|Não encoste em mim!

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𝐽𝑒𝑜𝑛𝑔𝑖𝑛🍊8 anos ×
𝑆𝑒𝑢𝑛𝑔𝑚𝑖𝑛🍎9 anos ×

🍊🍊🍊🍊

— Boa noite, Innie

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— Boa noite, Innie... — a voz baixa soou ao meu lado. 

Eu estava com os braços ao redor do meu corpo, abraçando-me para tentar diminuir o frio, assim como minhas bochechas infladas podiam sentir o vento gelado, tornando minha pele mais gélida ao que os vestígios das lágrimas ainda continuavam por lá. Mas eu não me cobriria, não enquanto aquele garoto chato estivesse ao meu lado todo enroladinho no meu cobertor e todo confortável na minha cama! Mesmo que mamãe voltasse novamente ao quarto, eu não iria ceder, não iria aceitar que Kim Seungmin dormisse junto a mim. 

— Não fala comigo — disse emburrado, como eu de fato estava.

— Durma com os anjinhos. 

E após aquela fala, senti o colchão se mexer, para em seguida ver ele aproximar seu rosto. Me virei em sua direção e no mesmo instante o toque rápido de seus lábios contra os meus fez-se presente. Arregalei os olhos, o empurrando, o fazendo deitar-se novamente.

— O que você pensa que está fazendo? Seu nojento! — Minhas mãos passavam apressadas pela boca, como se aquilo pudesse limpar alguma coisa. 

— Me desculpa, Innie. Eu juro que foi sem querer! Era pra ter sido na boche...

— Mentira! Você fez de propósito, queria me beijar!  

Ele se levantou rapidamente e foi até o interruptor, acendendo a luz branca do quarto. Suas bochechas estavam vermelhas e ele mantinha uma mão perto do lábio. 

— Me desculpe, eu realmente não queria... 

— Por que você não me deixa em paz? Não percebe que sempre que está por perto as coisas sempre dão errado? 

E eu juro que não era mentira. Toda vez que Seungmin chegava tudo ia de mal a pior. Primeiro quando ele chegou ao bairro e quebrou meu caminhão de brinquedo enquanto tentava ajudar na mudança; depois quando eu tentei ser legal e o apresentei Jisung e Hyunjin, meus melhores amigos, que me deixaram de lado para lhe dar atenção; também teve o dia do meu aniversário, onde ele assoprou as minhas velinhas antes de mim. Eram tantas coisas que Seungmin me atrapalhava, até a menina que eu gostava na escola preferia fazer os trabalhos com ele, só porque ele conseguia fazer as contas de matemática. 

— O que está acontecendo aqui, meninos? 

Minha mãe entrou no quarto com sua camisola rosa lotada de bolinhas brancas e suas pantufas calçadas, sua cara de sono denunciava que estava dormindo. 

— Mamãe, ele-

— Está tudo bem, tia, só pisei no pé do Jeonginnie sem querer. Não foi nada de mais — Seungmin me interrompeu, abrindo um sorriso pequeno para minha mãe, a qual acariciou-lhe os cabelos castanhos com a ponta dos dedos —, me desculpe mesmo, Innie...

— Filho, não se exalte por besteiras, Seungmin já pediu desculpas. Agora é hora de dormir, vamos, crianças, para a cama.

Eu mantinha minha cara emburrada, caminhando em passos pesados para a cama com as mãos de minha mãe me guiando pelos ombros. Porém, assim que chegamos à beirada, onde tinha um amontoado de cobertores, eu parei. 

— Já disse que não quero dormir ao lado dele. 

— Ah, não, Yang. Já está tarde e frio, deite logo. Seungmin não morde e também não vai te incomodar, não é, Seung? 

— É, não vou encostar em você, Innie... 

O mais velho tinha a cabeça baixa enquanto se ajeitava novamente sobre o colchão. Me deitei ao seu lado, ainda com a carranca no rosto. Mamãe despediu-se com um beijinho na testa de cada um, apagando as luzes antes de sair.

— Eu poderia ter contado pra ela, você levaria uma bronca. 

— Já disse que foi sem querer. Me desculpe. 

O Kim estava encolhido do outro lado, enquanto eu mantinha-me de barriga para cima. 

— Hey, está pegando toda a coberta. Eu tô com frio. — Me ajeitei, puxando um pouco do cobertor para mim. 

— Mas, Jeongin, eu também estou com frio. 

Pensei, analisando se aquilo que me veio em mente seria algo correto a se fazer. Mas era tudo por uma boa causa, nada ia acontecer por aquele simples ato. Era só... dois garotos dormindo juntos, ou melhor, duas crianças dividindo um cobertor. E daí se o outro menino era Kim Seungmin?

— Você... você pode chegar mais perto — sussurrei, como se aquilo fosse o meu maior segredo. 

Seungmin não hesitou muito em aproximar-se ao ponto de seus ombros se encostarem aos meus. Eu usava a minha regata do pijama, enquanto ele tinha seu macacão, também um pijama, com maçãs estampadas sobre o tecido. Eu não gostava muito de maçãs, eu preferia mil vezes uma laranja ou então, na falta da frutinha de cor alaranjada, uma melancia docinha. Mas o Kim sempre deixou bem claro que sua fruta predileta era maçã, e não só a fruta como outras coisas que tinham esse sabor; torta de maçã, suco de maçã, bala de maçã, maçã do amor e outras coisas diversas as quais eu não me lembro. 

Mas não é como se saber sobre este fato sobre ele significasse algo. Seungmin era alguém muito fácil de se decifrar, desde suas falas ao jeitinho como ele agia. Bem diferente de mim, que sempre fui mais reservado, do tipo que não se abre para ninguém. 

Uma vez, enquanto eu reclamava por não saber brincar direito, ele me contou abertamente e de forma natural que sua prima mais velha já havia o dado um tapa forte na face, mesmo que ele não houvesse feito nada. Eu não entendi o motivo do comentário, então apenas o ignorei, como diariamente fazia. 

Ele era mais sensível, mesmo sendo um ano mais velho. Seungmin não se importava em parecer frágil, como a maioria dos meninos evitava. 

Seungmin poderia, sim, me ser um ótimo exemplo, contudo eu não achava que ele era a melhor pessoa para se manter uma amizade. Com toda a certeza, eu ainda o achava muito chato e irritante.

[...]

Acordei com um beijinho em minha bochecha e mãos em volta do meu corpo. 

— Bom dia, Innie! 

O menino encontrava-se ao meu lado, com os braços ao meu redor enquanto minha palma estava estendida sobre sua barriga.

— Por que me acordou assim? Ao menos escovou os dentes? — perguntei me afastando, levantando da cama e calçando minhas pantufas de coala. 

— Mas é que...

— MÃE, O SEUNGMIN FEZ XIXI NA MINHA CAMA!

Ele olhou para as cobertas espantado, depois me encarando e balançando as mãos euforicamente, sussurrando uma desculpa desajeitada. 

Foi estranho, porém eu sorri sincero com a cena.

Foi estranho, porém eu sorri sincero com a cena

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Como você é chato! - SeungInOnde histórias criam vida. Descubra agora