas eu, eu não vou passar por isso. Não vou!

— Lembre-se do que você fez, Alek. Eu sei que você busca se redimir desse inferno que vive, e eu posso garantir para você que não será aquela mulata que irá te dar!

Agora ele foi longe de mais...

🔹🔷🔹

Eita! E agora, o que ele irá fazer?

Bom pessoal, tô começando devagar por que é assim mesmo kkk não quero implantar o ápice aqui e depois sair cagan** tudo. Quero impor suspense, deixar na dúvida, criar perguntas na cabecinha de vocês.

Em fim, não se esqueçam da estrelinha marota e do comentário sapeka. Até o próximo!

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⏰ Última atualização: Apr 04, 2020 ⏰

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