Capítulo 16: Esperança

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《Capítulo narrado por Jackson》

  Em meio a tanto caos e destruição, ter um sonho é como ganhar na loteria, um sonho onde nada da situação atual é real, onde as pessoas ainda estão vivas e felizes, nem ao menos imaginam que aqui na vida real não está bem assim. Mesmo com todos alegres, não existia nem um mínimo sorriso em meu rosto, me faltava algo ali, me faltavam duas pessoas, as pessoas que mesmo quebradas por dentro me fizeram sorrir como nunca tinha sorriso antes… pensando por outro lado talvez se isso não tivesse acontecido eu nunca tivesse conhecido os meninos e não teria me apaixonado de verdade ao menos uma vez na vida.

  Acordei com um barulho do meu lado, não consegui entender muito bem o que era, preciso de um tempo quando acordo para assimilar tudo o que está acontecendo ao meu redor. Um grito por meu nome ecoou na minha cabeça, um grito que parecia de dor, desespero e medo, o que me fez acordar por inteiro.

  Ao olhar para o lado vejo uma cena parecida com uma de meses atrás, no dia em que nossos parentes sumiram, algo que deixou meu coração apertado naquele dia e mais ainda agora, levantei rapidamente me pondo de pé e correndo em direção a voz. Nick estava pálido, tremendo e chorando enquanto Chris o segurava e me chamava de forma desesperada…

  Nunca se sabe como é ver alguém tendo uma crise de ansiedade até presenciar, principalmente quando o nível da doença é alto.

— e-eu acordei e vi ele chorando de pé me chamando com o dedo quase sem forças, caiu no chão antes que eu pudesse chegar até ele, ele tá sem ar Jack — já vimos as crises de ansiedade do Nick algumas vezes, mas sempre em nível extremamente baixo em comparação a de agora, Chris na maioria das vezes conseguiu ajudar ele mas agora é perceptível a dor e preocupação em seu semblante.

— Nick, amor, a gente tá aqui contigo — me sento junto deles, junto minhas pernas com as de Chris deixando Nicholas no meio, como se fosse um ninho, o abraçamos e ficamos acariciando ele que já estava com o tom de pele diferente e todo suado com a respiração ofegante — tá tudo bem, a gente vai te proteger, faz os movimentos comigo, inspira e expira devagar, seu cérebro precisa de oxigenação.

— inspira, conta até 10 e expira, vai ajudar — Chris fala enquanto faz uns sinais com a mão em direção à algo que estava atrás de mim, virei a cabeça e vi que o barulho tinha acordado todos da casa e eles estavam descendo as escadas mas com os sinais eles foram subindo de volta — é só ter calma, isso não vai durar para sempre eu te prometo.

  Nem sempre uma ansiedade se passa com conversa, dessa vez tivemos que dar um calmante a ele, demorou, mas sua cor foi voltando ao normal, a respiração já não estava tão ruim e o choro se foi aos poucos.

— obrigado — foi a primeira palavra que nos foi dita depois de quase uma hora em silêncio.

— aconteceu sem motivos ou teve algo dessa vez? — pergunto enquanto faço cafuné nele.

— os donos da casa colocaram uma música para tocar hoje cedo, a mesma que eu estava escutando no fone de ouvido enquanto recebi uma mensagem da minha melhor amiga no avião, não consigo acreditar que todos se foram — ele diz respirando fundo tentando não chorar novamente.

— iremos nos vingar, eles vão ter o que merecem — Chris diz ao dar um beijo na palma da mão do garoto.

— me desculpem por isso…

Para onde vamos agora? (Romance LGBT/Ficção)Onde histórias criam vida. Descubra agora