TRÊS

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São 17:00 horas. Fora o stress matinal, todo o resto correu como deveria. Pego meu celular e vou logo ver as mensagens da Rosy, ansioso para vê-la.

"Desculpe garanhão, mas hoje não posso. Trabalho até tarde X(" - Rosy

Essa era a resposta dela para meu convite de jantar que havia feito desde ontem. Rolo as mensagens frustrado quando paro em uma número desconhecido.

"E então, aonde iremos jantar? Estou ansiosa por hoje. Ah, esse é meu número, sou eu Victória. Xoxo"

Leio a mensagem enojado e arfo ao saber que realmente teria que acompanhá-la. Bom, como já não tinha nada para fazer mesmo...

"Encontre-me no The Ledbury. Não se preocupe, é um restaurante famoso, qualquer taxista sabe aonde fica. Ah, às 18:30. Alek"

Não fiz questão de buscá-la. Não preciso agir com cavalheirismo e impressionar Victória. O que quero é só agir amigavelmente para futuros contratos.

Não faço questão de me ajeitar, e aproveito que tenho uma hora e meia até o jantar e passo no Taylor St Baristas, o café onde Rosy trabalhava.

Estaciono em um lugar próximo e vou andando sorridente até minha morena. A vejo com os cabelos presos em um rabo de cavalo, com um boné e um avental que por baixo tinha seu suéter cor caramelo com as mangas dobradas até a altura do cotovelo.

Ela está destraída olhando para a tela do computador e não percebe minha aproximação.

- Gostaria de um café e da companhia da garçonete por favor. - Ela levanta seus olhos que já estão brilhando e sorri de maneira leve e graciosa.

- O café é pra já senhor, mas, a companhia vou ficar devendo. Tô ocupada até a tampa! - e então ela ri de novo.

- Ah, quer dizer que não poderei ter a melhor companhia do mundo essa noite? - faço drama e então um cliente que está na fila pede para que eu deixe de frete e adiante pois estava com fome. - Pra viagem o café, por favor. Já deu minha hora. - digo sorrindo.

- Negócios?

- Sim. Te ligo mais tarde? - digo me despedindo.

- Estarei te esperando!

Saio com o café expresso e sorridente. Recarreguei minhas baterias e olhando para o relógio logo me adianto para não me atrasar.

Entro no restaurante e checo minha reserva já recebendo a notícia que a convidada já estava sentada na mesa que havia pedido. Quando vou em direção a mesma, a vejo olhando pela janela, distraída, mas, ao mesmo tempo atenta. Estava bonita com seu vestido rosê, que pelo o que podia ver ia até a altura dos joelhos. Victória era uma loira bonita, pena que vazia.

- Olá! - tento ser simpático. Ela me olha e logo abre um sorriso.

- Oi Alek, achei que não viria. - diz olhando para seu colo enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Ela estava me queixando?

Deixei o pensamento de lado e logo fiz companhia a ela na mesa.

- E então, como foi seu dia? - começa ela tentando ser amigável.

- Nada de novo, mesma coisa de sempre. - digo levando a taça que continha água até a minha boca - Já pediu? - não faço a ela a mesma pergunta porque pouco me interessava o que ela fazia ou o que deixava de fazer. Apesar de que, aposto que passou a tarde procurando o que vestir para hoje a noite.

- Ah, não. - diz pressionando seus lábios em uma linha fina. Frustração.

- Hum, está muito bonita Victória. - digo por dizer, mas, ela estava.

- Obrigada. - diz somente.

Peço a especialidade da casa, que não demora de chegar. Jantamos em silêncio, e as vezes ela ficava me encarando esperando que eu falasse algo, mas, preferi me fingir de desentendido.

- Então vamos? - paguei a conta enquanto ela vestia seu casaco - Tem um lugar legal que quero que conheça.

Victória sorri. Estava apreensiva o tempo todo do meu lado. Apreensiva e nervosa.

- Não vamos de carro?

- Não precisa, é logo aqui perto. Por isso escolhi o restaurante.

- Ah... - Victória assente neutra.

Andamos um pouco lado a lado, e logo, chegamos a uma praça. Na verdade era um jardim. Eu gostava daquele lugar, gostava de imaginar-me propondo a Rosy ali. Eu ajoelhado em sua frente declarando a ela que era a mulher da minha vida e que gostaria que acordasse todos os dias do meu lado pelo resto dos meus dias. Talvez trazer Victória aqui seja um erro, mas, ela é mulher. Vai me dizer se é um bom lugar ou não.

- É lindo! - diz sorrindo enquanto olhava tudo.

Seus olhos claros se iluminavam devido os piscas piscas nas árvores, e seu rosto pálido tinha um tom amarelado pelas lâmpadas.

- Gosto bastante daqui. É um lugar perfeito para propor. - digo somente sem pretensão alguma.

Olho para Victória vidrada pela diversidade de cores e brilho e a vejo sorrir envergonhada já achando que era ela, tadinha.

- Não sabia que tinha esses pensamentos, ou que era romântico. Está apaixonado?

Não sabia o que responder. Não achava adequado aquele tipo de conversa com aquela mulher. Eu sabia as suas intenções, e, sabia as intenções dos nossos pais. Mas, desiludi-la sobre mim por um lado seria bom, mas estragaria os negócios. Escolho nao mentir, más, nao falaria demais.

- Estou... - disse somente. Evasivo.

Ela ficou lá me olhando, esperando algo de mim que eu não podia dizer ou dar.

- Entendo. - disse pensativa.

- Em que está pensando? - perguntei olhando em mesma direção que ela olhava.

- Se isso tudo aqui vale mesmo a pena. - a olhei confuso - Bom, acho melhor irmos, estou com frio. - diz simples e sem entonação alguma.

Voltamos em direção ao restaurante em silêncio.

- Onde está hospedada? Posso levar você.

- Não precisa, Alek. Mas obrigada! Foi tudo maravilhoso. - disse e a olhei sem entender.

- Quanto tempo irá passar aqui? Gostaria de te mostrar mais alguns lugares, claro se você quiser.

- Eu não sei, mas aviso quando der, pode ser? - diz chamando um táxi e vai sem se despedir.

Confesso que me senti culpado, mas logo deixei a culpa de lado quando vi o nome de Rosy brilhando pela tela do meu celular.

- Oi amor. Acabei de sair... - ela diz.

- Estou indo aí buscar você, bebê. - não esperei a resposta e me despedi.

Iria em direção a Rosy esquecer todo meu stress, dúvidas e culpas. Eu iria em direção ao meu sossego.

🔹🔷🔹

Heyo! Por essa nem eu esperava. Victória será uma boa moça? O que acham?

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Beijos de luz e até a próxima!

Casamento forçado: RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora