|Você é um estúpido!

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𝐽𝑒𝑜𝑛𝑔𝑖𝑛🍊16 anos ×
𝑆𝑒𝑢𝑛𝑔𝑚𝑖𝑛🍎17 anos ×

🍊🍊🍊🍊

— Você tem medo de altura, Innie? 

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— Você tem medo de altura, Innie? 

Desviei meu olhar da vista de lá de baixo, alcançando os olhos curiosos de Seungmin, que estava ao meu lado. 

— Mas é claro que não, é só que... — Suspirei. — Ok, talvez eu tenha um pouquinho de medo. 

Estávamos na cabine da roda gigante, sozinhos, já que Felix foi em uma separada apenas com Changbin. 

— Não se preocupe, eu estou aqui do seu lado. — Senti seu ombro se encostar ao meu, indicando que ele havia se aproximado.

A noite estava linda, e ali do alto parecia melhor ainda. Os pontinhos brancos espalhados pelo céu escuro e, mais abaixo, as luzes da cidade e o amontoado de pessoas felizes naquele parque. Exceto por uma por uma garotinha que chorava ao lado do pai desinteressado que falava ao telefone. 

Papai nunca foi presente na minha vida, e nos poucos momentos em que esteve, nunca se importava. Ele simplesmente me trazia brinquedos, bagunçava meus cabelos e dizia para me comportar. Nunca mais o vi depois do meu aniversário de sete anos. 

Senti a respiração de Seungmin sobre minha bochecha, me virando em um impulso, fazendo com que nossas bocas se encostassem levemente. Seus olhos estavam arregalados e suas bochechas rosadas, e acho que ele se afastaria, isso se eu não houvesse aprofundado o contato. Seus lábios eram macios, com gostinho de brilho labial sabor morango. 

Seungmin pareceu despertar, segurando minha bochecha direita e mordiscando meu lábio inferior, depois passando a pontinha da língua. Era bom, me trazia uma ótima sensação, mas estava errado. Aquilo não podia estar acontecendo, eu odeio o Kim, então eu não deveria estar o beijando como se fossemos realmente íntimos. Nós não somos ao menos amigos! 

O empurrei de leve pelos ombros, nos separando rapidamente. Sua expressão era confusa e a minha, provavelmente, de raiva. 

— Por que fez isso? 

— M-Me desculpe, era pra ter sido na bochecha, mas aí você virou e... Me desculpe, Jeongin. 

Cruzei os braços, virando o rosto. 

— Jeongin, eu andei pensando e... você quer ser meu namo...

— A sua noção é igual a zero. Por que é tão difícil de entender que eu não gosto de você nem como um simples colega?  Você é um estúpido! Não era pra isso ter acontecido, é errado. 

— Errado? Porque somos dois garotos? Pensei que não se importasse, Felix me disse que você o ajudou com...

— É diferente! — O olhei novamente. — Ok, somos dois garotos, mas somos eu e você. E eu te odeio... 

Seungmin mantinha-se estático, então apenas desviei o olhar. A pequena cabine ficou em silêncio até o final, quando as voltas no brinquedo acabaram. O resto do passeio não foi lá essas coisas, o Kim continuou cabisbaixo e nem mesmo a alegria dos garotos o fez voltar ao "normal". Eu tentei ao máximo não me importar, tentando entrar no clima agitado dos outros, principalmente de Felix, que parecia imensamente feliz ao que Changbin havia aceitado seu pedido de namoro. 

Mas alguma coisa dentro de mim estava errada. Como algo ruim toda vez que eu olhava o rostinho triste do meu vizinho, era agoniante. E o pior — talvez não seja realmente o pior, mas é algo complicado e confuso, eu não sabia se isso que estava sentindo era no sentido ruim, sendo apenas mais um pouco de antipatia por Seungmin, ou então algo relacionado a pena. Eu não sabia...

Eu fui muito duro com ele? 

Ok, eu estava me sentindo culpado. Tudo bem que eu não ia com a cara do meu vizinho, mas não é como se eu quisesse que ele sofresse, principalmente se fosse por mim. Eu não queria que as pessoas se machucassem por minha culpa, mas acho que nunca percebi que Seungmin morria aos poucos... 

[...] 

— Yang Jeongin! — minha mãe gritou do andar de baixo, fazendo-me revirar os olhos com uma possível bronca. 

Não que isso tenha passado a ser frequente, mas às vezes lavar a louça era entediante. Me levantei da cama e segui para a sala, onde mamãe estava junto à senhora Kim, mãe de Seungmin. 

— O que aconteceu? — perguntei. 

— A mãe de Seungmin veio perguntar se você o viu. Ele não voltou para casa ontem quando vocês saíram. 

A olhei confuso.

— Como assim não voltou? Eu vi ele subindo ontem a noite, nós voltamos juntos. 

— Não é o que parece, Jeongin. — A mulher parecia abatida, com a voz trêmula. — Eu tentei ligar pra ele diversas vezes, mas só cai na caixa postal. Já liguei pra todos os amigos dele que tenho o contato e nada também, a minha esperança era que ele estivesse aqui com você. 

— Tem certeza que o viu subir ontem a noite? — minha mãe insistiu, apenas recebendo um balanço positivo de cabeça. 

Minhas mãos começaram a soar frio, assim como eu comecei a ficar nervoso. Mas em que canto aquele menino desmiolado havia se enfiado? Seungmin não tinha como feito sumir assim, ele era completamente certinho e não gostava de preocupar ninguém. Será que foi por ontem? Não é possível que ele realmente tenha ficado chateado. 

Me despedi da mais velha, a garantindo de que se tivesse informações a avisaria com urgência, subindo rapidamente as escadas.

Eram 09:47 da manhã de um domingo, este que eu dormiria até tarde se não fosse por minha progenitora. 

E ao abrir a porta do cômodo, me deparei com algo inesperado. 

— Não conta pra elas, só me deixa... me deixa ficar um pouco. 

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Agr q fui me dar conta q já era o penúltimo capítulo :)

Como você é chato! - SeungInOnde histórias criam vida. Descubra agora