Capítulo 08: Pular

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《Narrado por Jackson》

Posso dizer com toda a calma do mundo que Nicholas se tornou a pessoa mais inteligente que eu já conheci em toda a minha vida! Em questão de minutos ele tinha acesso a todas as câmeras do prédio, internas e externas, e podíamos ver tudo o que tava acontecendo, 9 telas pequenas nos mostravam toda a área do prédio.

- ali, eu acho que vi algo se mexendo - aponto com o dedo em direção a última das telas, Nick aumentou ela e eu infelizmente estava certo, tinha algo lá.

- é muito grande, e muito feio - Chris diz se aproximando pra ver melhor, depois se afasta e vai até a bolsa que havíamos guardado a arma, tira a câmera e trás para tirar uma foto, estava um pouco escuro mas conseguimos ver por causa da luz da Lua, ele tira a foto e começa a balançar - pronto... podemos estudar eles depois ou algo assim.

- olhem isso - Nick diz com uma voz um pouco mais alta chamando nossa atenção de volta a tela - ele não tá passando por onde a luz do poste ilumina.

- mas que importância tem isso? - pergunto.

- talvez seja por isso que eles só apareçam a noite, eles não suportam luz - ele sugere mas creio que esteja errado.

- me explica então como que aquele entrou no shopping - dessa vez eu questiono.

- eu não sei, é só uma teoria - Nick responde e nos deixa pensativos.

- vocês prestaram atenção nas aulas de física sobre luz? - Chris tira a atenção da foto e fica de frente pra nós dois.

- seja mais específico - peço.

- vocês sabem que existem luzes mais fortes que outras, certo? Principalmente em relação às cores - concordo com a cabeça, agora estou entendendo.

- é como aquele lance da blusa preta? - pergunto e ele concorda sorrindo com os olhos, como se ele tivesse encontrado uma esperança de algo.

- que lance da blusa preta? - Nick pergunta sem tirar os olhos do aparelho, talvez ainda não tivesse estudado iluminação, mesmo que saiba muito sobre muitas coisas.

- se você estiver usando uma blusa preta no meio da rua, você vai sentir mais calor do que se por exemplo estivesse usando uma roupa azul - explico e ele abre a boca pela coisa nova que aprendeu.

- interessante, disso eu não sabia, eu provavelmente iria estudar isso com o passar dos meses - ele diz com um mini sorriso.

- mas precisamos entender como que aquele entrarou no shopping sendo que as luzes estavam acesas - Chris diz colocando a mão no queixo, passamos um bom tempo pensando.

- às luzes do shopping eram brancas - Nick quebra o silêncio enquanto olha a foto que havia tirado do ET - às luzes dos postes são amareladas, como a do sol.

- é uma boa teoria - afirmo - quais as cores das lanternas que trouxemos?

- brancas - Chris fala em negação - droga.

- raio - Nick diz derrubando a foto e parecendo um pouco mais nervoso do que estava.

- não, eu acho que raio é branco - Chris diz com um olhar confuso.

- não é isso, o raio - ele diz apontando para a tela do notebook.

Avistamos o cachorrinho que estava no prédio com medo do ET, não conseguimos achar ele no shopping, mas vi que ele estava com um pedaço de carne na boca.

- ele foi procurar comida para nos dar como fizemos com ele - digo colocando a mão na testa - por isso não o encontramos.

- ele deve ter nos farejado e vindo até nós - Nick sugere aumentando a tela do computador.

O alien se aproxima do cachorro fazendo com que tanto o animalzinho como nós três ficássemos um pouco alterados, ele ergue suas duas garras afiadas e elas ficam azuis, às aproxima do cachorro e ccoloca devagar em sua cabeça, como se tivesse sugando informação, ele termina e o raio sai correndo, logo depois ele vira a cabeça em nossa direção e da um pulo em direção ao prédio, fixa suas 6 patas no prédio e começa a escalar.

- ele nos achou - Nick fecha a tela do notebook e se levanta - o que vamos fazer?

- eu... eu não sei, ele vai nos farejar em qualquer lugar que formos - digo pondo as mãos na cabeça e respirando fundo.

- a gente vai morrer - Nick se ajoelha e a respiração dele começa a acelerar - a gente vai morrer, a gente vai morrer.

- não, não vamos - digo indo até a porta e abro ela com minhas mãos tremendo - venham comigo, peguem as mochilas.

Eles pegaram as mochilas e vieram em minha direção, vou ate a cozinha e abro a porta da geladeira, me deparo com vários temperos lá dentro.

- vamos ter que camuflar nosso cheiro, passem tudo nos corpos de vocês - digo pegando um tubo de molho.

Passamos o máximo que pudemos em nossos corpos, nem nós estávamos aguentando aquilo, mas agora ele não nos acharia pelo cheiro.

- ele ainda sabe que estamos aqui em cima, precisamos ir embora - quando Nick fechou a boca escutamos um barulho na porta, ela só não abriu por causa do sofá.

- vamos pra fora - corro até a outra porta e abro, os meninos saem junto a mim e fechamos a porta.

Corremos até a beirada do prédio, o barulho da coisa tentando arrombar a porta era de dar arrepios na espinha de qualquer um.

- o outro prédio, tem 8 andares, se pularmos, caímos na piscina - Nick diz tirando a bolsa de suas costas e se preparando pra arremessar ela do outro lado, ele joga a bolsa que cai em um tipo de casinha de criança cheia de bolinhas que anorteceram a bolsa, eles dois fazem isso com todas as bolsas enquanto eu olho pra baixo do prédio.

- você vai primeiro Jackson? - Chris toca no meu braço me tirando dos meus pensamentos.

- eu... não, vocês vão primeiro eu fico aqui dando cobertura - digo e ele confirma.

Nick pulou primeiro, a distância entre um prédio e outro era pequena, apenas o tamanho de um beco, não de uma rua, mais ou menos uns dois metros, a queda de um prédio de 10 andares pra um de 8 ajudava pelo fato de seu corpo te levar pra frente. Ele caiu na água e depois ergueu a cabeça dizendo que o próximo podia ir, Chris foi logo depois.

Desde pequeno eu fui um garoto que gosta de se aventurar, mas na terra ou na água, o ar não é algo que eu goste muito em questão de coisas assim.

- pula Jackson - Chris gritou novamente me tirando dos meus pensamentos.

- você vai morrer se ficar aí, pula logo - Nick faz uns gestos com as mãos me pedindo pra pular.

Escuto um barulho de coisa quebrando, olho pra trás e vejo que a porta tinha sido arrombada, olho em direção aos meninos, e pulo.

Para onde vamos agora? (Romance LGBT/Ficção)Onde histórias criam vida. Descubra agora