Perguntas inusitadas.

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       Seul, segunda feira, 12:30 PM

O olhar de Soobin vem de encontro ao meu, e logo eu sinto vontade de me enfiar em um buraco e sumir do campo de visão dele. Me abaixo para pegar o livro que deixei cair no chão e coloco-o em seu devido lugar, logo saindo dali antes que eu veja mais alguma coisa.

Vou até a mesa que estava sentado há algumas horas atrás e começo a arrumar meus materiais. Logo sinto uma mão tocar meu ombro e me viro para ver quem era, e advinha? Ele mesmo, o garoto que acaba com minha sanidade mental todo dia estava atrás de mim.

— Yeonjun, você está bem? – ele pergunta, a voz suave e a expressão séria, porém preocupada.

— Estou, estou bem. Eu só derrubei o livro sem querer, por que isso iria me afetar de alguma maneira? – pergunto, sem olhá-lo uma vez sequer.

— Não sei, você parecia chateado com alguma coisa. Sua carinha ‘tava meio tristonha quando olhei pra você.

— Impressão sua. – digo, pegando minha mochila e colocando-a sobre as costas.

— Ei, Yeonjun! – ele me chama e então se aproxima novamente de mim. Entretanto, eu não ouso me virar para olhar pra ele. — Você... Ouviu alguma coisa da minha conversa com a Hana?

— Não, não se preocupe. Eu não ouvi nada. – respondo, ainda sem me virar para ele e então saio da biblioteca o mais rápido que consigo; não quero saber da Hana e Soobin juntos, não quero saber de nada no momento.

[...]

Quando cheguei em casa, subi as escadas o mais rápido que consegui e fui direto para o meu quarto. Me tranquei lá dentro, joguei a mochila no chão e me deitei na cama, agarrando o travesseiro e o abraçando.

Pensei na minha triste vida amorosa e no quanto eu sou iludido em acreditar que Soobin poderia se apaixonar por mim. Talvez aquele negócio de estudar outra língua tenha sido mal interpretada por mim. Acho que eu deveria tomar um banho, talvez assim os pensamentos sobre o Soobin poderiam ir embora junto com a água.

[...]

Quando saí do banheiro, me sentia um pouco mais leve. Com uma toalha enrolada na cintura e outra em minhas mãos para secar meus cabelos, caminhei na direção do guarda roupa, já pensando em que roupa eu poderia usar naquele momento.

O relógio marcava exatamente 7:30 PM. Já estava quase na hora do jantar, mas eu simplesmente não sentia um pingo de fome. Acho que o fato de ter visto Soobin com aquela garota realmente me chateou. Até meu apetite eu perdi. Suspirei profundamente e então abri a porta do guarda roupa, pegando uma calça moletom cinza, e uma camiseta lisa da cor branca. Me vesti em poucos minutos e baguncei meus cabelos ainda úmidos, quando ouvi alguém batendo na porta.

Franzi o cenho. Eu não queria ver ninguém, mas deve ser minha mãe pra avisar do jantar. Quando abri a porta, tive uma surpresa; Choi Soobin estava no corredor do meu quarto, vestindo uma calça jeans – rasgada nos joelhos –, uma camiseta branca e lisa como a que eu estava usando, e uma camisa xadrez de cor vermelha e preto por cima. _Ele estava definitivamente perfeito._

— Oi. – ele disse, abrindo aquele mesmo sorriso de sempre. E eu já pude sentir minhas mãos suando e meu coração martelando forte em meu peito.

— Oi...– respondi, quase sem ar. _Eu me sinto um idiota por agir como um bobão quando ele sorri pra mim._ Fazer o que? Esse garoto simplesmente consegue acabar com minha paz interior.

— Eu posso entrar? – ele pergunta, com as mãos nos bolsos da calça, enquanto me olha fixamente.

— Claro, por que não? – digo enquanto me movo para o lado, dando passagem para ele entrar.

𝕄𝕠𝕥𝕚𝕧𝕠 𝕕𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝔾𝕒𝕪 ℙ𝕒𝕟𝕚𝕔!; 𝒀𝒆𝒐𝒏𝑩𝒊𝒏 𝑭𝒂𝒏𝑭𝒊𝒄Onde histórias criam vida. Descubra agora