Nadeshiko e Clow Reed

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POV Sakura

Mesmo eu tendo sido uma Card Captor por muito tempo, não estou mais acostumada com essas esquisitices. Fiquei com medo e me escondi como uma covarde atrás do Shaoran-kun. Sorte que ele me acalmou e agora me sinto mais forte e confiante.

- Você consegue, Sakura! - Disse ele, me encorajando. - Você já fez isso milhares de vezes!

Assenti com a cabeça.

- Sem dúvidas. É a presença do Clow-san.

- Sim. - Concordou ele. - Será que ele está nesse parque?

- Ele não. Mas quem sabe o Eriol-kun? - Procurei em volta.

Shaoran-kun foi quase levado pela forte ventania que fazia. Sorte que o segurei.

- Shaoran-kun!!

- T-Tá tudo bem! - Ele se soltou, um pouco corado.

- Desculpe... - Abaixei a cabeça e voltei a me apavorar com o que o parque virou. - Cadê a Tomoyo-chan?

Shaoran-kun se virou e apontou para a casa dos espelhos.

- Olha ela lá!

- Sakura-chan! - Tomoyo-chan, que estava com sua câmera, me chamou.

Nesse momento, Kero-chan saiu da minha bolsa e começou a flutuar por aí, sem se importar de ser visto. Já estava tudo um caos mesmo.

- É uma Carta Clow... Mas como? Eu transformei todas em Cartas Sakura! - Eu disse, sem acreditar.

- Ou o Clow Reed está pregando uma peça em nós. - Kero-chan disse.

- Mas ele está morto. - Falei.

- Mas o Eriol está bem vivo... - Kero-chan disse e uma gota aparece nele.

- Será que foi ele? - Shaoran-kun, com uma expressão séria, perguntou.

- Não dá pra saber. Mas olha, a ventania se foi. - Disse Kero-chan.

- Nem precisei lacrar a carta?

- Acho que não era uma carta, Sakura-chan... - Tomoyo-chan disse, indo até nós. - Acho que era só a presença do Clow-san juntamente de um dos poderes das cartas.

- Isso é tão... estranho.

Por um momento, parece que consegui ver minha mãe no céu. Pisco várias vezes e coço os olhos para ver se estava vendo mesmo ela. Mas desapareceu. Será que era minha imaginação?

- Tenho a impressão que vi a mamãe no céu...

- Eu acho que você está enganada, Sakura. - Disse Kero-chan. - Bom, a ventania acabou. Acho que não temos trabalho a fazer.

- Mas... - Procuro a carta ventania na minha bolsa.

- Que pena que não pude filmar a Sakura-chan em ação. - Choramingou a Tomoyo-chan.

- Hoe? - Eu não achei a carta ventania.

- O que foi? - Shaoran-kun perguntou.

- A carta ventania... não está aqui!

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Já em casa, sentada na cama, examino minhas Cartas Sakura. A Ventania não estava lá, como eu suspeitei. Será que a carta começou a funcionar sozinha, sem minha supervisão lá no parque? Onde a carta está agora?

- Não entendi mais nada, Kero-chan. - Falei, deitando-me na cama.

- Nem eu. Mas que tal se falássemos com o Eriol?

Concordei com a cabeça e disquei o número dele no telefone. Contei a ele o que aconteceu e ele alegou que não sabia de nada.

- Muito estranho... - Kero-chan disse, com a mão no queixo.

- Pelo menos consegui conhecer o novo parque. Mas não consegui dizer ao Shaoran-kun como me sinto... - Suspirei, frustrada.

- Você precisa falar pra ele em outro momento. - Disse ele, indo para sua gaveta.

- Vou falar, sim. Boa noite.

- Boa noite, Sakura. - E fechou-se em sua gaveta.

Suspirei, ainda confusa com o que tinha acontecido. Assim que fechei os olhos, tive a impressão de ver a mamãe. Logo que percebi, estava sonhando com ela.

- Mamãe?

- Aqui está, Sakura-chan. - Ela sorriu e me entregou uma Carta Sakura.

Quando fui olhar... Era justamente a carta que faltava! A Ventania!

Acordei assustada e olhei em volta. Ela não estava mais ali. Havia sido um sonho, mas era um sonho muito real. Embaixo das cobertas, lá estava... A Carta Ventania!

- Mas... Por que? - Analisei a carta mesmo no escuro. Parecia intacta.

Pude ver que a carta brilhava, alternando de Carta Clow para Carta Sakura.

- O-O que está acontecendo?

Kero-chan saiu de sua gaveta e foi analisar comigo.

- A presença do Clow Reed... Eu posso sentir!

- Agora que você falou, também sinto! - Eu falei, sentindo uma forte presença do Clow Reed-san.

- Sakura...

Sem dúvidas, era o Clow-san. Mas uma outra voz também me chamava. Acredito que seja a voz da mamãe.

- Sakura-san, não fizemos essa travessura por mal. Mas você precisa saber... Que minha outra reencarnação está perto de você, sempre esteve. E Nadeshiko está aqui comigo.

- C-Com a mamãe?

- Sim. Ela está sempre cuidando de você.

- Cadê vocês? Não consigo vê-los. - Falei, olhando em volta.

- Estamos em algum lugar por aí... Observando você, minha pequena Sakura-chan. - Mamãe disse e meus olhos se encheram de lágrimas.

- Mamãe! Clow-san! - Eu falei um pouco alto demais.

Meu irmão veio correndo e acendeu a luz e eu me encontrava no meio do quarto, chorando. Kero-chan fingiu ser um boneco ao meu lado.

- O que houve, Sakura? - Ele parecia preocupado.

- Eu ouvi a mamãe... Eu ouvi de verdade... Meu coração ficou apertado. - Funguei enquanto tentava explicar pra ele.

- A mãe?

Assenti com a cabeça.

- É, eu nunca mais consegui vê-la porque dei meus poderes ao Yuki.

- Touya-kun... - A voz da mamãe voltou e sei que ele ouviu, pois ficou fitando o nada também.

- Mãe?! Mas, como?

- Você doou seus poderes, pro seu amigo não deixar de existir em troca de poder me ver. Por esse ato de amor tão bonito, Clow Reed e eu deixaremos que consiga conversar comigo também. Não poderá me ver, mas poderá me ouvir.

Foi a vez do onii-chan derramar algumas lágrimas.

- Obrigado, Clow Reed, mamãe.

- Mas... O que eu quero saber é... Como vocês se conhecem? - Perguntei, curiosa.

Clow-san e a mamãe começaram a rir.

- Vocês nem fazem ideia. Um dia eu conto. - Mamãe disse, não respondendo nossa dúvida.

Depois disso, não pudemos mais ouvi-la. Kero-chan não disse muita coisa depois que o onii-chan foi pro quarto. Fui para a cama, na esperança de dormir um pouco. Mas estava agitada. Muita coisa aconteceu. Shaoran-kun voltou de Hong Kong e eu percebi que gosto mesmo dele, mas que o Yukito-san, fomos ao novo parque, a Carta Ventania sumiu, aconteceram várias coisas no parque, falei com o Eriol-kun, o Clow-san e a mamãe... Estou tão confusa e cansada, mas mesmo assim, consegui adormecer. 

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